Lembro-me como se fosse hoje o dia em que pilotei pela primeira vez uma moto superesportiva na pista. Em 2008, acelerei a Yamaha R1 então com 189 cv de potência máxima. O desempenho era algo surreal, pois era preciso muita técnica e coragem para acelerar de verdade com poucos auxílios eletrônicos. Na minha opinião, esta Yamaha foi uma das mais bonitas, com dois escapamentos embaixo do banco.
Uma década se passou e as motos evoluíram muito, principalmente em potência. E aqui já estão quatro motos com potência acima dos 200 cv. Porém, ao mesmo tempo novos controles eletrônicos ajudam os pilotos a “domar” essa nova e monstruosa cavalaria. A última fabricante a chegar neste seleto grupo foi a Honda. Nesta semana a fabricante apresentou no Salão de Milão, Itália, a nova CBR 1000 RR-R Fireblade que passou de “módicos” 191,7 cv para 217 cv a 14.500 rpm! O motor é o mais potente já feito sobre duas rodas e teve influencia direta do modelo de competição da MotoGP de Marc Marquez. Para controlar toda essa cavalaria e apenas 201 kg de peso a suspensão é eletrônica do tipo semiativa, além de ter freios ABS com módulo para curvas, vários mapas de potência, controle de freio-motor, controle de empinada e novo pacote aerodinâmico. Ainda não existe previsão para a chegada na moto ao Brasil, porém já temos aqui outras concorrentes disponíveis, todas com mais de 200 cv..
Apresentada oficialmente no Brasil no mês passado, a BMW S1000RR 2020 chegou completamente reformulada, desde os faróis, que agora são simétricos, passando pela balança traseira, chassi e posicionamento do amortecedor traseiro. O motor passou a contar com comando de válvulas variável e agora tem 207 cv de potência máxima para apenas 197 kg de peso. Além da escolha dos modos de pilotagem, o modelo conta com recursos de uso em pista, como controle de velocidade para pit lane (zona dos boxes) e controle de largada. O preço sugerido desta moto bávara é R$ 91.950.00.
Outra é a Kawasaki, que foi uma das primeiras marcas a ultrapassar a simbólica barreira dos 200 cv. Aqui vamos mostrar a versão mais completa (SE) da esportiva a ZX-10R. Também utilizando sua experiência em competições e a mais recente Ninja tem 213 cv de potência a 13.500 rpm. Na versão SE, ela já sai de fábrica com as rodas forjadas da marca Marchesini (que reduzem a massa não suspensa) além de suspensão com ajuste eletrônico e cambio com mudanças sem o auxílio da embreagem. O preço sugerido é de R$ 95.990,00.
Por último, temos uma das esportivas mais comentadas dos últimos tempos, a Ducati Panigale V4 S. Como o próprio nome já entrega, são 4 cilindros em V, porém com 1.103 cm³ de cilindrada (as demais concorrentes são da categoria de 1000 cm³). O resultado são mais do que expressivos 214 cv de potência para apenas 195 kg em ordem de marcha. A versão S ainda conta com três modos de pilotagem, bateria de íons de lítio (mais leve) e rodas forjadas também Marchesini. O preço sugerido é de R$ 109.900,00.
Com o aumento da potência e redução do peso, as esportivas atuais se tornaram mais rápidas do que nunca. Mesmo com todos os auxílios eletrônicos, é mais do que recomendável fazer um bom um curso de pilotagem na pista antes de encarar um guidão para comandar mais de 200 cv sobre duas rodas. Afinal, cada cv empurra menos de 1 kg. Além, é claro, de utilizar todos os equipamentos de segurança. Mesmo assim, não é fácil usar todo esse desempenho, algo totalmente inimaginável poucos anos atrás.
LR
Fotos: Divulgação dos fabricantes