Depois do teste do Jetta GLI, que não traz faróis de neblina, seguiu-se uma avalanche de discussão em torno da questão. Até se entende a surpresa, às vezes indignação, de quem sempre admirou esses faróis auxiliares.
Para entender a questão, o AE conversou com Carlos Eduardo Bertozzi, diretor-geral da Hella do Brasil Automotive Ltda., centenária, fabricante alemã de sistemas de iluminação e equipamentos elétricos que tem filial no Brasil desde novembro de 2011, com fábrica em Indaiatuba, SP, inaugurada em março de 2016.
“Faróis de neblina são inerentemente limitados no sentido de iluminarem apenas .poucos metros à frente. A experiência mostra que quando a neblina é forte não se consegue andar a mais que 10 km/h, então o mais prudente mesmo é encostar. Na verdade, os faróis de neblina têm mais apelo estético do que qualquer outra coisa.”, disse Bertozzi. “Em verdade, servem mais para o carro ser visto do que iluminar” completou.
Mas eliminar os faróis de neblina não seria possível, nem admissível, sem a notável evolução dos faróis dos veículos — até “inteligentes”, pode-se dizer — em que no mesmo bloco ótico são atribuídas várias funções, entre elas auxílio em condições climáticas adversas como a neblina.
Tudo está compreendido dentro do que a Hella chama de Sistema Avançado de Iluminação Dianteira (AFS, na sigla em inglês), em que os faróis são adaptativos.
Essa adaptabilidade se dá em diversas condições de uso do veículo, mas a que nos interessa nesse caso específico são aquelas adversas como chuva, neblina e neve. O alcance do facho é diminuído para reduzir os reflexos luminosos produzidos pelo próprio veículo, o que sempre foi o objetivo principal dos faróis de neblina.
Todo o controle da adaptabilidade se baseia no que uma câmera “vê” o que está à frente para determinar as mudanças nos fachos.
Os faróis adaptativos começaram com lâmpadas de descarga de gás (xenônio), passaram a LED e já existem os a laser, cuja vantagem sobre o LED é maior alcance.
O fato é que os faróis a LED têm uma definição tão precisa que as bordas da pista são atingidas pelo facho, o que antes era atributo exclusivo dos faróis de neblina.
Assista ao vídeo para ver do que os faróis mas recentes são capazes de fazer:
Os principais fabricantes de faróis hoje são Hella, Valeo, Continental e Marelli
Os automóveis estão evoluindo. O fim do farol de neblina já está decretado. O próximo da lista é o espelho retrovisor, tanto o interno quanto os externos, estes condenados pelo significativo arrasto aerodinâmico que geram. Câmeras e telas tomarão seu lugar.
BS