O mercado deu uma arrefecida em outubro e quem salvou o mês foram novamente as vendas diretas. O ritmo de emplacamentos diários foi de 8.435 unidades de leves, 2% a menos que em setembro, porém foram 12% a menos em volume de vendas nas concessionárias, 64.049 veículos no mês é o mesmo patamar de fevereiro deste ano. Não foi um mês bom para a rede.
A Anfavea fez a transmissão da apresentação de resultados do setor diretamente da Fenatran, lá sim respirava-se otimismo, não só pelo bom momento do segmento de pesados, como também da volta dos eventos de exposição, desde 2019, por conta da pandemia que veio no ano seguinte.
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, ainda declarou que não fossem as manifestações que irromperam pelo país no último dia do mês, bloqueando estradas, os números teriam sido pouco melhores.
As projeções para o ano mantiveram-se inalteradas, porém para se atingirem os números da última revisão, i.e., 2.140 mil autoveículos, ou os cerca de dois milhões de leves, novembro e dezembro teriam de ter um ritmo pouco maior e essa aceleração no ritmo ainda não aconteceu até a data da publicação desta análise.
Outubro teve ainda algumas paralisações de produção por falta de componentes e semicondutores, que também afetou a oferta de veículos nas concessionárias.
Quando olhamos os dez primeiros meses de 2021, temos uma retração de 3,5%, porém é bom lembrar que a crise dos chips no ano passado estava em seu auge, afetando a base de comparação. Os lançamentos de novos modelos, como Citroën C3 e Fiat Fastback, renovação dos Honda e facelift dos Hyundai puxaram mais clientes para essas marcas, ou no caso da Honda os atraíram de volta às lojas. No caso do C3, a marca francesa reentra num segmento de volume, o que trará mais saúde para a sua rede de concessionários.
A tabela acima ilustra melhor, num ano em que o mercado de leves encolheu 3,5%, as vendas diretas cresceram 10%, enquanto o movimento nas lojas foi 13% inferior. O setor precisa de novos ares, que somente virão com uma melhora no quadro macro e microeconômicos, maior disponibilidade de financiamentos, queda da inadimplência e dos juros ao consumidor.
Ranking do mês e do ano
A Fiat (foto de abertura) segue no topo do ranking, em outubro foram 37.427 unidades emplacadas, Chevrolet em 2º com 28.154, VW em 3º, depois Hyundai e Toyota com pequena diferença entre si. A novidade fica por conta da Citroën e seu novo lançamento, o C3, que a trouxe ao ranking dos dez mais vendidos
Nos dez meses, a Fiat lidera com 343.506 unidades, Chevrolet em 2º, com 231.825 e em ascensão, VW, em 3º, Hyundai, Toyota, Jeep. A VW terá o desafio de compensar a saída de linha do Gol, Voyage e Saveiro impulsionando as vendas do Polo, que vinha sendo sacrificado pela falta de semicondutores. A ver.
HB20 consolidou-se na liderança dos automóveis, com 9.084 unidades vendidas, seguido de perto pelo Tracker, com 8.496, em 3º o Onix, 7.768, Onix Plus em 4º, 7.354, depois Mobi, Argo. Três modelos Chevrolet entre os cinco primeiros não se via há bons meses e mostra a retomada de fôlego da marca da gravatinha borboleta dourada.
No ano, HB20 lidera para não ser mais alcançado, 79.772 unidades licenciadas, seguido pelo Onix, Onix Plus, Mobi, Gol. A Fiat vem com os modelos Pulse e Fastback para agitar o já superconcorrido segmento de suves compactos, adicionando a marca do escorpião Abarth na mistura.
O segmento de comerciais leves teve a Strada na liderança, com 8.046 unidades emplacadas, seguida pela Saveiro, com 4.447, numa puxada final de despedida do mercado. Hilux em 3º, Toro em 4º, depois Fiorino, S10, Oroch.
No ano, Strada, com 93.960 vendidas, mais que o dobro da 2ª colocada, a Toro, depois Hilux, S10. A GM vem fazendo um bom teaser da nova Montana, que deve chegar às lojas no começo do ano que vem, com atributos para reposicioná-la na disputa pelos compradores com suas rivais italianas, num segmento que vem crescendo e ganhando maior atenção dos fabricantes.
Até mês que vem!
MAS