Na onda do sucesso do lançamento do Corsa Wind e GL em 1994, a GM decidiu trazer o kit de peças GSI do Opel Corsa para lançar a versão Chevrolet Corsa GSI no Brasil em 1995. Com motor de 108 cv que era praticamente a somatória de potência do motor 1-litro de 50 cv do Wind, com os 60 cv do 1,4-l do GL, o carro era um verdadeiro pocket rocket.
Eu trabalhava na engenharia do campo de provas da GM em Indaiatuba, SP e era responsável pelo desenvolvimento dos itens de chassi (suspensão, direção e pneus) da linha Corsa, e coube a mim essa calibração, assim como já havia feito dos outros dois.
Após minha aposentadoria no final de 2017, decidi ter um Corsa GSI em minha garagem, pois foi um projeto que trabalhei desde os primeiros protótipos, e comecei a buscar um que preservasse o máximo das características originais. Finalmente em 2020 terminou minha busca. Encontrei um dos cerca de 2.500 que foram fabricados e que estava nas mãos de um engenheiro da GM com mais de 95% de originalidade. Uma das modificações que este carro carrega é o comando elétrico do teto solar, eliminando-se o comando manual por manivela, uma modificação de época utilizando componentes do Chevrolet Astra.
Pelo levantamento de proprietários de Corsa GSI, deve haver cerca de 100 carros em circulação no Brasil que preservam as características originais, e mais uns 300 com modificações de motor, rodas, revestimento e peças aerodinâmicas em compósito de fibra-de-vidro, diferentemente das peças de plástico injetado que faziam parte do kit original. Esses números fazem com que o Corsa GSI possa ser considerado um neoclássico, e o valor da sua originalidade está sendo cada dia mais recompensada, e infelizmente cobiçada pela bandidagem.
Levei o Corsa GSI ao Instituto FullPower do Eduardo Bernasconi onde o instrutor do curso de polimento, Emerson Gomes, fez o polimento da pintura, e de lá fui ao Autódromo de Interlagos participar de um track day a convite do Alexandre Dias Generoso, o ADG da HighTorque. Foi um final de semana de autoentusiasmo acompanhado pelo Paulo Keller, que pode ser visto neste vídeo captado e editado pelo Márcio Salvo:
Como a GM apresentou o Corsa GSi à imprensa
Como em todo lançamento, a fábrica divulga dados sobre o veículo tanto pela ficha técnica quanto por extenso texto descritivo. Calhou de eu ter guardado o material de informações à imprensa — press kit no jargão da indústria — que achei interessante compartilhar com o leitor ou leitora por ele conter bastante informação sobre o Corsa GSi.
“GSi: A NOVA DIMENSÃO DO CORSA
Como foi dito por ocasião do lançamento do Corsa Wind 1.0, certas épocas parecem requerer certos carros, e que tinha sido justamente para isso que o Corsa tinha sido concebido. O novo Chevrolet estava chegando ao Brasil apenas um ano depois de surgir na Europa. Não demorou mais que três meses para que a primeira versão do novo modelo se juntasse à 1.4 GL; em conjunto, ambas viriam mudar o panorama do mercado de carros pequenos em curto espaço de tempo. O Wind e o GL logo se tornaram os carros mais desejados pelos consumidores brasileiros, transformando-se em verdadeiro fenômeno mercadológico.
Os principais fatores que levaram a tal resultado foram o conceito inovador de estilo, assinado por Hiideo Kodama, da Opel, e o alto grau de tecnologia incorporado ao Corsa, exemplificada tanto pelo primeiro — e único até o momento — motor de 1.000 cm³ munido de injeção de combustível, quanto pela expressiva dotação de itens de conforto e comodidade do 1.4 GL.
Agora é a vez do Corsa GSi
A nova versão do Corsa foi idealizada para aqueles que fazem questão de desempenho superlativo e não pensam em abrir mão de conforto e segurança, num carro compacto. E tampouco de modernidade e atualização tecnológica. A GSi é a versão topo de linha do Corsa, aqui e nos mercados mundiais.
