Dessa “dose”, a maior curiosidade estava no T-Cross “de entrada”, chamado simplesmente de 200 TSI e dotado de um item que as forças do mal querem a toda força extinguir: o câmbio manual, nesse caso um 6-marchas da casa, o MQ200A-6F. Maior curiosidade porque nunca o havíamos dirigido até ser lançado no final de março, no Rio de Janeiro, juntamente com seu irmão de câmbio automático. Quem esteve lá foi o editor Josias Silveira e que por isso está comigo nesta dose dupla.
Até então só conhecíamos o de motor 1,4 TSI, o Highline, topo de linha, mostrado todo camuflado no começo de outubro do ano passado na pista da Fazenda Capuava, em Indaiatuba, primeira vez em que pude dirigi-lo. Mais tarde, em 1/11, foi apresentado oficialmente numa festança em São Paulo, já sem disfarce, evento simultâneo com um em Xangai, na China, e outro em Amsterdã. na Holanda.. O barulho tinha motivo, era a apresentação que simbolizava a integração dos três continentes onde o T-Cross será produzido, Brasil, Europa e Ásia e significava a chegada do primeiro suve fabricado pela Volkswagen do Brasil. Mas até dirigir a versão de produção levaria um tempo.
Só em 19 de fevereiro, saindo da fábrica VW de São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, que comemorava seus 20 anos de existência e de onde sairão os T-Cross, que o dirigi numa viagem de 207 quilômetros até Balneário de Camboriú, no vizinho Estado de Santa Catarina., Foi a primeira vez que os preços públicos do novo VW foram revelados::200 1,0 TSI L manual, R$ 84.990,00; 200 1,0 TSI automático, R$ 94.990,00, Comfortline 1,0 200 TSI, R$ 99.990,00, e Highline 1,4 TSI, R$ 109.990,00.
A primeira parte desta dose dupla começa pelo Josias, impressões do T-Cross 200 TSI manual completa com ficha técnica e lista de equipamentos. Em seguida vem o T-Cross 250 TSI Highline, escrita por mim.
O 200 TSI manual por Josias Silveira
Sem dúvida, o T-Cross com o motor 1,0 turbo, o 200 TSI, é o mais importante da nova linha. A própria VW é a primeira a reconhecer isto quando prevê que cerca de 75% das vendas deste novo suve compacto vão se concentrar exatamente neste motor de três cilindros e 12 válvulas. Principalmente pelo preço, que começa em R$ 84.990 para a versão com câmbio manual de seis marchas. Não chega a ser exatamente uma pechincha, mas é um valor bastante competitivo neste segmento que a VW tanto demorou a chegar com fabricação local, inaugurado pela Ford em 2003 com o EcoSport.
Mesmo assim, o T-Cross traz qualidades para rapidamente se posicionar entre os mais vendidos. Só que, entre as versões mais vendidas deste 200 TSI, a VW não prevê grande sucesso para a melhor versão em desempenho e prazer ao dirigir: as vendas previstas do T-Cross com câmbio manual não devem ultrapassar 10% do total.
E em poucos carros a diferença ao volante é tão grande quanto no T-Cross com câmbio manual e o equipado com o câmbio automático. Ambos têm seis marchas e o automático (epicíclico) é um competente Aisin, bastante acertado para este motor que tende a se tornar padrão nos novos VW. Surgiu no Golf/Golf Variant, chegou aos novos Polo/Virtus; em seguida no Gol e Voyage 1,6, ao novo Jetta, e agora está no T-Cross.
As diferenças numéricas de aceleração máxima e consumo dos dois tipos de câmbio refletem esta diferença de rendimento, mas não conseguem traduzir o que se sente ao volante. A grande virtude deste 999-cm³ de três cilindros está exatamente no bom torque, tanto que a VW agora usa exatamente este numero para designar o motor: o ‘200’ do TSI significa 200 newtons·metro (N·m) de torque (ou 20,4 m·kgf na unidade ainda mais utilizada no Brasil).
