Ao ser lançado em janeiro de 2018, o Virttus tinha como versão de entrada o MSI de motor 1,6 aspirado com câmbio manual de cinco marchas. Decepcionou quem apostava na versão oferecida com os dois tipos de câmbio, Esse público foi atendido em julho do ano passado e hoje pode-se escolher entre manual e automático, opção em declínio no Brasil. Quem faz questão da comodidade de não ter que trocar marchas ou precisa de um “dois-pedais” devido a uma deficiência no locomotor esquerdo, e almeja ter um sedã moderno, espaçoso e eficiente, tem nessa versão do Virtus a solução.
A versão com câmbio automático Aisin de seis marchas é oferecida pelo preço público sugerido de R$ 68.870, R$ 5.430 mais que a versão manual de mesmo nível de acabamento e equipamentos. Muitos criticam o acabamento “pobre” da versão que chamo de “minimalista mas não muito.” Uma olhada na lista de equipamentos no final mostra boa dotação de equipamentos de série da versão.
O que não tem no MSI
Para poupar o leitor ou leitora do trabalho de procurar o que o Virtus MSI não traz, elencam-se ajuste de altura e distância do volante; alças de teto (todas as versões); borboletas para troca de marcha;chave presencial com partida por botão, controle de velocidade de cruzeiro; descansa-braço com porta-copos entre os bancos dianteiro; encosto do banco traseiro dividido; faróis de neblina; iluminação no porta-luvas e porta-malas; luz de rodagem diurna; luz traseira de neblina; teto solar (nem como opcional); saída de climatização para o banco traseiro; porta-revistas no dorso dos encostos dos bancos dianteiros;; tomada USB para o banco traseiro; e tweeters.
Assistente de partida em aclive e controle de estabilidade e tração, e bloqueio do diferencial são disponíveis no pacote Safety Pack, R$ 1.430. Sensor de estacionamento traseiro, ajuste elétrico dos espelhos com desvio da orientação para baixo ao selecionar ré, e rodas de liga de alumínio 15″ desenho Scimitar são reunidos no pacote Interatividade, de R$ 3.480.
Cores, sete: preto Ninja sem custo extra, as sólidas branco Cristal e vermelho Tornado (R$ 490), e as metálicas azul Night, cinza Platinum, prata Sirius e prata Tungstênio (a do carro testado) por R$ 1.570.
Somando-se os opcionais, cor inclusive, tem-se R$ 6.400, para um preço final máximo de R$ 75.350, 9,4% acima do básico.
Destaques
O Virtus MSI automático reúne três destaques: conjunto motriz, comportamento dinâmico e espaço.
O motor é conhecido há cinco anos, lançado no Gol Rallye. Trata-se do EA211 1,6-litro de quatro cilindros,, bloco e cabeçote de alumínio, duplo comando de válvulas com variador contínuo no de admissão em 50º, quatro válvulas por cilindro, injeção no duto. Com 110/117 cv não é dos mais potentes,— o Hyundai 1,6, por exemplo, chega a 120/128 cv — mas tem dotes de potência em baixa e suavidade apreciáveis.
Aliás, esse motor EA211 sempre foi de 110/120 cv, mas no Virtus (e Polo) perdeu 3 cv., explicado pela fábrica ser questão de coletor de admissão, do que duvido. Em minha opinião a capada destinou-se a distanciar do tricilindro 200 TSI 1-litro da dupla Comfortline-Highline (inclusive no Polo), superiores na gama, de 116/128 cv,. do tipo “ficaria chato”.
Seja como for, o motor continua brilhante e atende muito bem quem busca soluções de motorização construtivamente mais simples, especialmente quem reside em regiões carentes de assistência técnica. O casamento com o câmbio automático é ótimo e apesar das perdas inerentes a esse tipo de câmbio o desempenho agrada, como o 0-100 km/h em 11,3/10,8 segundos e velocidade máxima de 186/190 km/h (em 5ª marcha). Boa parte da boa velocidade máxima pode ser atribuída ao bom coeficiente aerodinâmico (Cx) 0,315.