A atualização tecnológica tem o melhor exemplo no seu motor, o primeiro 1,6 litro de duplo comando de válvulas, quatro válvulas por cilindro e injeção digital sequencial na produção nacional. É mais uma mostra do empenho da General Motors do Brasil em oferecer aos consumidores o que existe de mais avançado em tecnologia automotriz. A unidade desenvolve 108 cv e, devido ao baixo peso do veículo (999 kg, mesmo equipado com ar-condicionado, direção hidráulica e freios ABS) resulta na relação peso-potência de 9,2 kg/cv, responsável pelo seu desempenho cativante, como acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 9,8 segundos e atingir 192 km/h.
Além de tudo isso, o Corsa GSi consegue atingir níveis surpreendentes quanto a consumo de combustível: 11,9 km/litro na cidade e 18,5 km/litro na estrada (norma NBR 7024), apesar de sua conotação essencialmente esportiva.
Desempenho com respeito ao meio ambiente
O motor, apropriadamente chamado de Ecotec (Emissions and Consumption Optimization Technology, ou tecnologia de otimização de emissões e consumo), corresponde à versão que começou a equipar o GSi europeu somente a partir de setembro deste ano. Sua principal característica é o controle de emissões gasosas dentro da norma U.S. 93, bem mais rígida do que a correspondente à Fase 3 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que ainda está por entrar em vigor (1997).
É o primeiro automóvel produzido no Brasil, por exemplo, a incluir bomba de ar para oxigenar os gases de escapamento na fase de aquecimento do motor. Com isso, a eficiência do catalisador atinge a plenitude dentro dos primeiros 30 segundos após a partida a frio, contra tempo até três vezes maior nos sistemas chamados convencionais. Resultado: maior contribuição para a qualidade do ar.
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A imprescindível adequação à gasolina brasileira foi conseguida sem se alterarem as características de funcionamento e desempenho do motor. Por outro lado, a estrutura monobloco, já devidamente reforçada para as condições de piso brasileiras desde o modelo Wind, combina-se perfeitamente com a recalibração da suspensão do Corsa GSi, calculada para ênfase em comportamento esportivo.
Um carro completo
Vários itens de conforto, comodidade e segurança presentes no 1.4 GL, como ar-condicionado com filtro de micropoeira e cintos de três pontos até no banco traseiro, são de série no GSi. A lista de equipamentos normais de série, contudo, não para aí: há a direção assistida hidráulica (de ação rápida, pela relação 15,7:1), comandada por novo volante esportivo de três raios e 365 mm de diâmetro; os freios trazem discos dianteiros ventilados e sistema antitravamento (ABS); e as rodas são de liga de alumínio aro 14, com pneus 185/60R14H, de perfil baixo.
São opcionais apenas o rádio/toca-fitas com mostrador separado, o teto solar e a pintura metálica.
Exterior marcante
As linhas modernas e suaves do Corsa ganharam discreta ousadia graças ao visual lateral mais cheio proporcionado pelas rodas de 14 polegadas. Também, os tratamentos da dianteira e traseira são específicos do modelo, em que novo para-choque com faróis de neblina incrustados e o defletor traseiro se destacam. Painéis na parte inferior das laterais ajudam a manter uniforme o fluxo de ar sob o veículo e um defletor de 65 mm de altura localizado abaixo do para-choque dianteiro reduz a passagem de ar pela parte inferior. Esses dispositivos fizeram o coeficiente aerodinâmico (Cx) baixar de 0,35 nos Corsa Wind e GL conhecidos para 0,34 no GSi, ao mesmo tempo em que reduziu as forças de sustentação aerodinâmica, para estabilidade direcional ainda maior.
Para-choques e espelhos externos têm a mesma cor do veículo, contribuindo para o aspecto esportivo e ao mesmo tempo elegante.
O Corsa GSi representa mais um passo da General Motors para assegurar aos consumidores brasileiros condições para optar de maneira inteligente ao se decidirem por veículos de características esportivas, disse Mark Hogan, presidente da General Motors do Brasil.
CORSA GSi: UM CONJUNTO PERFEITO
Nunca foi produzido no Brasil um automóvel com motor de 1.600 cm³ e aspiração natural que desenvolvesse 108 cv. O concorrente mais próximo fica nos 92 cv, portanto 16 cv a menos. Também não se tem notícia de um veículo dessa classe 1,6 litro poder atingir 192 km/h de velocidade máxima. Tudo isso num conjunto moderno e elegante, que sintetiza as exigências dos consumidores da segunda metade da década de 1990.
