NOVO HYUNDAI HB20 TURBO, NO USO (COM VÍDEO)

Não é de hoje que os Hyundais são testados e apreciados no AE, e esse de nova geração manteve a regra. Sobretudo por passar a sensação de serem carros bem projetados e construídos  O editor Josias Silveira acompanhou o lançamento em setembro último e falou praticamente tudo, mas, como sempre, nada como usar um carro  mais tempo para perceber as nuances do produto.

Pegamos para teste a versão que traz a maior novidade, o motor tricilindro 1-litro de injeção direta, disponível exclusivamente na versão Diamond Plus, de preço público sugerido R$ 77.790 e que tem adicional de R$ 1.150 apenas para as seis cores entre metálicas e perolizadas, uma dessas a simpática vermelho Mistic.perolizada do carro testado; as sólidas branco Atlas e preto Onix são livres de acréscimo.

Motor e transmissão

O motor Kappa 1,0 Turbo GDI 12V CCVT tem caráter bem diferente do anterior turbo, um motor lançado em abril de 2016 que não podia ser chamado de brilhante, tanto que vendeu pouco e acabou saindo de produção em 2018. O oposto deste GDI — sigla universal, em inglês, de motor a gasolina de injeção direta. Gasoline Direct Injection — embora seja flex.

É um motor de 120 cv a 6.000 rpm independente do combustível. É a maior potência de motor turbocarregado dessa cilindrada atualmente quando com gasolina: os concorrentes VW e Chevrolet entregam 4 cv menos. É um motor girador como o anterior, que entregava 98/105 cv também a 6.000 rpm, mas de torque bem mais baixo de 13,8/15,0 m·kgf a 1.550 rpm — o GDI, 17,5 m·kgf a 1.500 rpm com gasolina ou álcool. Só com álcool o VW supera o GDI, com 128 cv a 5.500 rpm, combinado com o excepcional torque de 20,4 m·kgf a 2.000~3.500 rpm.

O único motor de 1 litro tricilindro turbocarregado que superava esse Turbo GDI da Hyundai era o do New Fiesta 1,0 EcoBoost, que só existiu a gasolina, de 125 cv a 6.600 rpm e 17,3 m·kgf de 1.400 rpm a 4.500 rpm.

O motor desse HB20 de 1.091 kg o movimenta com agradável facilidade, com o 0 a 100 km/h em 10,7 segundos mostra, com muita facilidade para ganhar velocidade na faixas superiores. O motor é bastante suave e mesmo em marcha=lenta praticamente não trepida com os outros tricilindros, sendo que a bordo sente-se ser um motor sereno.

O câmbio automático epicíclico da subsidiária Hyundai Powertrain tem funcionamento perfeito e mesmo sem modo Sport ele “aprende” o ritmo de uso e troca as marchas automaticamente de acordo com o modo de dirigir. Permite que se ande em rotação bem baixe mesmo com carga, sem ficar reagindo demais a cada acelerada. Usando potência a pleno as trocas ascendentes ocorrem a 6.000 rpm, a rotação de potência máxima.

É um carro veloz. A fabricante informa velocidade máxima de 190 km/h, explicando o que eu disse acima sobre ganhar velocidade com facilidade nas faixas superiores. Esta velocidade, por cálculo, é atingida em quinta marcha, motor a 5.700 rpm.

A v/1000 em sexta marcha é de 43,6 km/h, o que resulta em 2.750 rpm a 120 km/h. velocidade verdadeira, com pouco ruído a bordo.

Consumo de homologação

A Hyundai informa 12,8/8,6 km/l em uso urbano e 13,9/10,3 km/l. rodoviário.Diferentemente do que ocorre com os carros de teste, este estava com tanque cheio porém sem certeza de ser apenas gasolina, conforme me foi avisado na entrega. Mas mesmo assim os consumos observados foram bons, como chegar ao posto Vitório no km 44 da Rodovia Castello Branco, saindo meu prédio em Moema, com o computador de bordo indicando 13,4 km/h. Andando na cidade ficou na casa de 11,5 km/l.

