Vez por outra a Fórmula 1 apresenta resultados surpreendentes, fatos que consolidam a lei das probabilidades. Exemplo disso é a classificação final do GP do Azerbaijão, prova disputada domingo, no circuito de rua da capital Baku, às margens do Mar Cáspio. No peculiar traçado de 6.003 metros, dos quais 2.200 metros são uma linha praticamente reta pela avenida Neftchiler, pneus deixaram de funcionar como deveriam e alguns pilotos fizeram bom uso da área de escape após a esquina com a rua Alexander Pusklin, onde os carros fazem uma curva de 90o à esquerda. No primeiro caso as vítimas foram o canadense Lance Stroll e o holandês Max Verstappen (que bateu quando liderava a prova a três voltas da bandeirada) e no segundo Carlos Sainz Jr e Lewis Hamilton, que errou feio na nova largada após o acidente de Verstappen. Saldo dessa loteria foi a vitória de Sérgio Pérez (foto de abertura), mexicano que substituiu Alex Albon na Red Bull e que até então amargava um espinhoso processo de adaptação com um carro que só Verstappen consegue extrair o máximo.
O balanço da sexta etapa da temporada é muito mais rico que o triunfo do segundo piloto da Red Bull Racing: Sebastian Vettel foi outro a ressurgir das cinzas para cruzar a linha de chegada à frente de Pierre Gasly, terceiro. Sem dúvida, eles formaram uma trinca de pilotos que em situação típica desta temporada não estaria por ali. O segundo lugar do alemão melhorou o seu retrospecto da temporada, que aponta quatro corridas sem marcar pontos — normalmente andando atrás do companheiro de equipe Lance Stroll — e um quinto lugar em Mônaco, outra pista onde resultados inesperados são a norma.
No que toca a Pierre Gasly o fato de ter conquistado o terceiro lugar consolida para além da capacidade do piloto nascido em Rouen — outrora sede de um clássico circuito de estradas que chegou a receber o GP da França em 1952/57/62/64/68 — e o progresso de Yuki Tsunoda. O japonês terminou em sétimo e travou um bom duelo contra o bicampeão Fernando Alonso, que ficou em sexto, seu melhor resultado a bordo dos carros azuis da Alpine. De quebra, a equipe júnior do império dos energéticos mostra que a capacidade de gerenciar orçamentos mais limitados ainda é um valor bastante caro e capaz de valorizar a capacidade humana em um universo extremamente dependente de computadores.
O saldo do primeiro quarto de temporada mostra um equilíbrio distinto dos anos anteriores e indica que o reinado da Mercedes nunca esteve tão ameaçado, não importa se o resultado de Baku foi extraordinário ou não. Após sete temporadas de domínio absoluto seria muito difícil manter a trajetória de invencibilidade. Novamente aqui, a lei das probabilidades se faz presente, seja em erros humanos ou técnicos. No primeiro caso está o fim de uma série de resultados pontuáveis iniciada por Hamilton em 26 de julho de 2009, quando ele venceu o GP da Hungria: o inglês acionou um comando equivocadamente e ficou sem freios na segunda largada. No segundo, a falha dupla de pneus deixou claro que em uma situação rara, porém conhecida — nenhum outro circuito tem uma reta tão longa —, os limites de resistência dos materiais estão mais tênues do que a segurança demanda.
O resultado completo do GP do Azerbaijão você encontra aqui
Paulista teve fim de semana movimentado
Um total de 122 carros e mais de 150 pilotos participaram da segunda etapa do Campeonato Paulista de Automobilismo, rodada disputada no último fim de semana no Autódromo de Interlagos. Vários acidentes marcaram o fim de semana, sendo que em três ocasiões as provas terminaram sob bandeira amarela. Apesar disso nenhum piloto sofreu consequências físicas ou necessitaram de cuidados médicos. A temporada prossegue dia 18 de julho.
Os vencedores do fim de semana foram Nenê Finotti, na Categoria Clássicos de Competição, Nenê Finotti; Copa Joy Chevrolet: Pedro Pimenta e Rodrigo Moreno; F-Delta: Rafael Nogueira e Gabriel Fonseca; F-1600: Bruno Leme, Diogo Moscato e Lucas Freitas, com duas vitórias; F-Vee Augusto Santin e Laurent Guerinaud, cada um com duas vitórias; Marcas e Pilotos: Leandro Rufino e Rodrigo Detilio; Mercedes Benz Challenge CLA45 AMG: Adriano Rebelo e Cesar Fonseca; Mercedes-Benz Challenge C 300: Witold Ramasauskas, com duas vitórias; Open Paulista: Sandro Tannuri e Carlos Antunes/Yuri Antunes; Old Stock Race: Rodrigo Helal (duas vitórias) e Marco Maragno; Opala 250: Konrad Wietmann e Carlos Freire (Opala 250).
WG
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