Claro que também foi uma forma da VW “esconder” a cilindrada, já que os motores “um-ponto-zero” ainda carregam a má fama de seu início nos anos 1990, quando mal passavam de 50 cv de potência e seu torque ficava em torno dos 8 m·kgf (e isto com o motor gritando em alta rotação). Tudo isto mais que dobrou neste premiado motor TSI (são 116/128 cv a 5.500 rpm) e, o mais importante, o bom torque de 20,4 m·kgf se mantém neste valor máximo entre 2.000 e 3.500 rpm, independente de haver gasolina ou álcool no tanque de 52 litros.
Mesmo assim, nas redes sociais os “pilotos de teclado” conseguem fazer piadas sem-graça sobre um “SUV com motor 1.0”. Ainda não se tocaram — está demorando — que os motores atuais, mais ecológicos e com turbo, têm tanto rendimento quanto aqueles mais antigos com o dobro da cilindrada.
Tradução prática: com câmbio manual, na estrada raramente se usa a quinta marcha, a não ser para uma ultrapassagem mais rápida. A 120 km/h, nesta sexta marcha longa (overdrive), o motor trabalha a 2.800 rpm. Ou seja, em baixa rotação já está na sua faixa de torque máximo e se recupera velocidade com um simples toque de acelerador (aliás, desde os 80 km/h, a 1.900 rpm, quando já produz 57 cv ou 44,5% da potência máxima), sem necessidade de puxar uma quinta marcha.
E esse torque, que aumenta rapidamente a rotação, é acompanhado de um delicioso “gargarejo” do ar sendo forçado para dentro do motor pelo turbocompressor. Uma sensação quase esportiva num suver que não tem essa pretensão. Aliás, principalmente com câmbio manual, o T-Cross passa muito bem a sensação de se estar ao volante de um bom hatch, ainda mais que seu comprimento total é de 4.199 mm. Mesmo em trânsito urbano, a tendência é trocar rapidamente as marchas ou pular uma ou outra e andar em baixa rotação, o que certamente ajuda muito a se ter um baixo consumo de combustível.
Os engates são precisos, padrão VW, a embreagem bastante leve e as seis marchas foram aproveitadas com um acadêmico escalonamento que o gráfico dente de serra permite visualizar. Esse câmbio manual combinado com relação a relação de diferencial resultou num autêntico 5+E com velocidade máxima em quinta, motor a 5.350 rpm, bem pouco abaixo da rotação de potência máxima (150 rpm menos).
O alcance nas marchas, motor a 6.000 rpm, são: 1ª 44 km/h, 2ª 84 km/h, 3ª 129 km/h, 4ª 169 km/h, e 5ª 189 km/h (velocidade máxima). Ficou mesmo muito bom.
Baixo ruído interno e ausência de trepidação em marcha-lenta completam um pacote tecnológico bastante competente neste modelo de entrada da VW no segmento dos suves compactos. O trabalho de coxinização, com apoios que filtram quase totalmente a trepidação característica dos motores tricilindro, é exemplar.
Mas não deixa de ser estranho ao abrir o capô encontrar um pequeno três cilindros cujo cabeçote tem as dimensões de um pão de forma. Não por acaso, este motor deu ao up! TSI a fama de “bengador” (gíria atual que significa carro que dá pau, some na estrada).
Já com câmbio automático, o T-Cross perde boa parte do brilho de desempenho deste motor “pequetito pero cumplidor”. Claro, este Aisin (empresa do grupo Toyota) deixa o T-Cross muito mais cômodo de dirigir principalmente em trânsito congestionado, evitando o uso constante e cansativo da embreagem para colocar primeira-segunda-primeira-ponto morto…
Mas, nas estradas e arrancadas, o câmbio automático “anestesia” o ânimo do motor em subir de rotação rapidamente. O motor passa de “animado” para ser apenas “o suficiente”. O T-Cross muda de personalidade.
Os números refletem tudo isso parcialmente, pois não traduzem sensações.
O T-Cross manual, com gasolina, faz o 0 a 100 km/h em 10 s e chega a 183 km/h; o automático, 10,9 s e 179 km/h. Já com álcool o manual vai de 0 a 100 km/h em 9,6 s e chega a 189 km/h. E o automático, 0-100 km/h em 10,4 s e velocidade máxima de . Com câmbio automático,e álcool, a aceleração piora em quase um segundo, indo de parado a 100 km/h em 10,4 s. E a máxima perde 6 km/h quando com gasolina, caindo para 183 km/h.