O interior aconchegante e de visual agradável à vista e ao tato, os bancos de conceituação esportiva, os apoios de cabeça vazados para quatro ocupantes, tudo leva à agradável sensação de produto moderno e atualizado, sem perder a condição de veículo produzido por uma empresa dinâmica que completa 70 anos de atividade no Brasil, sem interrupções ou modificações societárias.
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O Corsa GSi pertence à classe de veículos que simbolizam a engenharia total. Cada detalhe, não importa se na carroceria ou na parte mecânica, foi cuidadosamente projetado e escolhido de maneira a proporcionar satisfação máxima ao proprietário ou motorista. O ruído do motor pelo escapamento, por exemplo, foi calculado para dar imenso prazer a cada troca de marcha, mas sem exceder o limite sonoro de 77 decibéis que será adotado no Brasil brevemente.
A resposta ao movimento do acelerador é imediata. O motor DOHC 16V — com duplo comando de válvulas e quatro válvulas por cilindro — alimentado por injeção multiponto digital sequencial, que traz injetores de jato duplo (dual spray) devido aos dois dutos de admissão por cilindro, chega a parecer uma obra de arte. Como nos Corsa Wind e 1.4 GL, ele pertence à Família I de motores Opel (o braço da General Motors Corporation na Alemanha), que se caracteriza pela distância de 86 mm entre centros de cilindro.
O sistema de gerenciamento ITMS que envolve alimentação e injeção é de última geração. É fornecido pela Automotive Components Group (ACG), empresa da GMC que abrange marcas conhecidas como a AC Rochester, AC Delco Systems e Delco Electronics, entre outras. O computador do ITMS tem capacidade de 32 kbytes, sendo capaz de processar as informações supridas por uma variedade de sensores e emissores de sinais elétricos. Constitui novidade, por exemplo, o comando da válvula de recirculação dos gases de escapamento (EGR) e da bomba de ar para os gases de escapamento pelo módulo do ITMS.
As emissões de monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC) e óxidos de nitrogênio (NOx) estão consideravelmente abaixo dos limites impostos pela norma U.S. 93. Os hidrocarbonetos lançados na atmosfera por quilômetro rodado, por exemplo, estão 46% abaixo do máximo permitido por aquela norma. Por sua vez, o sistema de ar-condicionado emprega o gás refrigerante R-134a, sem clorofluorcarbono, para não interferir na camada de ozônio da atmosfera terrestre quando liberado nos serviços de manutenção ou mesmo acidentalmente. Estes exemplos evidenciam a determinação da GM brasileira em se antecipar quando se trata de proteger o meio ambiente.
A atenção à segurança mereceu destaque no topo de linha GSi, pela adoção de sistema antitravamento de freios como equipamento normal de série. Dessa maneira, além da segurança proporcionada pela calibração de molas e amortecedores e pelo uso de pneus de perfil baixo, que fazem o veículo obedecer fielmente ao comando do motorista, a frenagem do Corsa GSi passa a ser o padrão em sua classe.
O prazer ao dirigir se completa pela direção assistida hidráulica de extrema precisão (bem rápida, de relação baixa, 15,7:1) e pelo câmbio de cinco marchas de relações numericamente próximas entre si (close ratio), que contribui para conferir caráter esportivo ao Corsa GSi.
Com o GSi, a gama Corsa se completa e atinge o objetivo da General Motors: atender o consumidor de carros compactos que busca máxima economia, com o Wind; conforto e desempenho de carro médio, encontrados no 1.4 GL; e desempenho superlativo, agora disponível no GSi, diz André Beer, vice-presidente da General Motors do Brasil.
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CORSA GSi: PRINCIPAIS DESTAQUES
A partir do desenho básico do Corsa, um time de projeto da Opel dedicou-se a desenvolver a versão de alto desempenho do novo modelo. A tarefa foi sem dúvida facilitada pelas características básicas do novo modelo, dentre elas a disposição transversal do conjunto motor-transmissão, a grande distância entre eixos em relação ao comprimento total e a rigidez torcional e flexional do monobloco.
As torres da suspensão dianteira ligadas à parede de fogo e os arcos de roda formando unidade com a chapa terminal traseira são fatores decisivos na qualidade estrutural do Corsa, importante por si só em carrocerias hatchback e seu grande vão de abertura atrás.