O câmbio Aisin AQ160-6F de trocas manuais sequenciais apenas pela alavanca (sobe marcha para frente) mostra-se preciso em toda a sua operação e conta com modo S de fácil comutação a partir de D, basta um toque na alavanca para trás. O creeping é calmo, há controle de neutro bem calibrado, mas fica a crítica para a falta da aceleração interina nas reduções. O conversor de torque estola a 2.200 rpm e bloqueia-se de terceira em diante e o motor gira a 2.600 rpm a 120 km/h “GPS”, velocidade verdadeira.O câmbio elevou o peso da versão em 29 kg, para 1.163 kg.
Roda suavemente em rodovia, pouco ruído a bordo, vai sossegado, típico de um bom estradeiro. Pode-se conversar em tom voz normal, nada de “hein?” para o interlocutor.
Dirigindo percebe-se pelo som do motor nas quedas de rotação nas trocas ascendentes — cada vez menores das marchas baixas para as altas — que o câmbio tem escalonamento exemplar. O gráfico dente de serra ilustra bem o que se sente.
O consumo de combustível oficial Inmetro é 10,8/7,8 km/l na cidade e 13,8/9,8 km/l. na estrada, que com o tanque (algo pequeno) de 52 litros permite rodar mais 700 quilômetros sem reabastecer de gasolina. Mas pode ser mais que isso: no meu teste que já virou padrão, sair do meu prédio em Moema e rodar 51 quilômetros até ao ponto da Estrada dos Romeiros que o Paulo Keller batizou de Curva AE. diante da construção abandonada que chamamos de Maison Blanche, o computador de bordo do I-System apontou impressionante 16,9 km/l.,
O rodar, o comportamento dinâmico do Virtus, exemplar, é mesmo da versão de câmbio manual, não poderia ser diferente, o DNA da marca transparece facilmente. Direção rápida e precisa de relação média 14,8:1 (14,8 graus do volante para 1 grau na roda), assistência elétrica como deve ser, sensibilidade dos pedais de freio e acelerador na exata e posição de dirigir correta, apesar de não haver ajuste de altura e muito menos de distância do volante.— deveria haver, pelo menos de altura.
Os pneus de medida 195/65R15H estão condizentes com o peso de 1.163 kg e com o desempenho deste Virtus, em momento algum se sente aderência insuficiente nas curvas ou nas desacelerações pelo freio. Essa versão de entrada tem freio traseiro a tambor, nas superiores são a disco.
No uso no dia a dia é fácil de encaixar no trânsito e o diâmetro mínimo de curva de bons 10,5 metros (entre guias) torna o dirigir nas curvas de esquina e nas manobras habituais do uso diário bem fáceis. Não parece um cerro de quase 4,5 metros de comprimento (4.482 mm). A pronta aceleração, mesmo sem ser um motor turbo, “varre” o tráfego à frente com facilidade. A marcha-lenta a 800 rpm é bem sossegada.
O terceiro destaque é o espaço para os ocupantes. Nada de aperto para a “segunda classe”, o banco traseiro. Na minha referência há décadas para avaliar o espaço nessa parte de qualquer carro eu me sentando “atrás de mim”, o Virtus se destaca.
Fizemos um teste: o Paulo Keller, de 1,90 m, ajustou o banco para ele, que para mim fica bem afastado do painel, e mesmo assim, sentado atrás dele, ainda havia sobra de espaço para minhas pernas.
A largura interna permite três adultos bem sentados no banco traseiro, e todos têm seu cinto de três pontos e apoio de cabeça. O porta-malas é bem amplo, 525 litros. e as dobradiças “pescoço de ganso” não têm como espremer a bagagem. O vão de abertura é de 1,08 m x 0,50 m, bem adequado. O fecho é elétrico e tem botão externo, acima da placa, além do controle remoto pela chave-canivete.
Foi-me particularmente agradável ter os espelhos com ajuste elétrico, embora seja um item que faça parte do pacote Interatividade. Antes, por ocasião do teste do MSI manual, não era possível ter essa importante comodidade sob nenhuma forma. Pelo menos a fábrica acordou e eliminou essa inadmissível carência..
