Tal como ocorre com o destino de vários técnicos das seleções que disputaram e já deixaram a Copa do Mundo de 2022, várias equipes de Fórmula1 repetem a movida em busca de melhores resultados ou preparação pra o futuro. Após a “morte” anunciada de Mattia Binotto como “team principal” da Ferrari, McLaren, Sauber e a Williams também divulgaram o desligamento de seus chefes de equipe, respectivamente Andrea Seidl, Frédéric Vasseur e Jost Capito. Em um plano paralelo, a Honda confirmou junto à Federação Internacional do Automóvel (FIA) sua intenção de disputar a temporada de 2026 como provedora de motores.
De todos os anúncios o que causou menor surpresa foi a transferência do Vasseur desde Hinwill, na Suíça, para Maranello, na Itália. Desde que começam a circular os rumores do desligamento de Binotto, o nome do francês era cotado como a principal opção para comandar a Scuderia. Natural de Draveil, pequena cidade situada a 20 km do Arco do Triunfo, em Paris, Frédéric Vasseur diplomou-se engenheiro na escola Superior de Técnicas Aeronáuticas e Construção de Automóveis e no seu currículo constam uma associação com Nicolas Todt para fundar a equipe Art Grand Prix, a construção de 40 chassis para a primeira temporada a Fórmula E (Categoria de carros elétricos) e passagens como chefe de equipe da Renault e Sauber.
A proximidade com Nicolas, filho de Jean Todt, é um ás em sua manga: certamente o responsável pela última grande fase da Ferrari na era Schumacher vai dar conselhos e sugestões sobre como gerir a sempre traumática equipe italiana. Vasseur é o quinto nome a comandar o time de Maranello desde Jean Todt. Mattia Binotto, Maurizio Arrivabene, Marco Mattiaci e Stefano Domenicali foram os predecessores no cargo que é simultaneamente o mais desejado e o mais cruel entre os técnicos da F-1.
Em atitude semelhante, a Sauber anunciou a incorporação do alemão Andrea Seidl com seu novo excutivo-chefe a partir de janeiro. Como é sabido, a equipe suíça é agora, oficialmente, parceiro estratégico da Audi em um programa que prevê a estreia na F-1 em 2026. A casa de Ingolstadt está desenvolvendo sua própria unidade de potência, o conjunto que compreende o motor a combustão, sistemas de recuperação de energia e acionadores elétricos do turbocarregador. Formado em engenharia mecânica pela Universidade Técnica de Munique, Seidl nasceu em Passau, colônia do Império Romano inicialmente conhecida como Batavia. Sua experiência na F-1 inclui passagens pela BMW quando a marca se associou à Sauber na F-1 e em seu programa da categoria DTM, Porsche (WEC) e, mais recentemente McLaren, para onde se transferiu em 2019.
Por sua vez, Jost Capito, outro alemão da Bavária, ainda não anunciou seus planos futuros. Embora a Williams tenha registrado seus agradecimentos por ele ter adiado sua aposentadoria ao assumir o comando da equipe de Grove, em 2020, é pouco provável que ele deixe de aparecer nos autódromos. Seu currículo com passagens pela BMW (onde trabalhou junto com Paul Rosche), Porsche (onde foi um dos idealizadores da Porsche Cup, categoria hoje com franquias espalhadas pelo mundo), Sauber, Ford, VW e uma breve passagem pela McLaren o creditam como um profissional respeitado. Junto com ele também deixa o time o diretor técnico FX Demaison. McLaren e Williams não anunciaram ainda os nomes que poderão as vagas em aberto.
Honda, o eterno retorno
Koji Watanabe, o executivo-chefe da Honda Racing, departamento da marca japonesa que explora desenvolvimento e serviços de produtos para competição, admitiu que sua empresa oficializou junto à FIA a intenção de atuar como provedor de unidades de potência para a F-1 a partir de 2026. Atualmente a Honda fabrica os motores usados pelas equipes Red Bull e AlphaTauri, parceria que poderá ser afetada dentro de três anos quando a equipe austro-inglesa passar a utilizar unidades de potência de fabricação própria. As razões apontadas por Watanabe para justificar a demanda mencionam a eletrificação de motores a combustão e a neutralização das emissões de carbono.
WG
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