Claro que isto também se reflete no consumo de acordo com as normas do Inmetro: o manual faz 12,2/8,5 km/l na cidade e 14,5/10,1 na estrada. O automático, 11,0/7,6 km/l na cidade e 13,5/9,5 km/l na estrada. Com câmbio manual, viajando entre 100/120 km/h certamente o consumo com gasolina pode passar dos 16 km/litro.
O preço aumenta bastante na versão automática: vai de R$ 84.990 do manual para R$ 94.990 e chega aos 99.990 para o Comfortline). Mas, o pulo de quase R$ 10 mil não pode ser creditado apenas ao câmbio automático, já que esta versão ganha também outros equipamentos. A versão de entrada, manual, tem um interior bastante simples, com excesso de plástico, ainda que de boa qualidade e com texturas bem trabalhadas.
Mas, todos já trazem de série o controle de estabilidade e tração, seis bolsas infláveis, freio a disco também na traseira, bloqueio de diferencial eletrônico, volante com ajustes de altura e disttância,, assistente de partida em aclives, sensores traseiros de estacionamento, engates Isofix,, LEDs diurnos de posição e volante multifuncional, entre outros.
Já a versão seguinte — além do câmbio automático e tudo que já vem de série na versão de entrada — conta com controle de velocidade, descansa-braço central com porta-objetos, volante em couro com borboletaa , duas entradas USB também para o banco traseiro (que traz ainda saídas de climatização), sistema de som de melhor qualidade, tela em cores tátil (de 6,5 polegadas) e App-connect.
Claro, existem opcionais para as duas versões, inclusive rodas de 17 polegadas para o automático. Ambos saem com aros de 16”.
Mas, o interior só se torna mais luxuoso na versão de topo Comfortiline, que traz muito mais equipamentos (ar-condicionado digital, porta-luvas refrigerado, câmera de ré, indicador de pressão de pneus e até frenagem automática pós-colisão). O Comfortline conta com quatro diferentes pacotes de opcionais, com todo tipo de equipamentos, inclusive chave de presença, teto solar panorâmico, bancos em couro, tela de 8″,uma série de comodidades luxuosas e/ou eletrônicas (inclusive assistente de estacionamento) que fazem seu preço passar bastante dos R$ 100.000.
De qualquer forma, apesar das diferenças óbvias de dimensões de carroceria e estilo, a VW conseguiu trazer para o T-Cross muitas das qualidades dos recentes Polo e Virtus. Inclusive economizando em peso com tecnologia. Um Virtus tem massa de 1.192 kg, enquanto o T-Cross de entrada vai para 1.215 kg, apenas 23 kg a mais. Daí a semelhança de desempenho, só prejudicada em velocidades mais elevadas devido ao Cx pior (0,362) é à maior área frontal (2,34 m²) T-Cross.
O T-Cross 200 TSI manual é mesmo alegria para aprecia um suve compacto e um bom câmbio manual.
JS
FICHA TÉCNICA VW T-CROSS 200 TSI | ||
Manual | Automático | |
MOTOR | ||
Designação | EA211 R3 TSI | |
Descrição | 3 cilindros em linha, dianteiro, transversal, bloco e cabeçote de alumínio, 4 válvulas por cilindro, duplo comando de válvulas, correia dentada, variador de fase admissão e escapamento, atuação indireta por alavanca-dedo roletada com fulcrum hidráulico, aspiração forçada por turbocompressor com interresfriador, coletor de escapamento integrado ao cabeçote, injeção direta, gerenciamento Bosch MED, flex | |
Diâmetro x curso (mm) | 74,5 x 76,4 | |
Cilindrada (cm³) | 999 | |
Taxa de compressão (:1) | 10,5 | |
Potência máxima (cv/rpm, G/A) | 116/128/5.500 | |
Torque máximo (m·kgf/rpm, G/A) | 20,4/2.000 a 3.500 | |
