A temporada 2020 da F-1 se aproxima do seu último capítulo com a disputa de três GPs em três fins de semana seguidos, todos eles no Oriente médio e o primeiro deles no circuito de Sakhir, no Bahrein. Tal sequência evidencia que o poder econômico da região parece infinito, reflexão reforçada no calendário de 2021 da categoria onde constam outras três incursões nessa parte do globo: além da pista já citada (dia 28/3), aparecem a inédita Arábia Saudita (Jeddah, 28/11) e a já tradicional Abu Dhabi (Yas Marina, 5/12). Levando-se em conta as provas na China (Xangai, 11/4), Cingapura (3/10), Japão (10/10) e o possível GP do Vietnã (Hanói, 25/4) serão sete corridas, cerca de 30% do calendário de 23 etapas previstas, em uma das áreas do mundo menos afetadas pela atual crise econômica.
A novidade maior da prova que marcará o ingresso da Arábia Saudita na F-1 é o uso de um circuito de rua na zona portuária de Jeddah, que segundo o príncipe Khalid Bin Sultan Al Faisal dará um novo sentido aos traçados citadinos já conhecidos, em particular Mônaco:
“Todos gostam de Mônaco, mas lá não tem ultrapassagens. Nós queremos um circuito urbano que seja belo, ofereça um visual interessante e ao mesmo tempo uma corrida bem interessante.”
O GP de F-1 é apenas um dos grandes eventos que a Arábia Saudita vai promover para consolidar uma imagem de país dinâmico e inserido no contexto de entretenimento mundial dentro de um plano conhecido como “Vision 2030”. O segundo mais significativo nesse contexto certamente é receber uma etapa da W-Series, campeonato destinado a mulheres em início de carreira internacional e cujo grid inclui a brasileira Bruna Tomaselli.
Outras ações promocionais são o Rally Dakar de 2021 e a segunda etapa do Campeonato Mundial de F-E estão inseridos nesse projeto. A prova de carros elétricos será nas noites de 26 e 27 de fevereiro no circuito montado nas ruas de Diriyah, cidade reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Para dar um cunho ecológico a essa competição as ruas usadas pelo circuito serão iluminadas com LEDs que consomem 50% da energia que seria gasta por um sistema convencional e as demais por lâmpadas alimentadas por geradores movidos por óleos vegetais hidrogenados produzidos a partir de materiais sustentáveis.
A proposta reflete inexoravelmente o extraordinário poderio econômico de uma região rica em petróleo e, sem dúvida, com poucas possibilidades de ser replicada em outros países. Ainda assim, pode-se adaptar a proposta à realidade local: por que não inserir as competições nacionais em um projeto onde o ingresso seja pago através de eletrônicos e embalagens de consumíveis em situação de descarte e usar remanufaturados para controlar o distanciamento social que marca os dias atuais?
Stock Car em duas frentes
A chegada de Fernando Julianelli à Vicar, empresa responsável pela promoção da Stock Car, começa a ser notada de forma mais ampla: pela primeira vez na categoria mais longeva do País, e possivelmente na história do automobilismo nacional, duas redes de TV estarão envolvidas na transmissão das provas da categoria. Segundo a promotora, a Rede Bandeirantes adquiriu os direitos de transmissões nacionais em TV aberta por cinco temporadas e o Grupo Globo renovou por mais dois anos acordo semelhante envolvendo o canal a cabo SporTV. O calendário 2021 também terá todas as suas etapas exibidas na plataforma digital da categoria, com sinal aberto a todas as regiões do mundo. Em resumo, uma excelente notícia.
WG
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