O presidente-executivo do grupo Volkswagen, Herbert Diess, indicou, numa reunião interna, que se a empresa não agilizar a transição para os veículos elétricos, existirá o risco de ocorrerem até 30 mil demissões num futuro. Diess reconheceu a possibilidade dessa supressão de postos de trabalho para adequar a empresa ao futuro da indústria, com necessidades muito diferentes das atuais, devido às tecnologias da digitalização e da eletrificação. Na prática, 25% da força de trabalho da companhia encontra-se em risco. Simples assim…
Em maio desse ano uma entidade alemã alertou para uma possível situação de risco de desemprego em massa no setor automobilístico, estimando a eliminação de até 288 mil empregos até 2030, só na Alemanha. O problema reside na nova realidade criada pelos automóveis elétricos, que têm um processo produtivo menos dependente da intervenção humana.
A previsão, ou lendo-se nas entrelinhas, o alerta, foi noticiado pelo jornal alemão Handelsblatt, publicação alemã especializada em comércio e economia, publicado em Düsseldorf. A Reuters confirmou que Diess indicou, nessa reunião com os membros do conselho de supervisão da Volkswagen que, para evitar esse cenário, o grupo terá que acelerar a transição para a fabricação de carros elétricos. Na foto de abertura, o Touareg R PHEV, híbrido plugável.
A preocupação é com a entrada, no mercado alemão, de novos fabricantes, como a americana Tesla, o que coloca ainda mais pressão sobre a Volkswagen. A Tesla planeja produzir 500 mil carros por ano na Alemanha, empregando 12 mil pessoas. Em contraste, a Volkswagen emprega 25 mil pessoas na fábrica de Wolfsburg, para fabricar 700 mil carros, nenhum dos quais é elétrico.
Um porta-voz da Volkswagen teria dito que “não há dúvidas de que temos de resolver a questão da competitividade da nossa fábrica de Wolfsburg, à luz da entrada de novos concorrentes”, referindo-se não só à Tesla, mas também às marcas chinesas que estão no mercado de carros elétricos.
Quanto ao significado de “resolver a questão da competitividade”, o porta-voz não quis comentar, mas disse que “está em curso um debate interno e já existem muitas boas ideias. Mas não existem cenários concretos em cima da mesa”.
É esperar para ver…
AB