Comprimento da biela (mm( | 139 | |
Relação r/l | 0,274 | |
TRANSMISSÃO | ||
Câmbio | Transeixo dianteiro com câmbio automático epicíclico Aisin AQ250-6F de 6 marchas automáticas à frente e ré, conversor de torque com bloqueio e controle de neutro, tração dianteira | |
Relações das marchas (:1) | 1ª 3,769; 2ª 1,955; 3ª 1,281; 4ª 0,973; 5ª 0,778; 6ª 0,642; ré 3,182 | 1ª 4,459; 2ª2,508; 3ª 1,556; 4ª 1,142; 5ª 0,851; 6ª 0,672; ré 3,185 |
Relações de diferencial (:1) | 4.353 | 3,502 |
SUSPENSÃO | ||
Dianteira | Independente, McPherson, braço em “L” mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra antirrolagem de Ø 21 mm | |
Traseira | Eixo de torção, mola helicoidal e amortecedor pressurizado | |
DIREÇÃO | ||
Tipo | Pinhão e cremalheira, eletroassistida com motor na coluna de direção, indexada à velocidade | |
Diâmetro mínimo de curva (m) | 10,9 | |
Relação de direção média (:1) | 14,1 | |
N° de voltas entre batentes | 3 | |
FREIOS | ||
De serviço | Hidráulico, duplo-circuito em diagonal, servoassistido a vácuo | |
Dianteiros (Ø mm) | Disco ventilado/276 | |
Traseiros (Ø mm) | Disco/230 | |
Controle | ABS (obrigatório), distribuição eletrônica das forças de frenagem e assistência à frenagem | |
RODAS E PNEUS | ||
Rodas | Liga de alumínio 6Jx16 | Liga de alumínio 6Jx16 ou 6,5Jx17 |
Pneus | 205/60R16 | 205/60R16 ou 205/55R17 |
PESOS (kg) | ||
Em ordem de marcha | 1.215 | 1.252 |
Carga máxima | 445 | 458 |
Peso máx. rebocável comsem freio (kg) | 400 | 500 |
CONSTRUÇÃO | ||
Tipo | Monobloco em aço, suve, 4-portas, 5 lugares, subchassi dianteiro | |
AERODINÂMICA | ||
Coeficiente de arrasto (Cx) | 0,362 | |
Área frontal (m²) | 2,340 | |
Área frontal corrigida (m²) | 0,847 | |
DIMENSÕES EXTERNAS (mm) | ||
Comprimento | 4.199 | |
Largura sem/com espelhos | 1.760 / 1.977 | |
Altura | 1.568 | |
Distância entre eixos | 2.651 | |
Bitola dianteira/traseira | 1.531/1.516 | |
Distância mínima do solo | 191 | |
CAPACIDADES (L) | ||
Porta-malas | 373 a 420 dependendo da inclinação do encosto do banco traseiro | |
Tanque de combustível | 52 | |
DESEMPENHO | ||
Aceleração 0-100 km/h (s, G/A) | 10,0/9,6 | 10,9/10,4 |
Velocidade máxima (km/h,G/A, km/h) | 183/189 | 179/184 |
CONSUMO INMETRO/PBEV | ||
Cidade (km/l, G/A) | 12,2/8,5 | 11,0/7,6 e 10,8/7,6 (roda 17″) |
Estrada (km/l) (G/A) | 14,5/10,1 | 13,5/9,5 e 13,4/9,5 (roda 17″) |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | ||
v/1000 em 6ª (km/h) | 42,8 | 50 |
Rotação em 6ª a 120 km/h (rpm) | 2.800 | 2.400 |
Rotação à vel. máxima (rpm) | 5.350 (5ª) | 6.250 (4ª) |
MANUTENÇÃO E GARANTIA | ||
Revisão/troca de óleo do motor (km/tempo) | 10.000/12 meses | |
Garantia total (tempo) | Três anos, 6 anos contra perfuração de chapa |
EQUIPAMENTOS DE SÉRIE DO VW T-CROSS 200 TSI MANUAL |
Alerta sonoro e visual de cintos de segurança dianteiros desatados |
Alto-falantes (2 dianteiros e 2 traseiros ) |
Antena no teto |
Apoios de cabeça no banco traseiro com ajuste de altura (3) |
Ar-condicionado com filtro de poeira e pólen |
Assistente para partida em aclive |
Banco do motorista com ajuste milimétrico de altura |
Banco do passageiro dianteiro rebatível |
Banco traseiro com encosto rebatível bipartido |
Bancos revestidos de tecido – Malharia “Bandula” |
Bolsa inflável para motorista e passageiro (obrigatório) com desativação para a do passageiro |
Bolsas infláveis laterais nos bancos dianteiros e de cortina |
Câmbio manual de 6 marchas |
