No momento em que a União Europeia está querendo decretar o fim da venda de automóveis com motores a combustão em 2035, e a Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos pede que essa data seja antecipada para 2030, essas vozes contra são muito bem-vindas.
Na Alemanha, país que é um dos principais produtores de automóveis dentro do espaço europeu, o ministro dos Transportes, Andreas Scheuer, afirmou acreditar que “todos os fabricantes de automóveis e caminhões estão cientes de que especificações mais rígidas estão chegando. No entanto, estas têm de ser tecnicamente viáveis”.
Ele entende que é preciso haver alguma tolerância, principalmente na comercialização dos veículos híbridos plugáveis acompanhada de um foco maior no hidrogênio, no caso dos veículos pesados. Na foto de abertura, um Volkswagen Touareg R eHybrid, com seus 463 cv de potência combinada, em estação de recarga.
Levantando essa mesma bandeira, o governo de Emmanuel Macron, após a realização de várias reuniões com as altas chefias dos fabricantes de automóveis, como o grupo Stellantis e o grupo Renault, também decidiu apoiar um plano menos drástico. De quebra, pede uma redução de apenas 55% nas emissões até 2030, se comparadas com os níveis atuais, ou seja, uma redução mais branda do que os 65% pretendidos pela União Europeia. Vale lembrar que a Stellantis reúne 14 marcas mundiais e o grupo Renault é composto por cinco empresas, Renault, Dacia, Lada, Alpine e Mobilize.
O governo francês defende, ainda, que os veículos híbridos plugáveis permaneçam em comercialização mesmo após a data estipulada para 2035. Várias empresas ligadas ao setor automobilístico também já manifestaram publicamente a sua surpresa, após conhecerem as intenções da União Europeia de tornar os híbridos plugáveis inúteis após 2035. Para alguns fabricantes, a já muito falada eletrificação é sinônimo de veículos híbridos e de híbridos “suaves”, os mild hybrids, com sistemas de 48 V.
De resto, os fabricantes não deixaram de alertar para a possibilidade de metas de tão curto prazo poderem levar ao desaparecimento de postos de trabalho. Há poucos meses, Luca de Meo, o novo executivo-chefe do Renault Group, anunciou uma possível redução de até 15 mil postos de trabalho. Tempos difíceis…
AB