Drugovich e Collet correm na Espanha pensando na F-1
Dois brasileiros com grande potencial de chegar à F-1 no futuro próximo disputam neste fim de semana provas importantes em categorias de base, ambos em Jerez de la Frontera e com olhos no distante circuito de Suzuka, onde haverá o GP do Japão neste fim de semana. O paranaense Felipe Drugovich encara a penúltima prova da temporada com uma agenda que reflete o fato de ter conquistado o título da temporada 2018 da Euroformula F3 Open por antecipação: contribuir para sua equipe desenvolver soluções para 2019.
O paulista Caio Collet, por sua vez, tenta repetir o feito do seu compatriota e sagrar-se campeão da F-4 francesa. Com 50,5 pontos de vantagem sobre o vice-líder, Collet pode liquidar a fatura antes da prova final, dia 15, em Paul Ricard, na França.
Drugovich e Collet têm em comum o fato de ambos optarem por iniciar suas carreiras no automobilismo em pistas europeias, reflexo da falta de uma categoria de base realmente moderna e acessível no Brasil. Ainda que a Comissão Nacional de Kart se esforce para desenvolver a modalidade, a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) não consegue estruturar o esporte a ponto de criar uma categoria de base que possa apenas garantir a passagem do kart ao automóvel “dentro de casa”.
Um trabalho com essa finalidade pode criar um mercado que atenderia os pilotos da casa e também de outros países sul-americanos. O Brasil tem tecnologia para construir os monopostos e uma indústria de publicidade consagrada no mundo inteiro; como acontece frequentemente, o elo “dirigente esportivo” não consegue consolidar essa união.
Drugovich quer testar
Vencedor de 10 das 12 provas que disputou nesta temporada, Felipe Drugovich e a equipe RP Motorsport podem se dar ao luxo de encarar as provas de Jerez e Barcelona (dentro de três semanas) avaliando acertos mais ousados que, caso aprovados, poderão determinar o trabalho do time baseado em Piacenza e liderado por Fabio Pampado.
“Sem pressão, vai ser legal testar coisas novas, arriscar mais na configuração, no acerto, ter mais respostas do carro”, avalia Drugovich, para quem a diferença de pistas entre Monza (onde garantiu o título) e Jerez de La Fronteira vai exigir mudança radical de pilotagem, pelas características distintas de cada circuito. “Muda tudo, Monza tem retas compridas e curvas mais rápidas, onde se usa carga mínima de aerodinâmica. Jerez é completamente diferente, com uma curva atrás da outra, com uso de muita carga aerodinâmica”. Os treinos classificatórios e as corridas serão transmitidos ao vivo pelo canal do Youtube da categoria, neste link.
Collet e o simulador
Com chances matemáticas de garantir o título na Espanha, o paulista Caio Collet usou os recursos de um simulador para conhecer a pista de Jerez, inédita em seu currículo, o qual que neste fim de semana poderá ser acrescentado com o título da temporada francesa de F-4. Cada etapa do certame tem três corridas, onde o vencedor recebe 25 pontos; com 50,5 pontos de vantagem sobre o monegasco Arthur Leclerc (164), o brasileiro precisa aumentar essa vantagem em 25 pontos para consolidar seu primeiro título de campeão no automobilismo. O piloto, no entanto, prefere não pensar nisso e manter seu foco e lutar por novos pódios e vitórias: “Estou bem confiante para essa etapa de Jerez. Vai ser uma pista nova para mim, mas me preparei bastante no simulador. Estamos mais de 50 pontos à frente no campeonato, mas ainda tem muita coisa em jogo. Temos que manter o foco e trabalhar duro este final de semana para que dê tudo certo”.
WG