A pequena área frontal de 1.88 m² facilitaria o rompimento da massa de ar à frente do veículo, mas alguma melhora do coeficiente aerodinâmico era esperada. Além disso, as emissões precisariam se manter nos rígidos e baixos limites da norma U.S. 93 que vigoram a partir de 1995 nos países da Comunidade Econômica Europeia.
Com todos esses pressupostos, o time de projeto desenvolveu o Corsa GSi. Seus principais destaques, todos transpostos para a versão brasileira, são:
Motor exuberante
O motor, denominado X16XE, é um quatro-cilindros de 1.598 cm³. Diâmetro dos cilindros e curso dos pistões são, respectivamente, 79 mm e 81,5 mm, com biela de 129,75 mm de comprimento. A relação r/l resultante (divisão de meio curso pelo comprimento da própria biela) é de 0,31. Mesmo passando ligeiramente do limite normal de 0,30, o motor manteve características de funcionamento suave, graças ao emprego de pistões ultraleves, aos novos métodos de produção e o balanceamento apurado de todas as peças móveis.
Os objetivos de potência elevada em relação à cilindrada levaram ao emprego da tecnologia de quatro válvulas por cilindro. Novo cabeçote com dois comandos de válvulas foi desenvolvido especialmente. No desenvolvimento do motor o objetivo era conciliar potência abundante em ampla faixa de rotação, visando elasticidade, uma qualidade cada vez mais apreciada no tráfego congestionado do mundo atual.
O gerenciamento da injeção multiponto e da injeção, de última geração, ficou a cargo de sistema fornecido por empresa do grupo GMC. Em sua versão mais recente, como a que é empregada no Corsa GSi produzido no Brasil, incorpora bomba de ar para oxidação dos gases de escapamento antes de atingirem o catalisador. Como resultado, a máxima eficiência na conversão de gases tóxicos em inofensivos é atingida rapidamente após a partida a frio do motor, o que leva a menor lançamento de gases tóxicos na atmosfera (e até nos ambientes confinados, como nas garagens cobertas dos estacionamentos).
O motor X16XE desenvolve 108 cv a 6.200 rpm, com torque máximo de 14,8 mkgf a 4.000 rpm. A elasticidade é melhor exemplificada pelo fato de 80% do maior valor de torque (11,8 mkgf) estar presente entre 1.500 e 6.300 rpm, tornando o GSi carro fácil de ser dirigido, sem se precisar recorrer com frequência ao câmbio para boas retomadas de velocidade.
A potência específica de 67,5 cv/litro está entre as mais altas dos modernos motores de quatro válvulas por cilindro, enquanto o torque específico de 9,2 mkgf/litro é dos mais elevados entre os melhores motores atuais.
A taxa de compressão de 10,5:1 foi mantida para a versão brasileira, tanto pela existência de sensor de detonação seletivo como pelo mapeamento da ignição direta para a gasolina nacional com 22% de álcool. Há um conjunto com duas bobinas integradas para produzir corrente de alta tensão (disparo simultâneo em dois grupos de cilindros, pois não há distribuidor) e as velas têm duração prevista de 40 mil quilômetros.
O motor, externamente, se destaca pelo visual de alta tecnologia, em que os quatro dutos de ar deixam a câmara plenum sobre o cabeçote e se dirigem para os respectivos dutos de admissão. Além da segurança proporcionada pela bomba d’água acionada pela correia dentada dos comandos de válvulas, uma correia poli-V única movimenta alternador, bomba hidráulica da direção e compressor do ar-condicionado.
Transmissão recalculada
Em relação aos Corsa precedentes, o GSi traz modificações importantes na transmissão. A primeira delas é o aspecto estrutural, em que o maior torque exigiu as peças e componentes reforçados do conjunto Opel F15 (F13, no Wind e no 1.4 GL), O motor 1,6-litro implicou no aumento dimensional de juntas homocinéticas e semiárvores dos acionamentos das rodas. A segunda é o motor de alto rendimento e as características do modelo tornarem necessário o emprego de marchas próximas numericamente umas das outras (close ratio), enquanto o diferencial é 5% mais longo. O cálculo de transmissão levou a velocidade máxima a ser atingida em quinta marcha, favorecendo acelerações e retomadas.
