Para Jean-Philippe Imparato a marca que ele dirige “vende Alfa Romeo e não iPad com um carro à volta”. Para ele, o piloto será sempre o foco central do carro, com o mínimo de telas. Na foto de abertura, o painel do Montreal, de 1970. Após passar pela Peugeot, o executivo recebeu da Stellantis a missão de levar a Alfa Romeo ao patamar que ela sempre mereceu.
Marca histórica, foi fundada em 1910 como ALFA, Anonima Lombarda Fabbrica Automobili, por Alexandre Darracq e Ugo Stella. Nicola Romeo assumiu a direção da empresa em 1916 e em 1920 o nome da empresa foi alterado para Alfa Romeo. Daí para frente, a marca tornou-se uma das mais adoradas pelos aficionados em todo o mundo. Até para aqueles que acham que a capital mundial do automóvel não é Detroit, mas sim Stuttgart, sobra um espaço no coração para os Alfa Romeo…
Aqui no Brasil, além da FNM e depois a Fiat produzirem carros da marca, no distrito de Xerém, em Caxias, RJ, e em Betim, MG, respectivamente, Piero Gancia e sua equipe Jolly tornaram a Alfa Romeo conhecida pelas incontáveis vitórias nas pistas. Havia ainda um fortíssimo núcleo “Alfista” em Petrópolis, RJ, liderado pelo saudoso e inesquecível piloto Mário Olivetti.
Voltando ao presente, Imparato disse que a marca caminha rumo à eletrificação, para atender às mudanças previstas para os próximos anos, mas que a sua marca deve focar sempre no piloto, com o mínimo de telas possíveis.
Disse que a Alfa Romeo continuará produzindo veículos divertidos de dirigir, sejam eles sedãs, suves ou esportivos. Está consciente que tem de proporcionar aos usuários conectividade, mais funções e também potencial de sincronização com dispositivos, a começar pelos celulares. Mas ele não quer abrir mão do ambiente esportivo a bordo, com um quadro de instrumentos mostrando o que é mais importante, e uma tela central com dimensões mínimas mas que seja legível e funcional.
Imparato tem vários problemas pela frente, sendo um deles a dificuldade para a eletrificação dos seus carros, uma vez que eles foram concebidos num período em que isto ainda não era uma necessidade. Para recuperar este atraso, a marca será das primeiras a trocar a arquitetura Giorgio, utilizada no Giulia e no Stelvio, pela nova STLA, projetada para veículos 100% elétricos do grupo Stellantis, com variações para modelos pequenos e grandes.
Até lá, vai eletrificar grande parte da gama com versões híbridas plugáveis. Certo é que para Jean-Philippe Imparato carros eletrificados não terão telas gigantescas ou várias delas unidas com uma placa de vidro única, mas sim mostradores circulares.
Vida longa para a Alfa Romeo!!
AB