Esse Macan renovado ficará no mercado até 2025, quando será mostrado um novo Macan 100% elétrico, que já está sendo testado. O ciclo de vida de cada versão dos carros modernos da Porsche é de sete anos, aproximadamente.
Há dois anos, quando o diretor executivo da Porsche, Oliver Blume, declarou que não haveria mais motores a diesel na sua marca, houve algum desconforto na rede de concessionários, porque a maioria dos clientes europeus preferia esse tipo de motor nos suves da marca.
E agora voltava a haver o risco de criar descontentamento em muitos clientes e na rede se fosse confirmado que o sucessor do Macan apenas teria versão 100% elétrica. Assim, o atual Macan vai continuar até meados da presente década, com retoques no estilo para que possa manter-se comercialmente competitivo.
“Na Europa a procura por veículos elétricos está aumentando, mas em outras regiões do mundo esse crescimento é mais moderado. Assim o atual Macan recebeu novo visual e melhorias nas suas motorizações convencionais”, declarou Dr. Michael Steiner, executivo da área de pesquisa e desenvolvimento da Porsche.
O que menos muda é o exterior, com alterações na dianteira e um novo difusor na traseira. Os faróis de LED com funcionamento dinâmico passam a ser de série em todas as três versões deste modelo.
Mas por dentro a evolução é bastante mais significativa, com a estreia de uma nova geração de sistema de infotenimento, na qual quase todos os botões deram lugar a comandos táteis na nova tela central de 10,9 polegadas e com um novo sistema operacional. O volante multifuncional é novo, na realidade é o mesmo do 911, mas a Porsche decidiu manter a instrumentação analógica diante dos olhos do motorista.
Novo também é o seletor de marchas do câmbio automático PDK, de sete marchas e dupla embreagem. Macan, Macan S e Macan GTS (foto de abertura) têm tração integral e câmbio PDK como itens de série.
Os motores ganharam rendimento, com evoluções interessantes. O Macan com o novo motor 4-cilindros e 2-litros turbocarregado tem potência máxima de 265 cv. A aceleração de zero a 100 km/h requer 6,2 s e a velocidade máxima é de 232 km/h. Um degrau acima, o Macan S, com o V-6 de 2,9 litros e dois turbocarregadores, teve um incremento de potência de 26 cv, para um total de 380 cv. Faz de zero a 100 km/h em 4,6 s e a velocidade máxima é de 259 km/h.
Finalmente o Macan GTS ganhou importantes 60 cv, passando de 380 cv para 440 cv, com o mesmo V-6 de 2,9 litros e dois turbocarregadores. Esse modelo suprirá a falta da versão Macan Turbo, que deixou de existir. O novo GTS será capaz de acelerar da imobilidade a 100 km/h em 4,3 s e chegar a 272 km/h. Interessante notar que um mesmo motor calibrado de forma diferente se torna mais esportivo ou mais adequado ao uso, digamos, “familiar”, servindo inclusive a outras marcas dentro do Grupo Volkswagen.
O Macan elétrico
Quanto à versão elétrica, ela já está em testes nas ruas e estradas, aos olhares do público, com os protótipos sempre disfarçados pela pintura preta. Depois das primeiras sessões de desenvolvimento no circuito do Centro de desenvolvimento de Weissach, começaram as primeiras saídas para além dos muros da Porsche.
“O momento de início dos testes em ambiente real é um dos mais importantes em todo o desenvolvimento”, diz Steiner. Aos incontáveis quilômetros rodados por simulação em computador, o Macan 100% elétrico acumulará cerca de três milhões de quilômetros reais, até o momento de ser lançado no mercado.
A arquitetura elétrica PPE, do Grupo Volkswagen, já vem sendo desenvolvida há bastante tempo. “Começamos há quatro anos, com os estudos aerodinâmicos em computador”, revela Thomas Wiegand, da área de desenvolvimento de aerodinâmica. Como acontece com todos os veículos elétricos, a aerodinâmica é particularmente importante, pois mesmo as menores melhorias no fluxo de ar podem produzir bons resultados no controle de temperaturas.
Mas não só a aerodinâmica ou os primeiros milhares de quilômetros foram feitos em computador. Também o novo quadro de instrumentos e a tela central foram desenvolvidos de forma puramente virtual e depois instalados nos primeiros painéis. “A simulação permite avaliar os processos operacionais e a resposta geral do sistema mesmo antes de o interior e o painel estarem prontos e entregues nas mãos dos engenheiros de testes de veículos”, explica Fabian Klausmann, do departamento de Experiência de Condução da Porsche.
Dr. Steiner salienta que “tal como o Taycan, o Macan elétrico terá desempenho tipicamente Porsche graças à sua arquitetura de 800 V, o que quer dizer uma autonomia adequada para viagens longas, recargas rápidas e desempenho dinâmico de nível muito alto”. Explica também que os sistemas de propulsão elétrica (da bateria ao motor) requerem um conceito sofisticado de arrefecimento e de controle de temperatura, muito diferentes dos automóveis com motores a combustão. Enquanto estes têm uma temperatura ideal de funcionamento entre 90 ºC e 120 ºC, na propulsão elétrica os diversos componentes principais devem ser mantidos em temperaturas mais amenas, entre os 20 ºC e os 70 ºC, dependendo do tipo de componente.
A destacar que o Macan já vendeu mais de 600 mil veículos desde 2014, e que 80% dos seus proprietários são novos clientes na marca Porsche. Outro dado interessante é o crescente número de compradoras, isso mesmo, mulheres, que são proprietárias dos Macan. Na China a marca informa que 60% dos Macan são comprados por elas.
AB