Cintos de segurança dianteiros com regulagem de altura e pré-tensionador |
Cintos de segurança traseiros automáticos de 3 pontos (inclusive o central) |
Colunas centrais com aplique preto fosco |
Computador de bordo com mostrador multifuncional Plus |
Controle eletrônico de estabilidade e tração e bloqueio eletrônico do diferencial |
Desembaçador, limpador e lavador do vidro traseiro |
Direção eletroassistida |
Engates Isofix para dois bancos infantis com fixação superior |
Espelhos retrovisores externos com ajuste elétrico e função de abaixar no lado lado direito |
Faróis com função com luz de acompanhamento com luz de rodagem diurna em LED na região dos faróis de neblina |
Faróis de neblina com função luz de conversão estática |
Faróis duplos com máscara escurecida |
Grade dianteira na cor preto fosco |
Iluminação no porta-malas |
Lanternas traseiras em LED |
Luzes de leitura dianteiras e traseiras |
Maçanetas das portas e carcaças dos espelhos retrovisores na cor do veículo |
Para-choques dianteiro e traseiro na cor do veículo |
Parafusos das rodas com sistema antifurto |
Para-sóis com espelho e iluminação |
Pneus 205/60 R16 de baixa resistência à rolagem |
Porta-malas com sistema de ajuste variável de espaço |
Rack (estrado) de teto longitudinal na cor preta |
Repetidoras de setas nos retrovisores |
Rodas de liga de alumínio de 16″ |
Sensor crepuscular |
Sensores de estacionamento traseiros |
Sistema de alarme antifurto com comando remoto |
Sistema de som “Media Plus” com rádio AM/FM, Bluetooth, MP3 player e entradas USB e SD-card |
Tomada 12 V no console central e no compartimento de bagagens |
Travamento elétrico e remoto das portas, porta-malas e tampa de combustível |
Vidros elétricos dianteiros e traseiros com função um-toque nos dianteiros |
Volante de direção com ajuste de altura e distância |
Volante multifuncional |
OPCIONAL |
Pacote Interative – R$ 1.720,00 – Alto-falantes (4 dianteiros de 2 traseiros); App-Connect; câmera de ré, sensores de estacionamento traseiros e dianteiros; sistema de áudio Composition Touch com tela de 6,5″ |
T-Cross 250 TSI por Bob Sharp
Claro, eu já havia falado nele na tal viagem da fábrica da VW em São José dos Pinhais ao Balneário de Camboriú, mas para conhecer melhor um carro nada como andar com ele onde se tem todas as referências, entre elas a Estrada dos Romeiros, palco dos testes do AE.
Usando normalmente na cidade ou pegando um estrada, essa versão do T-Cross se mostra um veículo sereno e silencioso. Sua suspensão está no compromisso correto entre estabilidade e conforto, duas características bem difíceis de conciliar no inaceitável piso brasileiro. a direção eletroassistida é exemplar.
Esse novo VW é mesmo bem-acertado, eu já havia notado isso.. Dirigindo-o desaparece toda impressão de se estar num suve, é mais para um hatchback mais alto do que o normal. Me lembrou — em ponto bem menor, bem-entendido — o Porsche Macan que testei, a versão 2-litros com motor EA888 turbo de 237 cv. Impressão em tudo, do desempenho à maneira elegante como encara e faz as curvas tomadas com mais vigor.
Seu motor 250 TSI, o único de quatro cilindros na linha T-Cross, como já disse no teste recente do Jetta, é um belo curinga. Onde ele vai instalado, como nesta versão do T-Cross, cumpre à perfeição sua missão, o carro anda impressionantemente bem e, melhor, é frugal em combustível. Por aí se vê a que ponto chega a tecnologia do turbocompressor no seu papel de encher os cilindros do motor.
