A Fórmula 1 não está nada bem, desnecessário dizer. Na minha modesta opinião, tem conserto, mas é preciso uma visão clara dos objetivos num consenso envolvendo a FIA (Federação Internacional do Automóvel), promotor (Liberty Media) e construtores/equipes. A começar pelo foco, automobilismo é uma forma de esporte — esporte a motor — e não tem nada que estar na onda da “proteção ao meio ambiente” ou da “sustentabilidade”, poupar recursos naturais, ambas hipocrisias baratas. Não há por que limitar consumo, como o atual limite de 100 kg de combustível (gasolina) por hora (138.9 l/h com gasolina de 720 g/l de densidade).
Mudanças
Motor – a solução de unidades motor-gerador cinética e motor-gerador calor adotadas a partir de 2014, não têm resultado prático e constituem fator de complicação. Principalmente a segunda, associada a motor turbocarregado. Até 2013 era um simples motor V-8 de 2,4 litros, aspiração atmosférica, sem maiores complicações. de cerca de 800 cv, mesma potência dos atuas V-6 1,6-litro acrescentados das unidades motor-gerador. E com o turbocompressor o ruído de escapamento diminuiu, como sempre ocorre, tirando um dos elementos do espetáculo, o “berro” dos motores. Como escolas diferentes de motores são atraentes, por exemplo, o início da era turbo em 1977 (Renault), por isso a FIA deveria estudar a volta da disputa turbo x aspirado, com coeficiente de equivalência 2, isto é, motor de aspiração atmosférica 2,4-liitros e turbocarregado de 1,2 litro, em qualquer caso até 8 cilindros.
Freios – Banir discos e pastilhas de carbono capazes de absurdo poder de frenagem, voltando aos discos de aço e pastilhas como as dos carros de rua, com isso realçando as disputas nas freadas.
Pneus, tipo – Pôr fim à atual e insensata “corrida de pneus”. Pneus voltam a ser comuns a todos os carros em três tipos: seco, intermediário e chuva (acaba com a “estratégia de pneus”).
Pneus, dimensões – reduzir a largura (seção transversal) para reduzir aderência (exigir mais do piloto).
Aerofólio traseiro móvel – proibir esta e qualquer superfície móvel ou alterável em sua função.
Aerodinâmica – adotar os preceitos da Fórmula Indy, comprovadamente suficientes.
Câmbio – voltar à alavanca para troca de marchas, porém mantendo a robotização que impede quebras de motor por excesso de rotação nas reduções (como é hoje).
Paradas nos boxes por qualquer motivo – estabelecer tempo parado mínimo de 7 segundos (tirar a eficiência do boxe o fator de vitória).
Treinos livres – Diminuir as restrições atuais.
Capacidade de combustível – limitar a 160 litros. O carro que consumir mais terá que fazer um parada para reabastecer (obrigatório largar de tanques cheios para eliminar estratégias como largar com menos peso).
Acredito que só com essa reformulação o cenário da F-1 mude completamente, mesmo sabendo que equilíbrio é utopia.
BS