O gráfico “dente de serra” mostra bom escalonamento das marchas, com quedas de rotação adequadas ao subir marchas, considerando a rotação de corte, 6.500 rpm. De 1ª para 2ª a queda é para 3.720 rpm; 2ª para 3ª, 4.300 rpm; 3ª para 4ª, 5.150 rpm; e 4ª para 5ª, 5.170 rpm. À velocidade máxima em 5ª o motor está a 6.070 rpm, minimamente aquèm da rotação de potência máxima (6.200 rpm). As velocidades nas marchas a 6.500 rpm são 1ª 49 km/h, 2ª 86 km/h, 3ª 130 km/h, 4ª 164 km/h e 5ª, velocidade máxima de 192 km/h. Na referência habitual de 120 km/h (velocidade verdadeira), o motor está a 3.800 rpm.
Suspensão quase de competição
Apesar de manter a mesma suspensão quanto à disposição, é justamente neste parte que estão as maiores diferenças entre os Corsa já existentes e o GSi. A sua calibração exclusiva foi definida após longos testes nos campos de prova da Opel, em Rüsselsheim (Alemanha) e da General Motors do Brasil, em Indaiatuba (São Paulo).
Na dianteira, as molas foram endurecidas em 33%, de 18 para 24 newtons/milímetro (N/mm) de constante elástica, e a barra estabilizadora teve o diâmetro aumentado de 18 mm para 24 mm. Os amortecedores são do tipo pressurizado. Na traseira, as molas progressivas passaram de 25~50 N/mm para 30~60 N/mm, um aumento menor (20%). O estabilizador traseiro sofreu mesma modificação que o dianteiro, mais uma: passa a ser alojado em buchas de borracha no corpo do eixo traseiro. Os amortecedores também passaram a pressurizados.
Todas as modificações de suspensão casam-se com os pneus de perfil baixo, medida 185/60R14H, montados em rodas de liga de alumínio de desenho exclusivo e tala de 5 1/2 polegadas, responsáveis pelo comportamento em curva surpreendente, com superior controlabilidade e inclinação mínima da carroceria.
Direção precisa
No Corsa GSi o prazer em dirigir ficou ainda maior com a direção assistida hidráulica, item normal de série. A partir de novo volante de direção esportivo de três raios, o esforço nas manobras com veículo imóvel ou em baixa velocidade é mínimo, enquanto o dirigir de mais vigoroso é facilitado pela direção rápida. Como a relação de direção passou de 22,6:1 a 15,7:1, agora são apenas 2,75 voltas de batente a batente, contra 4,1 nas versões sem direção assistida.
Freios potentes
O Corsa GSi inaugura no Brasil a era dos automóveis da classe 1,6 litro com sistema antitravamento de freios (ABS) Lucas-Girling, também um componente de série. Composto de quatro sensores e possuindo quatro canais, a frenagem do GSi estabelece novo padrão na categoria. Como em todos os automóveis Chevrolet de tração dianteira produzidos hoje, os dois circuitos hidráulicos de freio são dispostos em diagonal, assegurando pelo menos 50% de força de frenagem em caso de pane hidráulica num dos circuitos.
Na dianteira, discos ventilados de 256 mm de diâmetro combinam-se com pinças flutuantes com pistão de 48 mm; atrás, enormes tambores de 200 mm de diâmetro com sapatas de 28 mm de largura estão na medida correta para a configuração do veículo, mantendo a disposição do modelo original europeu.
Carroceria com anexos aerodinâmicos
Os cuidados com a aerodinâmica começaram com a inclusão de um defletor no alto da tampa traseira, destinado tanto a diminuir o arrasto induzido (induced drag) como a reduzir a força de sustentação (lift) atrás. Depois foram acrescentados painéis de plástico ABS na região das soleiras de porta, destinadas a fazer o papel de minissaias, ou seja, diminuir a saída do ar que passa sob o veículo para os lados, que perturba o fluxo pelos lados da carroceria.
Na dianteira, um defletor de 65 mm de altura abaixo do para-choque limita a passagem de ar inferior. O para-choque dianteiro tem desenho exclusivo para o GSi. Todas essas medidas levaram o coeficiente aerodinâmico (Cx) baixar de 0,35 para 0,34, resultando num produto Cx x área frontal de apenas 0,639 m² (antes, 0,658 m²). Bom exemplo da eficiência aerodinâmica do Corsa GSi é o fato de ser preciso somente 15,2 cv para trafegar a 100 km/h.