O interior é arejado e agradável e a carroceria de seis janelas ajuda nesse ponto. A decoração interna é moderna e segue o padrão da marca. As dimensões, formato e densidade da espuma dos dos bancos se juntam para acomodar bem bem o corpo, e o tecido cinza-médio é de bom toque e visual. Como eu disse no começo, muitos reclamam do “acabamento” da versão, na qual não vejo nada de errado. Mas gosto não se discute.
O que é o Virtus MSI: um “sedã à moda antiga” porém moderno e eficiente que atende bem a quem não se rende à avalanche de suves, quer se livrar do pedal de embreagem, e não quer raspar a conta bancária,
Assista ao vídeo:
BS
FICHA TÉCNICA DO VW VIRTUS MSI AUTOMÁTICO | |
MOTOR | |
Designação | EA211 R4 |
Descrição | 4-cilindros, transversal, bloco e cabeçote de alumínio, duplo comando de válvulas, 4 válvulas por cilindro, atuação indireta por alavanca-dedo roletada com fulcrum hidráulico, correia dentada, variador de fase na admissão contínuo por 50º, injeção no duto, flex, partida a frio sem injeção de gasolina |
Diâmetro x curso (mm) | 76,5 x 86,9 |
Cilindrada (cm³) | 1.598 |
Taxa de compressão (:1) | 11,5 |
Potência máxima (cv/rpm, G/A)) | 110/117/5.5.750 |
Torque máximo (m·kgf/rpm, G/A)) | 15,8/16.5/4.000 |
Comprimento da biela (mm) | 140 |
Relação r/l | 0,31 |
Corte de rotação | 6.500 (teórico, sobe marcha a 6.1000 rpm) |
Gerenciamento do motor | Continental Simos 15 |
TRANSMISSÃO | |
Câmbio | Transeixo dianteiro automático epicíclico Aisin AQ160-6F de 6 marchas marchas à frente e ré, Tiptronic pela alavanca, tração dianteira |
Relações das marchas (:1) | 1ª 4,667; 2ª 2,533; 3ª 1,556; 4ª 1,135; 5ª 0,859; 6ª 0,686; ré 3,394 |
Relações de diferencial (:1) | 3,683 |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, McPherson, braço transversal em “L”, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra antirrolagem |
Traseira | Eixo de torção, mola helicoidal e amortecedor pressurizado |
DIREÇÃO | |
Tipo | Pinhão e cremalheira, eletroassistida indexada à velocidade |
Diâmetro mín. de curva (m) | 10,5 entre guias, 10,9 entre paredes |
Relação de direção (média, :1) | 14,8 |
N° de voltas entre batentes | 3 |
FREIOS | |
De serviço | Hidráulico, duplo-circuito em diagonal, servoassistido a vácuo |
Dianteiros (Ø mm) | Disco ventilado/256 |
Traseiros (Ø mm) | Tambor/228 |
Controle | ABS (obrigatório), distribuição eletrônica das forças de frenagem e assistência à frenagem |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Aço 6J x 15 |
Pneus | 195/65R15H (estepe temporário 175/70R14S |
Marca e tipo no carro testado | Goodyear Effcientgrip, inclusive estepe |
PESOS (kg) | |
Em ordem de marcha | 1.163 |
Carga máxima | 437 |
CONSTRUÇÃO | |
Tipo | Monobloco em aço, sedã 4-portas, 5 lugares, subchassi dianteiro |
AERODINÂMICA | |
Coeficiente de arrasto (Cx) | 0,315 |
Área frontal (m²) | 2,150 |
Área frontal corrigida (m²) | 0,677 |
DIMENSÕES EXTERNAS (mm) | |
Comprimento | 4.482 |
Largura sem/com espelhos | 1.757 /1.964 |
Altura | 1.472 |
Distância entre eixos | 2.651 |
Bitola dianteira/traseira | 1.514/1.495 |
CAPACIDADES (L) | |
Porta-malas | 521 |
Tanque de combustível | 52 |
DESEMPENHO | |
Aceleração 0-100 km/h (s, G/A) | 11,3/10,8 |
Velocidade máxima (km/h, G/A)) | 186/190 |
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL INMETRO/PBEV | |
Cidade (km/l, G/A) | 10,8/7,8 |
Estrada (km/l, G/A) | 13,8/9,8 |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
