Faleceu ontem (13/4) em São Paulo, aos 88 anos, depois de longa luta contra um câncer, José Aloizio Cardozo Bastos, presidente da Federação de Automobilismo de São Paulo. O velório reservado aos familiares foi marcado para hoje no Cemitério do Morumby. A família pede orações neste momento difícil.
Nos próximos dias informaremos sobre local e horário da missa de Sétimo Dia em homenagem ao Sr. José Aloizio Cardozo Bastos.
Seu Bastos
Seu jeito espartano contrastava com a magnitude de sua gentileza. Os cabelos grisalhos escondiam a juventude que se fortalecia cada vez que cruzava o Portão 7 de Interlagos ou encontrava com um piloto, geralmente alguém que viu disputar a primeira corrida em provas de kart ou minibugue. José Aloizio Cardozo Bastos, ou simplesmente Bastos, será sempre lembrado pela generosidade que doou ao automobilismo brasileiro, em particular ao praticado em São Paulo.
Nas pistas se fazia notar pela inquietude com que tratava de assuntos dos mais variados, o que o tornava ainda mais popular. Tamanha fama fomentou casos e causos que mesclaram o hilário ao prático, como quando colocou no bolso da camisa social de manga curta, traje do seu cotidiano de sempre, um pedaço de fita crepe onde escreveu um nome que podia ser Waldomiro, Waldemar ou outro qualquer, menos o seu. Com isso queria evitar que os oportunistas encontrassem o tal do Seu Bastos. Nos grandes eventos, cada vez que uma aglomeração atrapalhava o andar do espetáculo ou alguém se postava onde não devia, era com um apito que resolvia o inconveniente em dois assopros.
Especialmente durante as corridas longas, com o entra e sai de carros nos boxes, era com seu tradicional apito que ele alertava quem se encontrava naquela zona de perigo quando via um carro pegar a rampa de acesso.
Se o problema era uma dificuldade qualquer para alinhar em uma corrida, fazer a filiação necessária ou resolver um problema técnico, quem quer que lhe pedisse auxílio iria silenciar o apito e fazer surgir um dirigente que iria fazer de tudo para solucionar aquela situação. Foi assim desde que começou a trabalhar no Automóvel Club do Brasil, no Rio de Janeiro, para onde se mudou após sua adolescência em Estrela Dalva, MG, terra de quitutes que jamais saíram de sua memória. Mais tarde mudou-se do Rio para São Paulo, estabeleceu-se como promotor, dirigente e personagem querido por todos. Foi também durante anos presidente do Paulistano Motor Clube.
Fora das pistas, ele era Aloizio, como Dona Marina Zulma Bartolozzi Bastos o tratava carinhosamente e retribuía o amor de uma vida inteira, típico de um casal à moda antiga onde não se economizava apoio e atenção aos três filhos que deram quatro netos ao casal.
José Aloizio Cardozo Bastos nasceu no dia 21 de fevereiro de 1933 e faleceu em 13 de abril de 2021, e viveu uma vida dedicada ao automobilismo.
Que descanse em paz o amigo de todos os pilotos.
WG.