A morte de Heinrich Nordhoff, devido a um ataque cardíaco, no dia 12 de abril de 1968, Sexta-Feira da Paixão, foi registrada assim por um jornal local:
Nasceu em 6 de janeiro de 1899
Heinrich Nordhoff era um gerente alemão, que como diretor administrativo (em 1948) e presidente do Conselho (em 1960) foi figura importante na (re-) construção da empresa automobilística “Volkswagen”. Ele nasceu em 6 de janeiro de 1899 em Hildesheim e morreu aos 69 anos em 12 de abril de 1968 em Wolfsburg.
Registramos os cinquenta anos de sua morte e o reverenciamos como o grande líder que foi considerado o mago do Volkswagen e da Volkswagen, pois ele conseguiu transformar um carro, no qual ele inicialmente não acreditava, num sucesso mundial e uma fábrica, ainda em ruínas, na maior fábrica automobilística da Europa.
Uma moeda de ouro tinha seu perfil e uma tulipa holandesa seu nome; Heinrich Nordhoff foi considerado o maior administrador do pós-guerra da República Federal Alemã.
O motivo indicado para o falecimento foi um ataque cardíaco, mas…
O chefe de Wolfsburg estava doente há dez anos. Em novembro de 1958, ele teve que ter suas úlceras estomacais operadas na Clínica Mayo nos Estados Unidos.
No verão de 1967 ele sofreu um grave ataque cardíaco e circulatório. Quando ele voltou para sua mesa, no outono, ele não havia se recuperado de maneira alguma. Ele tinha problemas para falar; quase não ouvia mais. Em meados de março de 1968 ele teve que voltar para o hospital devido a uma doença intestinal.
Somando-se a isto, uma situação política adversa dentro da empresa veio a causar o infarto que lhe foi fatal. De outro lado, este infarto evitou que ele tivesse que passar por mais vexames dentro da empresa que ele tanto amava e da qual pretendia sair em condições bem mais honrosas do que as que a ele tinham sido oferecidas: a saber de aceitar o inócuo cargo de presidente honorário. Foi inclusive tirada dele a decisão de nomear seu sucessor, que de sua preferência seria Carl Hahn (que veio a ser o presidente-executivo anos depois).
Quando Nordhoff morreu, seu corpo foi velado numa das alas da fábrica, onde todos os funcionários da época tiveram a oportunidade de dar o último adeus a este grande líder.
No dia 18 de abril de 1968, por dez horas trabalhadores da fábrica de Wolfsburg passaram pelo esquife disposto em uma das alas da fábrica. O corpo de Nordhoff estava vestido com o manto branco de um “Cavaleiro do Santo Sepulcro”, ordem a qual ele pertencia, e várias almofadas expunham as inúmeras medalhas que ele recebeu em vida. Tudo isto à luz de candelabros.
Tal era o carinho e apreço por ele entre o povo alemão, pela prosperidade que ele trouxera, que milhares de pessoas se alinharam nas ruas de Wolfsburg para ver a procissão fúnebre passar.
Para exemplificar a grandeza de Heinrich Nordhoff cito uma de suas frases notórias:
“Valioso em uma empresa são apenas as pessoas que trabalham para ela, e o espírito com o qual elas o fazem.”
Muito se pode dizer sobre Nordhoff, mas este é um momento de recordação e homenagem póstuma a este grande homem que deixou suas marcas também aqui no Brasil:
Como uma pessoa e como um grande líder a vida de Nordhoff foi registrada em biografias como esta, escrita por Schenziger, Simon e Zischka:
Para dar uma ideia de seu conteúdo, aí vai a tradução das orelhas da capa deste livro:
Heinrich Nordhoff levou a Volkswagen ao sucesso mundial.
Ele, assim, realizou uma das maiores conquistas industriais do nosso tempo, deu à indústria automobilística alemã um significado como nunca antes havia ocorrido nas oito décadas de sua existência* e, assim, contribuiu de maneira preponderante para a reconstrução da Alemanha.
Heinrich Nordhoff é conhecido como o maior fabricante de automóveis do nosso tempo.
Mas ele era muito mais: um ser humano verdadeiramente maior, um líder humano que não comandava, mas convencia.
Ele possuía ousadia, perspicácia e conhecimento, e ainda mais: sabedoria e humanidade que eventualmente o levaram a alcançar o seu objetivo. Não menos importante, são o reconhecimento e a amizade que ele e seu país conquistaram em todo o mundo, e que são prova disso.
Este livro, a história de um homem cuja vida pertencia ao automóvel, surgiu a partir de conversas com Heinrich Nordhoff e seus empregados mais próximos.
Além da descrição dos fatos, o tempo e o espaço do evento podem ser trazidos à vida.
336 páginas com 16 quadros de imagens
Wilhelm Andermann Verlag
(*) – este livro foi impresso em 1969
Seus restos descansam, ao lado dos restos de sua esposa, no cemitério Waldfriedhof em um túmulo diferenciado:
Aqui terminamos esta singela homenagem a este grande homem. Fica aqui o tributo a Heinrich “Heinz” Nordhoff.
AG