Brasileiro assinou contrato para disputar a F-E pela equipe Venturi
A notícia não foi exatamente uma surpresa: Felipe Massa anunciou ontem que vai disputar as próximas três temporadas da Fórmula E, a categoria de monopostos elétricos que é disputada em circuitos de rua (exceto no México, onde usa o Autódromo Hermanos Rodriguez) pela equipe Venturi, de Mônaco. O brasileiro deverá iniciar em breve seus testes de adaptação ao Gen2 Venturi VFE, carro que será usado na temporada 5 e marca uma nova fase com a adoção de monopostos elétricos de segunda geração. Até ontem a equipe Mercedes era considerada como o endereço do brasileiro em seu retorno às pistas, mas o brasileiro assinou contrato com a equipe Venturi, que fabrica esportivos de luxo e tem sede no Principado de Mônaco e que tem ligações indiretas com a marca alemã.
Não são apenas os carros elétricos que diferenciam a F-E de outras categorias internacionais: seu calendário inicia no final do ano e termina no terceiro trimestre do ano seguinte. Felipe Massa vai disputar a temporada 5, que marca a estreia do E Gen2, modelo que apresenta linhas mais radicais em relação ao modelo atual. Este ano a Venturi disputa a temporada com o alemão Maro Engel e o italiano Edoardo Mortara e ocupa a sétima posição entre os 10 times que disputam a categoria. Ainda não foi definido qual deles continuará na equipe.
Para a temporada que deve inicia no final deste ano os carros terão a potência do motor aumentada para 200 kW (272 cv) num primeiro estágio, com possibilidades de novos incrementos a partir de testes de durabilidade e resistência. Além disso, ao contrário do que acontece até agora, não será mais necessário trocar de carros durante as provas, consequência do uso de baterias com maior capacidade de acúmulo de energia.
Massa não esconde que está ansioso para voltar à ativa e que conhece o passado do seu novo empregador: “O Gildo Pastore esteve sempre um passo à frente quando se trata de veículos elétricos de alto desempenho e agora sua equipe entra em uma nova fase de crescimento e desenvolvimento. Espero contribuir para esse projeto e disputar as primeiras posições das corridas das próximas temporadas.”
Por seu lado, o empresário ressaltou que “a experiência de 15 temporadas de F-1 que o Felipe traz consigo será definitivamente um impulso à nossa organização, lembrando que sua personalidade amistosa e comprometida com os objetivos da equipe que ele defende também são grandes atributos”.
Como construtora homologada pela categoria a Venturi irá fornecer carros para a equipe HWA, que tem um bom currículo na série DTM e vai estrear na temporada 2018/2019 como representante da Mercedes. A HWA já tem ligações com a casa de Monte Carlo enquanto a marca alemã deverá ter sua própria equipe no campeonato de 2019/2020. Isso reforça a ideia de que Massa chega à F-E com a bênção do fabricante de Sttutgart. Os planos da Venturi incluem também a criação de um programa de desenvolvimento de jovens pilotos.
Marca nasceu em 1984
Atualmente a marca é comandada por Gildo Pastore, mas quando foi fundada, em 1984, seus responsáveis eram o engenheiro Claude Poiraud e o projetista Gérard Godfroy, criadores do primeiro modelo da marca, o um cupê equipado com mecânica do Golf GTI 2-litros. A marca sempre usou o automobilismo para promover seus produtos e organizou um campeonato para gentlemen drivers como preliminar de corridas europeias de F-1 em 1992 com modelos desenvolvidos por Gerard Larrousse.
No ano 2000 o empresário Gildo Pallanca Pastore adquiriu o controle acionário da empresa, que passava por dificuldades financeiras, e quatro anos mais tarde estabelecia seus primeiros laços com carros movidos a eletricidade através do lançamento do Fetish, que marca identifica como o primeiro esportivo elétrico em todo mundo. Pouco a pouco Pastore passou a explorar nichos mais comerciais e em 2011 lançou os programas de um todo-terreno para ser usado na Antártica e de uma frota de Citroën Berlingo para uso comunitário na cidade de Nice, todos com propulsão elétrica. Em 2015 um protótipo da marca alcançou 386,757 km/h em Boneville (Utah, EUA), novo recorde mundial de velocidade para carros da categoria A, Grupo VIII. No ano seguinte um modelo mais avançado chegou a 341 milhas por hora (548 km/h).
WG