A F-1 reforçou sua busca pelo politicamente correto e por maiores lucros ao anunciar para 2022 o uso de 10% de álcool no combustível usado pela categoria (ilustração de abertura) e aumento superior a 100% em relação às três sprint races disputadas este ano. Sprint Races são provas de 100 quilômetros de distância que substituem as provas de classificação de um GP e que nesta temporada foram realizadas nos GPs da Grã-Bretanha e Itália, algo que também haverá na etapa brasileira, em novembro.
A mistura de álcool e gasolina está longe de ser uma novidade para os motoristas brasileiros, sul/norte-americanos e europeus, mas para a F-1 faz parte de um projeto mais abrangente e que poderá adotar um combustível 100% sustentável a partir da nova geração de motores que entrará em uso em 2025. Em busca desse combustível a categoria discute com vários fabricantes do produto, entre eles a Aramco, companhia árabe que aposta no desenvolvimento de motores de combustão interna e na produção de combustíveis mais eficientes e que é um dos principais patrocinadores do Campeonato Mundial.
Segundo a Aramco, o motor de combustão interna (conhecido como ICE, a sigla em inglês) tem vida útil até, pelo menos, 2040. As pesquisas da empresa para melhorar o rendimento energético do motor de combustão interna exploram a ignição por compressão (como a dos motores Diesel) do combustível otimizado, nova arquitetura do motor e tratamento dos gases e material particulado emitidos com a queima.
Se a receita de combustível ideal da Aramco explora a mistura de gasolina e diesel, o produto ideal da categoria tende a usar apenas a parte que explora o tratamento dos gases e sólidos queimados. As fontes do combustível do produto que vai preencher o tanque dos F-1 no futuro próximo será criada em laboratório a partir de elementos gerados pela coleta de lixo e biomassa de produtos não comestíveis. O objetivo é gerar um produto utilizável por motores ICE em qualquer parte do planeta sem a necessidade de modificações, o que é justificável pelas previsões sobre a frota automobilística mundial para 2030: dos 1,8 bilhão de veículos previstos para ocupar ruas, estradas e vias similares em todo o mundo apenas 8% serão puramente elétricos.
Enquanto o calendário de 2022 não é oficializado, o italiano Stefano Domenicali (presidente da empresa Formula 1) já adiantou que existe a possibilidade de que “sete ou oito GPs tenham o grid definido pelas Sprint Race”. As datas e locais de todas as 23 etapas não serão deverão ser definidas antes de 15 de outubro, mas já se sabe que a última etapa será disputada na primeira quinzena de novembro, medida que evita a concorrência com a Copa do Mundo no Catar, que começa dia 30 desse mês.
WG