Nem mesmo a chuva e o clima frio que marcou o GP da Turquia vencido por Valtteri Bottas (foto de abertura) arrefeceram os ânimos da categoria para a temporada de 2022. Em meio a uma disputa emocionante pelo título da categoria, como há muito tempo não se via, volta a volta alguns cenários do futuro próximo ficam mais próximos da definição: a Formula-1 vai cancelar o GP da China, Honda e Red Bull oficializaram uma relação semiaberta e o mercado dos Estados unidos segue crescendo e despertando o apetite de investidores locais.
A décima vitória de Valtteri Bottas na F-1 mostrou o quanto o cabresto de um contrato de segundo piloto influencia no desempenho dinâmico. Desde o início do ano o finlandês vivia uma montanha russa onde os altos e baixos eram representados por mais uma temporada na Mercedes e pelos rumores que anunciavam a esperada chegada de George Russell para substitui-lo em 2022. Uma vez definida sua transferência para a equipe Alfa Romeo Sauber, Bottas aparentemente, ou um pouco além disso, se libertou do compromisso de defender os interesses de Hamilton acima dos seus e deixou isso bem claro na prova de Istambul. Seu desempenho no último fim de semana assim mostra: ele ocupou a pole position, liderou 44 das 53 voltas da prova e somou aos 25 pontos da vitória o ponto extra que gratifica o autor da volta mais rápida.
A Lewis Hamilton restou o dissabor de ter errado ao protelar uma troca de pneus na fase final da prova, ver Max Verstappen abrir seis pontos de vantagem e reassumir a liderança do campeonato. A combinação dos resultados da Mercedes e da Red Bull novamente destaca a atuação de Bottas: o ponto extra da volta mais rápida aumentou de 33,5 para 34,5 a vantagem do time alemão sobre o austríaco, mantendo as posições que são precificadas por uma diferença de algumas dezenas de milhões de dólares na distribuição de prêmios da categoria.
Já era sabido que a fábrica dedicada a produzir seus próprios motores não entra em operação antes do segundo semestre do ano que vem e que a Red Bull continuaria usando os motores Honda. Agora o acordo é oficial e cria uma ponte aérea entre Sakura, no Japão, e Milton Keynes, na Inglaterra. Para a temporada de 2022 os motores deverão manter as especificações deste ano, sendo que o regulamento que entrará em vigor em 2025 ainda é objeto de estudos e discussões entre as equipes, os atuais fabricantes de motores e outras marcas interessadas em participar da categoria.
Do calendário de 23 etapas de 2022 deverão constar os GPs da Emilia-Romagna, em Ímola, e da França, em Paul Ricard, cortesia da realização dos Jogos Olímpicos de Inverno em Beijing, em fevereiro. A decisão de intensificar o controle sanitário decorrente da epidemia da covid-19 acendeu o botão de alerta da F-1 e, com isso, a corrida em Xangai foi cancelada, o que abriu espaço para incluir Ímola no calendário no dia 24 de abril. Esta data remete à época em que o GP de San Marino era disputado na pista próxima a Bolonha. O autódromo italiano concorria com Paul Ricard pela vaga de 24 de julho, disputa que acabou não acontecendo e garantiu a presença de ambos na próxima temporada.
Outra corrida que parece ameaçada é o GP da Austrália: o governo de Melbourne parece não abrir mão de algumas medidas que a Fórmula 1 pede isenção. Se as duas partes não se acertarem Cingapura recebe a categoria no dia 2 de outubro e os australianos podem perder a vaga de 2024 também.
Nos Estados Unidos crescem os rumores de que Michael Andretti estaria próximo de acertar a compra da equipe Alfa Romeo Sauber e assumir a operação do time baseado em Hinwil, na Suíça. O bom relacionamento de Mario Andretti com a Ferrari, o apoio de investidores dos EUA e a possibilidade do calendário de 2023 ganhar uma terceira prova no país, em Indianápolis ou Las Vegas, ajudam a dar consistência a tal cenário.
O resultado completo do GP da Turquia você encontra clicando aqui.
WG