Premissas básicas:
Não me preocupam os que não enxergam as soluções, mas, sim, os que não as enxergam porque não enxergam os problemas.
G.K. Cherteston
Quando a oferta é insuficiente para atender à demanda, raciona-se a oferta, afim atender a todos.
Sabedoria popular
É pública e notória a ausência de uma mobilidade urbana que seja aceita pelos usuários de nossas malhas viárias urbanas que dirigem seus carros de passeio travestidos de transporte casa-trabalho, trabalho-casa, nos horários de pico. Tal dificuldade é expressa na entrada da central de controle de tráfego de Stuttgart, na Alemanha, com o inteligente raciocínio:
O grande mal é que homens de hoje, dirigindo veículos do amanhã, utilizam estradas de ontem.
No caso do Rio, onde resido, nos horários de pico as vias são ocupadas em 80% de seu espaço, por carros de passeio, 96% transportando apenas o seu condutor. Isto é um desperdício inaceitável, que se traduz em 20% apenas o rendimento da malha viária.
Para se utilizar este espaço a fim de se atender ao maior número de usuários é preciso se ter a coragem política de se criar uma TAXA DE CONGESTIONAMENTO, baseada no Artigo 219 do Código de Trânsito Brasileiro, que pune como infração MÉDIA: “trafegar com velocidade menor do que a metade da máxima prevista”. Este estado de baixo rendimento, cerca de 20%, bem abaixo do rendimento tolerável, além disso cria uma poluição de gás carbônico, quando o mundo inteiro se preocupa em diminuí-lo, é provocado pelo desperdício de espaço urbano, que já é, normalmente, inferior à demanda.
O QUE FAZER PARA SOLUCIONAR ESTE ESTADO DE COISAS?
A solução universal é o racionamento da oferta, criando-se uma TAXA DE RACIONAMENTO, com um valor mensal, metade do valor diário da Taxa de Congestionamento para os motoristas que utilizarem a Taxa de Racionamento, constituindo-se num grupo de transporte solidário, entre donos de carros, isentando-os da Taxa de Congestionamento. Com estas duas medidas se elimina o desperdício e se otimiza o uso das vias.
Com o propósito de se aumentar o número dos componentes de cada grupo, utilizando um único veículo, em rodízio entre os componentes do “car pool”, fazendo com que o rendimento da malha viária possa chegar a até 80%. Criar um prêmio, em sorteio quinzenal, de 100, 200, 300 e 400 reais, a fim incentivar o maior número de componentes de cada grupo solidário. Quanto maior o grupo, maior o prêmio.
Os grupos são identificados com o mesmo número, somente podendo aparecer o chip identificador, igual para todos, apenas identificados no seu grupo com um dígito, além do número do grupo.
Todo o sistema URV é operado baseado em “chips” identificadores dos componentes do “car pool”, tendo suas leitoras colocadas em pontos estratégicos ao longo das vias com aceso ao centro comercial, ou qualquer outro destino que se pretenda ter o acesso facilitado.
Como raciocínio, à guisa de exemplo, o sistema funcionaria somente nas horas de pico. Não é obrigatório o grupo estar completo num carro, porém só terá isenção o primeiro componente que for detectado. Considerando-se que cada grupo de um milhão de veículos a renda da Taxa de Racionamento, seria de 50 milhões /mês, no caso do Rio, com seus três milhões de carros de passeio, teria uma renda mensal de R$ 150 milhões, mais do que suficiente para tornar gratuito o transporte por ônibus, utilizado por 70% da população, capaz de tornar politicamente viável este projeto.
CF