O título está no plural porque não é uma nem duas, mas são várias prefeituras da cidade de São Paulo que historicamente se furtam da obrigação de proteger o patrimônio público sob sua guarda; no caso, pontes e viadutos
Nesta sexta-feira (21) ocorreu mais um incêndio sob uma ponte, a do Jaguaré, na Zona Oeste da cidade, consumindo totalmente 40 barracos ali construídos. A ponte, tudo indica, teve sua estrutura abalada pelo calor resultante, mas ainda falta uma palavra final da Prefeitura. Por enquanto a ponte está interditada, prejudicando o trânsito no área, ou seja, atrapalhando a vida dos munícipes.
Lembrando que o custo de recuperação da ponte é rateado entre você e eu, os “condôminos do município”.
Embora esse pareça não ser assunto de um site como o AE, na realidade é por envolver circulação viária, portanto é relacionado com o automóvel.
É mais do que sabido que cidades brasileiras e do mundo inteiro enfrentam o grave problema de falta de moradia. É de cortar o coração ver-se pessoas de várias idades vivendo em condições subumanas, Por outro lado, de modo algum justifica-se permitir ou fazer vista grossa para moradias sob pontes e viadutos.
O curioso é sempre que isso acontece — moradores perderem o teto e não terem para onde ir — as Prefeituras terem algum tipo de solução. Por isso, é de se perguntar por que não o fazem antes? Por que não impedem esse tipo de ocupação de um bem público ao mesmo tempo em que o problema vai sendo solucionado?
Uma das respostas é nenhum prefeito ser responsabilizado criminalmente por essa omissão, quando deveria. Tanto quanto um síndico de condomínio que por inépcia ou descaso leve a algum prejuízo na edificação coletiva pela qual é responsável.
Mesmo caso de permitir construções em áreas de risco. Vidas são perdidas nos deslizamentos de terra e o responsável é a mãe-natureza.
Já perdi a conta nos 40 anos em que moro em São Paulo de quantas pontes e viadutos foram danificados por incêndio em barracos armados sob eles.
Isso tem que acabar.
AE/BS