É por isso que um 1.395- cm³ consegue a proeza de acelerar esta versão do T-Cross da imobilidade a 100 km/h em apenas 8,7 segundos. Mas essa é apenas uma referência criada pelo jornalista e testador americano Tom McCahill (1907-1975), o “Uncle Tom” da revista Mechanix Illustrated, hoje adotada universalmente pela imprensa automobilística e pelas fabricantes. Nas situações de trânsito mais diversas, o que o pequeno motor atende às chamadas do pé direito realmente impressiona, considerando o tipo de veículo. Até com câmbio automático epicíclico, que mesmo sendo de primeira grandeza mata um pouco o desempenho, como comentei recentemente no teste do Virtus automático.
O motor flex de 150 cv a 5.000 rpm com gasolina e mesma potência, porém de 4.500 a 6.000 rpm com álcool, faz a versão de 1.292 kg em ordem de marcha parecer pesar menos. É como se a relação peso-potência fosse menor que 8,6 kg/cv. Apesar da aerodinâmica desfavorável para o atingir altas velocidades — Cx 0,36 e área frontal corrigida de 0,852 m² — este utilitário chega a 198 km/h. Dificilmente se poderá usufruir dessa capacidade, mas só saber que pode dá´uma sensação agradável para quem aprecia um bom automóvel, como saber que não faria tão feio numa Autobahn.
Esse traço do T-Cross 250 TSI é complementado pelo eficiente câmbio automático de seis marchas importado do Japão, moderno em sua essência. Tem controle de neutro, bloqueio do conversor da terceira em diante, e há a bem-vinda aceleração interina, embora mais acentuada com o câmbio no modo S. As trocas são sempre bem rápidas, não importa se automáticas ou manuais pela alavanca seletora ou então pelas borboletas. A v/1000 em sexta é 55,3 km/h, o que lhe permite cruzar numa rodovia a 120 km/h de velocidade verdadeira com o motor a apenas 2.200 rpm.
É um câmbio 5+E, vale dizer velocidade máxima atingida em 5ª marcha estando com álcool no tanque já que a 4.500 rpm o motor já entrega potência máxima. Com gasolina, a rigor, vai em quarta a 6;100 rpm, uma vez que nesse caso potência máxima só surge a 5.000 rpm. Mas isso é preciosismo meu, pois na prática, em uso normal, não há com que se preocupar com esse aspecto.
Os alcances nas marchas são: 1ª 46 km/h, 2ª 82 km/h, 3ª 132 km/j, 4ª 180 km/h e 5ª 198 km/h.
Esse versão do T-Cross é frugal em combustível. Os números oficiais deixam isso claro: 11/7,7 km/l na cidade e 13,2/9,3 km/l, na estrada. No vídeo eu comento que no percurso habitual do bairro de Moema.onde moro, até à Maison Blanche, na Estrada dos Romeiros, 51 quilômetros, o computador de bordo acusou 14,2 km/l de gasolina, melhor que o dado de fábrica mesmo sem ser utilização exclusiva na rodovia.
O T-Cross é um veículo cômodo, com bastante espaço interno, mas seu porta-malas é um pouco menor do que seria desejável, 373 litros. Há o recurso do colocar os encostos do banco traseiro em posição menos inclinada, o que eleva esse volume para 420 litros, mas sentar-se ali com o encosto nessa posição é algo desconfortável, só vale para percursos curtos.
O veículo é bem-dotado de itens de alta tecnologia e infotenimento, como pode ser visto no final na lista de equipamentos de série e opcionais. Obteve nota máxima em segurança nos testes de impacto. E capaz de agradar a todos os públicos, dos autoentusistas aos que consideram o automóvel apenas um meio de transporte. Tem credenciais para ter uma exitosa carreira ao lado do 200 TSI Comfortline e do 200 TSI “puro” com suas duas opções de câmbio..
