VW GOLF GTE, PRIMEIRO HÍBRIDO DA MARCA NO BRASIL

A Volkswagen inaugura sua presença no mercado brasileiro de carros híbridos com o Golf GTE, lançado esta semana. A ainda é o Golf de 7ª geração, lançado em agosto de 2014 — o GTE de 8ª geração já foi anunciado no site alemão da VW como “estando a caminho” — e seu preço público sugerido é R$ 199.990, sem opcionais. As três primeiras revisões.estão incluídas no preço. Ao menos por enquanto haverá apenas a cor azul Galactic metálica. A produção é em Wolfsburg, como os demais Golfs.

Nessa ocasião a Volkswagen anunciou a chegada de seis veículos elétricos e híbridos para a Região América Latina até 2023. O Golf GTE é o primeiro dessa ofensiva e o 14º lançamento dos 20 previstos até 2020.

O motor elétrico de 102 cv e 33,6 m·kgf, que também age como motor de partida,  fica entre o motor EA211 1,4 TSI a gasolina de 150 cv e 25,5 m·kgf e o transeixo com câmbio automático dupla-embreagem (DSG) de seis marchas.

A potência combinada é de 204 cv e com dois motores atuando o GTE acelera de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos, apesar dos 1.585 kg em ordem de marcha, e atinge 222 km/h.

A bateria de íons de lítio de 8,7 kW·h é localizada sob o assento do banco traseiro e é recarregável (plug-in) pela rede elétrica. O tanque de combustível de apenas 40 litros (51 litros no Golf normal) está sob o assoalho do porta-malas, que por isso  teve sua capacidade reduzida de 338 litros para 272 litros.

Modos de condução

São quatro modos: elétrico, híbrido, recarga e GTE.

No Elétrico, como o nome infere, a propulsão é apenas elétrica. Roda até 50 km com a carga da bateria e pode alcançar 130 km/h. É o modo padrão e entra sempre que o carro é energizado.

No Híbrido, o gerenciamento do sistema determina qual o motor mais eficiente para a situação. Se mais potência for exigida, o motor a combustão entra em funcionamento.

No Recarga, só o motor a combustão funciona, tanto para movimentar o veículo quanto para carregar a bateria. Caso, por exemplo, de estar próximo ao destino e precisar usar o carro logo depois em modo elétrico, sem tempo para carregar a bateria pela tomada.

GTE: quando se quer máximo desempenho do veículo. Os dois motores funcionam juntos.

Os principais sistemas são acionados de forma rápida e são sempre visualizados, seja no painel de instrumentos ou no sistema de infotenimento com tela tátil, que mostra as funções como monitor de autonomia, mostrador de fluxo de energia e estatísticas de emissão zero. Sabe-se quanta energia do sistema está sendo utilizada no momento ou a intensidade da regeneração da bateria ao levantar o pé do acelerador ou frear, como é comum nos híbridos..

Rede de recarga rápida

A Volkswagen, juntamente com Audi e Porsche, empresas que fazem parte do Grupo Volkswagen, firmou em outubro uma parceria estratégica com a EDP para a instalação de 30 novas estações de recarga de veículos elétricos no País.

Serão 29 postos de 150 kW e um posto de 350 kW, capazes de reabastecer a bateria de um carro elétrico rapidamente, e mais 30 equipamentos de 22 kW (corrente alternada). Assim, cada posto de recarga terá uma estação ultrarrápida e uma semirrápida. Elas serão instaladas nas rodovias Tamoios, Imigrantes, Carvalho Pinto, Governador Mário Covas, Dom Pedro I, Washington Luís e Régis Bittencourt.

Essa rede, segundo a Volkswagen, será interligada a outras já existentes no País, conectando um total de 64 pontos de carregamento, formando um corredor de 2.500 km de extensão, ligando os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Espírito Santo e Santa Catarina (de Vitória a Florianópolis).

Por o Golf GTE ser plugável, o carregamento é feito em tomada convencional de 220 V ou em equipamento instalado na parede (wallbox) de 3,6 kW ou mais.  A tomada fica atrás do emblema-logotipo da grade.

A VW não informou tempos de recarga.e tampouco consumo de combustível e de energia elétrica. O dado que obtive da catálogo suíço Automobile Revue é consumo médio de gasolina (com a participação do motor elétrico) de 55,5 km/l. Isso pelo método NEDC, conhecido pelo otimismo exagerado e abandonado em favor do WLTP, mais exigente, o que deve alterar bem esse número. Já o de energia elétrica, pelo mesmo NEDC, é de 0,12 kW·h/km.

A Volkswagen, na peça de informação à imprensa, fala em R$ 5,00 para rodar 50 quilômetros ao atual preço da energia elétrica da região sudeste.

Andando com o Golf GTE

O percurso de teste inicial oferecido foi sair e voltar ao belo Condomínio Porto São Pedro, em Porto Feliz, no km 85 da Rodovia Castello Branco, com um bom trecho de curvas sinuosas de média velocidade em paralelepípedos e ótimo asfalto, e também na própria Castello Branco.

Notei uma dianteira um pouco mais pesada devido ao motor elétrico, mas nada que prejudique muito o conhecido e bom comportamento do Golf, e tampouco o maior peso — 1.585 kg contra 1.371 kg do Golf GTI — deixou má impressão em razão da farta potência e torque disponíveis. A rapidez com que o carro chega a velocidades impublicáveis é notável.

O veículo é bem dotado de equipamentos (não foi fornecida lista) como controle de cruzeiro, adaptativo, painel de instrumentos totalmente digital (Active Info Display) e citado sistema de infotenimento com tela tátil de 9,2 polegadas e controle por gestos.

As vendas do GTE começam nesta segunda-feira (11), mas apenas em três concessionárias localizadas em São Paulo, Curitiba e Brasília. A garantia do sistema híbrido, bateria incluída, é de oito anos.

Falando em vendas, a VW anunciou no evento a comercialização de dois veículos elétricos: uma bicicleta montanhesa e um patinete, por R$ 11.495 e R$ 3.339, respectivamente. Ambos têm motor de 0,47 cv, com autonomia de 30 qullômetros e velocidade de 25 km/h sem pedalar e 20 quilômetros e velocidade de 25 km/h, mesma ordem. O patinete tem carga útil de 100 kg e o freio na roda traseira é a disco.

O Gol GTE, apesar do preço elevado, tem condições de ser bem aceito pelo mercado. Foi a impressão que deixou.

BS