Quem teve a sorte de, em meados dos anos 1960, estar na faixa dos dez anos de idade, vai ficar com muita saudade do Ford GT, tanto pelas fotos em jornais e revistas quanto pelos automodelos de fenda em escala 1/32 da Cox, que chegaram por aqui pouco antes da pioneira Estrela lançar seu Autorama® em 1965.
Só para deixar registrado, falávamos “carrinhos de autorama”, mas na verdade o nome, grafado com inicial maiúscula, era registrado pela Estrela para toda a sua linha de produtos de automodelos de fenda. Mas ficou na boca de todos dizer que “ganhei um carrinho de autorama da Cox” (ou da Monogram, Revell, Scalextric etc).
Registro feito, voltamos aos carros em escala 1/1. A Ford mostrou em 2015 a atual geração do GT, que entra em 2022 no seu último ano de produção. Para se despedir em grande estilo recebe a derradeira Heritage Edition. Inspirada nos cinco protótipos do ícone americano de 1964, retrata a pintura do último deles, chassi GT/105.
Os GT/101 e GT/102 foram destruídos em testes de colisão para poder competir em Le Mans e Monza. Já os GT/103 e GT/104 foram repintados após obterem, respetivamente, os primeiro e terceiro lugares em 1965, na corrida de Daytona, pilotados por Ken Miles e Lloyd Ruby no GT/103, enquanto no GT/104 estavam Bob Bondurant e Richie Ginther. Ambos estão no museu da Shelby, em Boulder, Colorado, nos Estados Unidos.
Inspirado no GT/105, o Ford GT 1964 Prototype Heritage Edition está pintado na cor branca com o capô preto e um friso preto que se estende do teto até a traseira. O defletor dianteiro, as saias laterais e o difusor são em compósito de fibra de carbono, material que também é usado nas rodas de 20 polegadas de diâmetro.
Os bancos também são em compósito de fibra de carbono forrados com Alcantara na cor azul. Quanto à mecânica, não há qualquer novidade. O motor é o V-6 EcoBoost de 3,5 litros, com potência de 655 cv, acoplado a um câmbio automático de dupla embreagem e sete marchas. A velocidade máxima é de 347 km/h e faz o zero a 100 km/h em menos de 3 segundos.
AB