BS
Assista ao vídeo:
Fotos:Paulo Keller
Captação de vídeo: Paulo Keller e Márcio Salvo
Edição de vídeo: Márcio Salvo
FICHA TÉCNICA VW T-CROSS 250 TSI HIGHLINE | |
MOTOR | |
Designação | EA211 R4 |
Descrição | 4 cilindros em linha, dianteiro, transversal, bloco e cabeçote de alumínio, 4 válvulas por cilindro, duplo comando de válvulas, correia dentada, variador de fase admissão e escapamento, atuação indireta por alavanca-dedo roletada com fulcrum hidráulico, aspiração forçada por turbocompressor com interresfriador, coletor de escapamento integrado ao cabeçote, injeção direta, gerenciamento Bosch MED, flex |
Diâmetro x curso (mm) | 74,5 x 80 |
Cilindrada (cm³) | 1.395 |
Taxa de compressão (:1) | 10 |
Potência máxima (cv/rpm, G/A) | 150/5.5000//150/4.500 a 6.000 |
Torque máximo (m·kgf/rpm, G/A) | 25,5/1.500 a 3.800//25,5/1.500 a 4.000 |
Comprimento da biela (mm( | 140 |
Relação r/l | 0,285 |
TRANSMISSÃO | |
Câmbio | Transeixo dianteiro com câmbio automático epicíclico Aisin AQ250-6F de 6 marchas automáticas à frente e ré, conversor de torque com bloqueio e controle de neutro, tração dianteira |
Relações das marchas (:1) | 1ª 4,459; 2ª 2,508; 3ª 1,556; 4ª 1,142; 5ª 0,851; 6ª 0,672; ré 3,185 |
Relações de diferencial (:1) | 3,234 |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, McPherson, braço em “L” mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra antirrolagem de Ø 21 mm |
Traseira | Eixo de torção, mola helicoidal e amortecedor pressurizado |
DIREÇÃO | |
Tipo | Pinhão e cremalheira, eletroassistida com motor na coluna de direção, indexada à velocidade |
Diâmetro mínimo de curva (m) | 10,9 |
Relação de direção média (:1) | 14,1 |
N° de voltas entre batentes | 3 |
FREIOS | |
De serviço | Hidráulico, duplo-circuito em diagonal, servoassistido a vácuo com bomba auxiliar |
Dianteiros (Ø mm) | Disco ventilado/276 |
Traseiros (Ø mm) | Disco/230 |
Controle | ABS (obrigatório), distribuição eletrônica das forças de frenagem e assistência à frenagem |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Liga de alumínio 6,5Jx17 |
Pneus | 205/55R17V |
Estepe | Temporário, roda de aço, pneu 165/65R16 |
PESOS (kg) | |
Em ordem de marcha | 1.292 |
Carga máxima | 448 |
Peso máx. rebocável com ou sem freio (kg) | 550 |
CONSTRUÇÃO | |
Tipo | Monobloco em aço, suve, 4-portas, 5 lugares, subchassi dianteiro |
AERODINÂMICA | |
Coeficiente de arrasto (Cx) | 0,364 |
Área frontal (m²) | 2,340 |
Área frontal corrigida (m²) | 0,852 |
DIMENSÕES EXTERNAS (mm) | |
Comprimento | 4.199 |
Largura sem/com espelhos | 1.760 / 1.977 |
Altura | 1.570 |
Distância entre eixos | 2.651 |
Bitola dianteira/traseira | 1.524/1.509 |
Distância mínima do solo | 191 |
CAPACIDADES (L) | |
Porta-malas | 373 a 420 dependendo da inclinação do encosto do banco traseiro |
Tanque de combustível | 52 |
DESEMPENHO | |
Aceleração 0-100 km/h (s, G/A) | 8,7 |
Velocidade máxima (km/h,G/A, km/h) | 198 |
CONSUMO INMETRO/PBEV | |
Cidade (km/l, G/A) | 11/7,7 |
Estrada (km/l) (G/A) | 13,2/9,3 |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
v/1000 em 6ª (km/h) | 55,3 |
Rotação em 6ª a 120 km/h (rpm) | 2.200 |
Rotação à vel. máxima em 5ª (rpm) | 4.600 |
MANUTENÇÃO E GARANTIA | |
Revisão/troca de óleo do motor (km/tempo) | 10.000/12 meses |
Troca do óleo do câmbio | Vida-toda |
Garantia total (tempo) | Três anos, 6 anos contra perfuração de chapa |
EQUIPAMENTOS DE SÉRIE DO VW T-CROSS 250 TSI HIGHLINE |
COMODIDADE, PRATICIDADE E VISUAL |
Alarme antifurto com comando remoto |
App-Connect |
Ar -condicionado com filtro de poeira e pólen com saída para o banco traseiro |
Ar-condicionado com controle eletrônico de temperatura Climatronic |
Assistente de partida em aclive |
Banco do motorista com suporte lombar ajustável |
Banco do passageiro com encosto dobrável para frente |
Banco traseiro com encosto bipartido e rebatível |