v/1000 em 6ª (km/h) | 46,4 |
Rotação em 6ª a 120 km/h (rpm) | 2.590 |
Rotação em vel. máxima, 5ª (rpm) | 5.200 |
MANUTENÇÃO | |
Revisão (km/tempo) | 10.000/1 ano (as três primeiras grátis) |
Troca de óleo do motor (km/tempo) | 10.000/1 ano |
Óleo do câmbio | Toda-vida, só verificação de nível nas revisões |
GARANTIA | |
Tempo, veículo completo | 3 anos |
Perfuração por corrosão | 12 anos |
EQUIPAMENTOS DE SÉRIE E OPCIONAIS DO VIRTUS MSI AT |
Acionamento elétrico um-toque dos 4 vidros |
Alarme com controle remoto |
Alerta sonoro de cintos dianteiros desatados |
Alerta sonoro de faróis ligados ao desligar motor |
Alto-falantes (4) |
Antena de teto traseira |
Apoios de cabeça dianteiros com ajuste de altura |
Apoios de cabeça e cintos de três pontos no banco traseiro (3) |
Ar-condicionado com filtro de poeira e pólen |
Banco do motorista com ajuste milimétrico de altura |
Banco traseiro com encosto rebatível |
Bancos revestidos em tecido |
Bolsas infláveis frontais (obrigatórias) e laterais |
Câmbio automático epicíclico de 6 marchas |
Carcaças dos espelho retrovisores externo na cor do veículo |
Chave-canivete com controle remoto |
Cintos dianteiros com ajuste de altura e pré-tensionador |
Cintos traseiros de 3 pontos e apoio de cabeça nos três lugares |
Colunas centrais com apliques em preto fosco |
Desembaçador do vidro traseiro |
Direção eletroassistida |
Engates Isofix e pontos de fixação superior para 2 bancos infantis |
Espelhos externos com ajuste manual interno |
Faróis de dupla parábola com lâmpadas halógenas |
Grade dianteira com inserto cromado |
Iluminação interna |
Interruptor para desativar a bolsa inflável do passageiro |
I-System – computador de bordo |
Luz de cortesia dianteira |
Luzes de leitura dianteira e duas traseiras |
Maçanetas das portas e espelho na cor do veículo |
Manopla da alavanca em couro |
Palhetas do limpador de para-brisa com desenho aerodinâmico |
Para-sóis com espelho e iluminação |
Partida a frio sem injeção de gasolina |
Pisca 3 |
Porta-óculos |
Rodas de aço 15-pol. com supercalotas, pneus 195/65R15 |
Sistema de infotenimento Media Plus com rádio AM/FM, Bluetooth, App-Connect, MP3 player, e entradas USB, SD-Card e AUX-IN |
Suporte para celular removível com tomada USB para carga |
Temporizador do limpador de para-brisa com 4 intervalos |
Tomada 12 V no console central |
Travamento elétrico e remoto de portas, porta-malas e tanque |
Travamento automáticos das portas ao veículo atingir 15 km/h |
Volante multifuncional |
OPCIONAIS |
Safety Pack – R$ 1.430 – Assistente de parrida em aclive, controle de estabilidade e tração |
Interatividade – R$ 3.480 – Sensor de estacionamento traseiro, ajuste elétrico dos espelhos com desvio da orientação para baixo ao selecionar ré, rodas de liga de alumínio 15″ desenho Scimitar |
CORES |
Preto Ninja sólida (sem custo extra); branco Cristal, vermelho Tornado, sólidas (R$ 490); azul Night, cinza Platinum, prata Sirius, prata Tungstênio, metálicas (R$ 1.570) |
(Atualizado em 7/04/19 às 18h00, substituição de todas as fotos por serem da versão MSI manual, exceto o gráfico, acréscimo de duas e de um parágrafo no final sobre os espelhos externos)
(Atualizado em 9/04/19 às 22h30, retirada da informação que dizia serem grátis as três primeiras revisões — 10.000 km, 20.000 km, 30.000 km — aplicável á versão de topo 200 TSI Highline somente)