É por suas características técnicas, conforto e sobretudo desempenho que o Corsa GSi certamente irá despertar o interesse daqueles que vêm no automóvel mais do que um simples meio de locomoção, afirmou o engenheiro-chefe da empresa, Carlos Buechler.”
Realmente é um belo texto descritivo da GM daquele tempo. Devo explicar que o gráfico “dente de serra” não constou do texto original. Também, o consumo de combustível informado, 11,9 km/l na cidade e 18,5 km/l na estrada, medido pela norma vigente NBR 7021, com a revisão ocorrida há cerca de quatro anos — correção de 22% no ciclo urbano e 29% no ciclo rodoviário — o consumo seria de 9,3 km/l e 13,1 km/l, respectivamente.
GB
FICHA TÉCNICA CORSA GSI | |
MOTOR | |
Designação | Ecotec X16XE |
Descrição | 4 cilindros em linha, dianteiro transversal, bloco de ferro fundido, cabeçote de alumínio, duplo comando de válvulas, correia dentada, 4 válvulas por cilindro, injeção multiponto no duto, gasolina |
Cilindrada (cm³) | 1.598 |
Diâmetro x curso (mm) | 79 x 81,5 |
Potência (cv/rpm) | 108 / 6.200 |
Rotação de corte (rpm) | 6.500 |
Torque (m·kgf/rpm) | 14,8 / 4.000 |
Taxa de compressão (:1) | 10,5 |
Comprimento da biela (mm) | 129,75 |
Relação r/l | 0,314 |
Gerenciamento do motor | ITMS, Automotive Components Group, 32 kbytes |
TRANSMISSÃO | |
Tipo | Transeixo Opel F-15CR com câmbio manual de 5 marchas è frente e uma à ré |
Relações das marchas (:1) | 1ª 3,727; 2ª 2,136; 3ª 1,414; 4ª 1,121; 5ª 0,892; ré 3,308 |
Relação de diferencial (:1) | 3,74 |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, McPherson, braço de controle simples com tirante sujeitador formando o triângulo, mola helicoidal 24 N/mm, amortecedor pressurizado e barra estabilizadora de Ø 24 mm |
Traseira | Eixo de torção, mola helicoidal de constante variável de 30 N/mm a 60 N/mm, amortecedor pressurizado e barra estabilizadora integrada ao eixo apoiada em buchas de borracha |
DIREÇÃO | |
Tipo | Pinhão e cremalheira, assistência hidráulica, raio negativo de rolagem |
Relação de direção (:1) | 15,7 |
Voltas entre batentes | 2,75 |
Diâmetro mínimo de curva (m) | 10,4 |
Diâmetro do aro do volante (mm) | 365 |
FREIOS | |
Controle | Hidráulico, servoassistido a vácuo, ABS Lucas-Girling de 4 canais, duplo-circuito em diagonal |
Dianteiros (Ø mm) | Disco ventilado / 256 com pinça flutuante, pistão de Ø 48 mm |
Traseiros (Ø mm( | Tambor / 200 com sapatas de 28 mm de largura |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Liga leve, 5,5J x 14 |
Pneus | 185/60R14H |
CARROCERIA | |
Construção | Monobloco em aço, hatchback, 2 portas, 5 lugares |
AERODINÂMICA | |
Coeficiente aerodinâmico (Cx) | 0,34 |
Área frontal (m²) | 1,879 |
Área frontal corrigida (m²) | 0,639 |
PESOS E CAPACIDADES | |
Peso em ordem de marcha (kg) | 960 |
Carga útil (kg) | 455 |
Peso rebocável com/sem freio (kg) | 1.000 / 450 |
Porta-malas (L) | 260 |
Tanque de combustível (L) | 46 |
DIMENSÕES (m) | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 3.729 / 1.608 /1.420 |
Distância entre eixos (mm) | 2.443 |
Bitola dianteira/traseira (mm) | 1.387 / 1.388 |
Distância mínima do solo (mm) | 140 |
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL NBR 7024 | |
Cidade (km/l) | 11,9 |
Estrada (km/l) | 18,5 |
DESEMPENHO | |
Aceleração 0-100 km/h (s) | 9,8 |
Velocidade máxima (km/h) | 192 |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
v/1000 em 5ª (rpm) | 31,6 |
Rotação a 120 km/h em 5ª (rpm) | 3.793 |
Rotação à vel. máxima em 5ª (rpm) | 6.068 |