A indústria automobilística mundial está produzindo menos veículos do que a demanda dos mercados. As empresas dizem que o equilíbrio será atingido somente em 2022, enquanto se debatem com a crise no fornecimento de chips. Informam que é a pior crise de abastecimento em três décadas.
Um dos fornecedores deste tipo de componentes, a Infineon Technologies, confirmou isso, dizendo que quebras de produção em duas das suas fábricas estão afetando os seus clientes do segmento automobilístico. A Infineon Technologies AG é uma empresa alemã fundada em abril de 1999, quando a divisão de semicondutores da Siemens AG foi dividida, para se criar uma nova empresa. Tem sede em Neubiberg, município no distrito de Munique, Alemanha.
Primeiro foi uma tempestade de inverno que paralisou a produção na fábrica de Austin, no Texas, Estados Unidos. Em seguida, em junho, uma das suas fábricas, localizada na Malásia, sofreu uma quebra de produção provocada por um surto de infeções por coronavírus. Isso vem contribuindo para que a Infineon Technologies esteja com sérias dificuldades para acompanhar a elevada procura por chips, tanto para a indústria automobilística quanto para a dos aparelhos eletrônicos.
No caso do fornecimento aos fabricantes de automóveis, área de negócio que representa dois quintos do volume de vendas da Infineon Technologies, a retomada será lenta. Reinhard Ploss, presidente executivo da empresa, disse que a recuperação está sendo dificultada “por graves limitações de fornecimento ao longo de toda a cadeia de valor”, o que implica nos adiamentos nas entregas. “Tudo somado, levará tempo até regressarmos a um equilíbrio entre a oferta e a procura. Na nossa opinião, isto só ocorrerá em 2022”, concluiu. A empresa alemã aposta agora na nova fábrica que vai inaugurar em Villach, Áustria, para aumentar a produção de chips especializados em gestão de energia.
Recentemente a Intel alertou que essa falta de chips, que afeta a produção de automóveis, poderá durar vários anos. Teletrabalho e estudo em casa continuam a provocar forte procura por equipamentos eletrônicos que também necessitam de chips. De acordo com notícia da Reuters, citando fontes da Intel, o maior fabricante mundial de chips reiterou que a crise que afeta o fornecimento de semicondutores poderá demorar muito tempo para acabar.
Ainda de acordo com a Reuters, Pat Gelsinger, presidente executivo da Intel, afirmou no final de julho passado, durante a feira Computex, em Taipé, Taiwan, que “o ciclo de trabalho remoto e estudo em casa, iniciado com a pandemia, causou uma enorme procura pelo fornecimento de chips em todas as cadeias de distribuição”.
Antes disso, numa entrevista em abril, ao Washington Post, Gelsinger já tinha alertado que a falta de chips irá se prolongar por vários anos, mesmo existindo já algum reforço na produção dos mesmos para os próximos seis a nove meses.
Recentemente um relatório do AutoForecast Solutions informou que a fabricação de mais de 2,5 milhões de carros em todo o mundo já foi afetada por esta crise.
AB