Nos textos não basta observar as regras ortográficas e gramaticais, é preciso muita atenção com o uso de maiúsculas, Por isso esse ponto é alvo de máxima atenção no AE.
Repare no título desta notícia publicada há alguns dias:, “MALEIRO DE TETO A 200 km/h”: há mistura de maiúsculas e minúsculas na frase, o que em princípio é errado e sobretudo deselegante. Ocorre que todo título no AE é grafado em maiúsculas por decisão editorial, mas nesse caso em nome da precisão a unidade de velocidade, km/h, em minúsculas, teve prioridade sobre a estética. É incabível alterar uma unidade de medida. É sempre assim no AE
Quando passamos de blog a site em 2014, o editor de texto que nos foi mostrado, o WordPress, grafava os títulos sempre em maiúsculas mesmo que os digitássemos em minúsculas, uma função automática. Tivemos que pedir ao responsável pelo desenho do site (webdesigner) que o WordPress fosse alterado nessa parte de maneira ser nossa a decisão de usar maiúsculas, exatamente em face de situações como a descrita. Nunca escreveríamos KM/H. Inclusive, somos obrigados a corrigir nos comentários um erro comum, o de o ‘K’ de km/h ser maiúsculo, Km/h.
É comum nas siglas o uso de maiúsculas somente. Por exemplo, Contran: inexiste motivo para ser CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), no entanto vê-se muito essa forma. Os americanos são muito dados a escrever siglas em maiúsculas, como NASA, NASCAR, que no AE invariavelmente passam a Nasa, Nascar
Aqui no Brasil as siglas de três letras são sempre em maiúsculas, como em CTB, OAB, DAC, ANP, CSN, ABI, ONU. Mas quando se trata de acrônimos, que é a representação de uma denominação como a de firmas, organizações, associações, etc., em que são usadas ouras letras além das iniciais, há necessidade de verificar se são ou não pronunciáveis.
Se forem pronunciáveis, escreve-se a palavra com inicial maiúscula e as demais, minúsculas. `Por exemplo, o acrônimo Detran (Departamento Estadual de Trânsito) pode ser lido e pronunciado normalmente, portanto é desnecessário escrever DETRAN. A foto de abertura mostra bem as duas formas.
Já BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é impronunciável, por isso é grafado sempre em maiúsculas. Sobre acrônimos (ou siglas, o funcionamento nesse aspecto é o mesmo), uma curiosidade é DNIT. o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, obviamente impronunciável. Mas a imprensa falada e televisiva “dá um jeitinho” e comete sistemática e acintosamente o erro de pronunciar DNIT como se fosse DENIT, quando seria obrigação dos profissionais de imprensa pronunciarem letra por letra.
Não é só aqui que se comente essa aberração. Já ouvi o Tom Worobec, editor e âncora da Automotive News TV, pronunciar a NHTSA, Administração Nacional de Segurança do Transporte Rodoviário, dos EUA, como “Nitsa”. Ou alguém chamar o quadrante das posições dos câmbios automáticos (P. R. N. D. L) de “Prindle”…
O importante do cuidado na siglas visa sobretudo evitar o uso indevido de maiúsculas. Isso tem dois motivos. Um, é mais fácil ler palavras em minúsculas do que em maiúsculas. Repare que toda sinalização escrita é em minúsculas, maiúscula só a letra da palavra que inicia a frase: placas de informação rodoviária, sinalização nos aeroportos, nos hospitais, para dar alguns exemplos. Um exemplo é nos nossos vídeos: sempre que o editor Márcio Salvo insere caracteres essa regra é observada.
O outro motivo é curioso. Por convenção da internet, palavras e frases em maiúsculas significam gritar. É bastante comum leitores escreverem comentários tudo em maiúsculas, o que é corrigido pelo moderador — eu, no caso. Dá pouco trabalho, basta copiar e colar a frase ou frases no Word e dar comando de minúsculas com primeira letra maiúscula, copiar e colar no campo do comentários.
O AE não gosta de gritos…
Até domingo que vem!
BS