Saudações a todos! Inicialmente peço desculpas pelo intervalo entre as nossas matérias. A última foi publicada no mês de dezembro do ano passado. Em janeiro tive um descolamento de retina e e precisei me ausentar durante algum tempo. Por essa razão fiquei um mês sem dirigir e também foi essencial para recuperação evitar muita leitura nesse período.
Mas estamos de volta. E hoje eu trago pra vocês uma história muito interessante e recheada de ótimos momentos, tanto nas ruas quanto nas pistas. A Dacon teve uma trajetória muito interessante no mundo automobilístico brasileiro E sempre será lembrada de uma maneira bastante especial por todos aqueles que gostam de automóveis e bom gosto.
Um capítulo interessante dessa trajetória bem sucedida ocorreu nas pistas de corrida. Os KG com mecânica Porsche, utilizando o famoso motor com quatro comandos de válvulas, estabeleceram recordes e também escreveram seu nome entre os grandes campeões da época. Vale lembrar que temos aqui no AE uma matéria falando sobre o Porsche 356 e seu icônico motor four cam.
Mas quero salientar algo especial nessa história toda. Vou falar sobre o Passat, o modelo médio lançado pela Volkswagen no Brasil em 1974 e que, sem dúvida nenhuma, foi um grande divisor de águas na trajetória da marca no mercado nacional.
Naquela época ocorreu algo curioso em relação à publicidade. Até então todos os modelos da marca alemã vendidos por aqui — e mesmo na Europa — traziam a já conhecida mecânica boxer arrefecida a ar. Sem dúvida nenhuma um conjunto muito bem acertado que sempre se caracterizou pela resistência e durabilidade.
A publicidade, por sua vez, exaltava justamente essas boas características em detrimento aos modelos da concorrência, arrefecidos a água, que sempre tinham algum tipo de problema, seja no trânsito ou na subida de serra. O Passat chegou para mudar essa ideia.
Voltando à Dacon, que já fazia projetos muito interessantes com base em Fusca e Karmann-Ghia, a novidade passou a ser uma boa opção no catálogo da empresa. A partir daquele momento os clientes poderiam diversos tipos de customização, seja na cor, estilo ou na parte mecânica. Inclusive eles desenvolveram uma versão station wagon que chegou a ser testada por revistas especializadas.
No último ano tive oportunidade de andar em três modelos diferentes. E quando digo diferentes me refiro também a tipos de carroceria exclusivas, algo que a marca fazia muito bem, era bem caro e, sem dúvida nenhuma, se tornou um sonho de consumo da molecada naquela época.
Começamos falando da versão 180 T que trazia um estilo diferente paro mercado nacional. Na Europa preparadoras como a Baur são bem conhecidas nesse sentido, com o desenho de carroceria que lembrar um Targa com teto de lona na parte traseira.
Nesse exemplar, em especial, vale a pena reparar o estado de conservação e também no capricho do interior, no detalhe dos bancos que eram feitos sob medida pela Dacon, volante do Passat TS e as rodas de 13 polegadas.
O segundo modelo já mostra uma evolução da fase dos faróis quadrados do Passat, lançados em 1983 após o facelift. Nesse sentido houve também uma mudança de nomenclatura das versões, que passaram a ser chamadas de Dacon 821, 822 e 823. Prestem especial atenção para o desenho das rodas que também seguem o estilo phone dial.
O 821 foi o modelo de maior sucesso no período. Ele caiu no gosto do público consumidor que buscava algo diferente e podia pagar alto preço por isso. Nessa carroceria modificada se destaca o desenho da coluna B (cenrtal), assim como a parte traseira com as lanternas do Brasília. A versão foi a escolha de vários jogadores de futebol na época, incluindo Renato Gaúcho.
Para fechar a nossa matéria um exemplar totalmente original que recebia a customização com acessórios Dacon. Esse é um deles de 1979 que traz quase tudo que era disponível no catálogo. Para-choques com polainas, rodas exclusivas, limpador de para-brisa traseiro, muito raro, e a frente inspirada no Scirocco.
Internamente também temos muito bom gosto. Os bancos, já citados, conseguem mesclar estilo esportivo com bastante conforto. Já o sistema de áudio merece atenção com o toca-fitas Pioneer KP 500 e o clássico equalizador. A cereja no bolo fica por conta do console da tradicional Zune.
Na próxima coluna falarei de mais uma mosca branca: o Escort GPS feito pela Souza Ramos. Ele tinha como base a versão XR3 ou Ghia e, sem dúvida nenhuma, fez muita gente sonhar na década de 80. Até lá!
GDB