Do jeito que as coisas vão, parece que os salões do automóvel caminham para o fim. A alegação dos fabricantes que estão se ausentando cada vez mais é uníssona: custo. O famoso Custo, o Fantasminha. Há também outra, a da internet substituir a exposição física.
Os dois argumentos são verdadeiros, mas será que os salões não farão mesmo falta? Digo que farão.
Os salões do automóvel têm o poder, quase mágico, de acender, ou reacender o desejo de compra de um produto que é dos maia atraentes e nunca deixará de ser: o automóvel. Simplesmente por ser o maior símbolo de liberdade individual do que qualquer outro, junto com encantamento que ele encerra em si mesmo.
A propaganda, é inegável, também participa desse binômio desejo de compra-encantamento, e ela tem ela tem elevado poder para isso graças à internet, desde que feita sem banalidade, pelo contrário, com criatividade. que mexa com os sentimentos.
Quem não se emociona com os comerciais da Porsche, que tocam fundo nas pessoas? Quem não se lembra dos comerciais sem sentido de um grande produto chamado up!?
Parece que as fabricantes, genericamente falando, se esqueceram que são justamente os salões do automóvel que geram um caudal de notícias totalmente gratuito em todas os meios de comunicação, e isso em nível mundial.
Um salão tem também a utilidade de fabricantes terem contato direto com o público — leia-se consumidor — e ouvi-los, uma oportunidade especial.
Esquecem que a presença feminina nos estandes junto aos carros expostos tem grande força, a mesma dos “anjos do céu” que são as aeromoças, uma das providências mais inteligentes e que foi responsável pelo grande crescimento da aviação comercial a partir de meados da década 1930.
Quando a Porsche lançou mundialmente o Macan no Salão de Los Angeles de 2014, a embaixadora do estande foi ninguém menos que a tenista russa Maria Sharapova, que encantou a todos, inclusive nosso saudoso Josias Silveira.
Esquecem também que os compradores de amanhã são as crianças de hoje, que se encantam em meio ao show de luzes e brilho dos salões. e guardam na memória aqueles momentos.
Digo, e não é de hoje, que os salões do automóvel são a grande festa da indústria automobilística, e acrescento a palavra única: que outra festa dessa pujante indústria existe e que sobretudo é um dos alicerces da almejada e tão falada sustentabilidade?
A indústria automobilística precisa se lembrar que os salões geram empregos e movimentam a economia das cidades ou regiões onde se realizam, portanto são de seu próprio interesse.
BS
A coluna “O editor-chefe fala” ´é de exclusiva responsabilidade do seu autor.