Bancos revestidos em couro |
Bolsas infláveis frontais (obrigatórias), laterais e de cortina |
Câmbio automático de seis marchas |
Câmera de ré |
Colunas centrais com apliques em preto brilhante |
Computador de bordo com mostrador multifuncional Plus |
Controlador automático de velocidade de cruzeiro |
Controle de estabilidade |
Controle de tração e bloqueio eletrônico do diferencial |
Descansa-braço central com porta-objetos |
Detector de fadiga do motorista |
Direção eletroassistida com volante ajustável em altura e distância |
Duas entradas USB de carga para uso dos passageiros traseiros |
Engates Isofix para dois bancos infantis com fixação superior |
Espelho retrovisor interno eletrocrômico |
Espelhos com ajuste elétrico e função do direito abaixar orientação ao engatar ré |
Espelhos retrovisores com rebatimento automático |
Faróis com função de luz de chegada e afastamento |
Faróis de neblina com função luz de curva |
Faróis de neblina com moldura cromada |
Frisos cromados na região inferior dos vidros laterais |
Grade dianteira com moldura inferior cromada e moldura inferior cromada |
Grade dianteira em acabamento preto brilhante |
Iluminação ambiente em LED |
Iluminação interna na região dos pés |
Indicador de controle da pressão dos pneus e sistema de frenagem pós-colisão |
Insertos decorativos em tecnologia IMD no painel |
Lanternas traseiras em LED |
Luz de rodagem diurna (DRL) em LED próxima aos faróis de neblina |
Maçanetas externas das porta e carcaças dos espelhos externos na cor do veículo |
Manopla da alavanca do freio de estacionamento em couro |
Manopla da alavanca seletora de câmbio em couro |
Motor 250 TSI – 150 cv |
Para-choque traseiro com apliques cromados na região inferior |
Parafusos das rodas com sistema antifurto |
Para-sóis com espelho e iluminação |
Pedais com sapatas de alumínio esportivas |
Porta-luvas refrigerado e com iluminação |
Porta-malas com sistema de ajuste variável de espaço |
Rack (estrado) de teto longitudinal em acabamento prata anodizado |
Revestimento interno em cor Deep Blue |
Rodas de liga de alumínio 17″ com pneus 205/55R17 de baixa resistência rolagem |
Sapatas de pedais de alumínio |
SEGURANÇA |
Sensores de chuva e crepuscular |
Sensores de obstáculos na traseira e na dianteira |
Sistema de acesso ao veículo sem chave e partida do motor por botão |
Sistema de áudio Composition Touch, tela tátil de 6,5″ com APP-Connect, dois alto-falantes adicionais |
Sistema de frenagem automática pós-colisão |
Sistema de secagem automática dos discos de freio |
Sistema desliga-liga motor nas paradas (start/stop) |
Sobretapetes em carpete (4) |
Suporte para smartphone no painel, removível, e tomada USB para carga |
Travamento elétrico remoto das portas, porta-malas e portinhola do bocal de abastecimento de combustível |
Vidros das janelas com acionamento elétrico um-toque nas dianteiros |
Volante de direção multifuncional revestido em couro com borboletas de troca de marchas |
OPCIONAIS |
Pacote Sky View – teto solar panorâmico e duas luzes de leitura dianteiras (nesse caso sem luzes de leitura traseiras): R$ 4.800 |
Pacote Innovation – Antena Diversity, quadro de instrumentos combinado digital e ativo, seletor de modo de condução, função ECO,sistema de áudio Discover Media com navegador e tela tátil de 8″, comando de voz, entrada USB no console central: R$ 4.000 |
PacoteTech & Beats – assistente de estacionamento Park Assist 3.0, faróis em LED com luz de rodagem diurna integrada, regulagem do facho do farol automática e dinâmica, sistema de áudio premium Beats Sound com subwoofer: R$ 6.050 |
CORES |
Preto Ninja sólida – sem custo adicional; branco Puro, R$ 590; Metálicas, R$ 1.400: azul Norway, cinza Platinum, prata Sargas, vermelho Crimson; Perolizadas, R$ 1.890: bronza Namíbia (tom marrom) e Laranja Energetic |