O carro como um todo

Como eu disse no começo, todos os Hyundais que testemos até hoje foram apreciados e esse Diamond Plus confirma a regra. Denota qualidade em cada detalhe, tipo projetado com competência e fabricado com esmero. Por exemplo, tem a função desliga/liga nas paradas (Start/Stop), que pode ser inibida, e o religar é o mais suave e rápido que já experimentei. É como se fosse um motor de muitos cilindros em que há sempre um pronto, com um dos pistões só esperando receber a centelha da vela.

O conversor de torque estola a 2.200 rpm, portanto aproveita bem o pico de torque do motor (1.500 rpm). Há bloqueio do conversor nas três últimas marchas. As trocas de marchas manuais são feitas pela alavanca seletora ou pelas borboletas, a escolher. Nada de economizar oferecendo um outro modo apenas, o motorista é quem escolhe a maneira de trocar marchas que mais lhe apraz.

A eletroassistência da direção é perfeita em todos os pontos que se avalia sempre. Muito leve para manobrar.e vai perdendo assistência na dose certa com o aumento da velocidade. Há o centro bem-definido e pronto retorno à menor mudança de direção .Em minha opinião é referência em direção eletroassistida. E o volante de 370 mm de diâmetro é perfeito, traz controle do controlador e limitador de velocidade, de áudio e telefone.

Comportamento dinâmico e conforto de rodagem estão muito bem conciliados. Suspensão firme sem ser dura subesterço mínimo, prazeroso de dirigir. Pneus são 185/60R15H (Michelin Primacy 4), escolha acertada.

O velocímetro é unicamente digital, com o conta-giros à esquerda. Na área onde está a leitura de velocidade estão as informações do computador de bordo e, mais à direita, o termômetro do líquido de arrefecimento e o ” liquidômetro” (termo aeronáutico, medidor da quantidade de combustível no tanque). Ainda, mais abaixo, o botão de apertar para selecionar os dados do computador. Não é tão prático quanto um botão na extremidade de uma das alavancas (limpador ou seta) ou mesmo no volante, mas dá para usar bem.

Mais espaço e conforto

Ficou mais espaçoso com o entre-eixos 30 mm maior, 2;530 mm agora, e mais largo, 1.720 mm, acréscimo de importantes 40 mm. O comprimento está pouca coisa maior, 20 mm, agora é 3.940 mm. O espaço para pernas no banco traseiro aumentou 47 mm.

No console central, amplo porta-objetos com tampa, esta ajustável em distância, é um conforto, embota seja ainda mais útil quando o câmbio é manual, recuando para não atrapalhar o uso da alavanca. Bancos bem conformados e revestidos de marrom escuro (Desert) dão o tom elegante ao interior

O estepe é estreito, temporário, 125 mm de seção transversal e classificação de velocidade M, 130 km/h, mas deve-se ir até 80 km/h, por segurança. O poço do estepe prevê o armazenamento de uma roda cujo pneu tenha furado, fizemos o teste. A capacidade do porta-malas mantém-se inalterada, 300 litros.

Traz uma boa central multimídia, a BlueMedia:flutuante com tela tátil de 8 polegadas, compatível com Android Auto e Apple CarPlay, conexão Bluetooth com streaming de áudio, acesso a agenda e histórico de chamadas, MP3 player, conexões USB e auxiliar, comandos de áudio e telefone no volante.

E o polêmico estilo? Para mim, sem críticas. Acho-o condizente com a época.

A única falta para valer, mas que pode ser resolvida sem dificuldade, é da luz de rodagem diurna, obrigando ligar farol baixo de dia nas rodovias e a trafegar com as luzes traseiras ligadas. Só existem as guias de luz em LED, chaveadas via interruptor de luzes. Outra providência recomendável é utilizar maçanetas de porta internas cromadas ou prateadas, pois são pretas brilhantes, mais difíceis de localizar no escuro. E a terceira providência nem preciso falar qual, o leitor ou leitora do AE sabe de cor e salteado qual é…

Parte o HB20 para seu oitavo ano, a se completar em setembro, renovado e municiado de itens que atraem o consumidor, como o novo motor turbo de injeção direta, coadjuvado pelas versões 1-litro e 1,6-litro de aspiração atmosférica.

Assista ao vídeo:

BS

No elevador