Surpreendo-me com a quantidade de carros que “somem” no tráfego por serem de cores escuras, nessas incluindo-se as recentes cinzas da cada vez utilizados pelas fabricantes. Virou moda.
Foi por volta dos meus 24~25 anos anos foi que comecei a aquilatar a importância de ser visto no trânsito, tanto quanto ver. Isso apenas por questão de lógica, nunca li nada a respeito, estudos, estatísticas, nada. Veículos do corpo de bombeiros são vermelhos, mas há também amarelos, caso dos EUA. É para serem avistados mais facilmente pelos condutores de outros veículos, inclusive ciclistas e até pedestres. Mesma coisa os famosos ônibus escolares americanos de motor sempre dianteiro em volume separado e porta de emergência na traseira. E automáticos.
As cores mais visíveis, em termos de destacar veículos assim pintados, são, começando pela melhor: laranja, amarelo, vermelho e branco. Você mesmo pode constatar isso observando o trânsito, como essas quatro cores são de fácil percepção, “aparecem” mais facilmente do que as demais.
Não é por acaso que os coletes obrigatório nos veículos na Europa, para serem usados quando se está fora do carro em situações como trocar uma roda quando um pneu fura, são de cor laranja. O mesmo no pessoal de terra nos aeroportos.
É claro que gosto é gosto, Tenho um grande amigo que faz questão de preto. Cada um é livre para ter o carro da cor que bem entender. Vai muito também das cores que proprietário considere mais fáceis de vender. embora eu tivesse tido três Passats e um Fusca 1500 série Bravo amarelos em sequência e nunca tive a menor dificuldade em vendê-los.
É bom o carro ser visível nas estradas quando há cruzamentos, como nos trevos, em que as chances do nosso carro ser mais prontamente avistado pelo motorista de outro que pretenda entrar no nosso caminho., Faz diferença mesmo que nosso carro tenha luzes de rodagem diurna ou tenhamos o hábito de usar farol baixo de dia. O “volume” aparente do carro aumenta com as quatro cores que citei.
Sob neblina ou chuva torrencial sempre são mais seguras cores visíveis. Preto, prata, cinza e azul são mais difíceis de serem avistadas.
Quando comecei a trabalhar na Fiat, na Diretoria Comercial em São Paulo, meu primeiro 147 designado era vermelho Ferrari, Na segunda troca geral de frota recebi um amarelo Canarie. Na terceira veio um azul Tirreno (azul claro), o que me desagradou. Falei com Betim e me disseram não poderiam trocar, só entre usuários da mesma unidade. Eu soube que um colega não gostou do amarelo Canarie que recebeu e queria um azul Tirreno; trocamos as chaves e avisamos Betim, assunto resolvido.
Aqui em São Paulo havia rejeição séria ao branco por ter passado as ser a cor dos táxis comuns. Só fui ver o primeiro Civic branco em Brasília. A cor só passou a ser desejada em São Paulo depois que no Salão de 2010 todos os BMW no estande aram brancos.
Anos antes, na Volkswagen, ao requisitar um Santana branco para meu uso, o responsável pela frota me disse que a cor não era disponível para o modelo. Precisei mexer meus pauzinhos para que pintassem um branco para mim. Ficou tão bom que a cor foi rapidamente liberada para o Santana.
Cômico foi na GM quando fui requisitar o último Omega possível, em março de 1998, já que sairia de produção em agosto. Como era o último, resolvi usar um CD 4,1. Fui até a responsável pela frota de executivos, uma senhora russa de nome Alla Orloff. Começou o diálogo:
— D. Alla, quero requisitar um Omega CD.
— Pois não, qual a cor?
— Branco Mahler.
— Brrranco? Todo mundo quer prrreto ou prrata e o senhorrr querr brrranco?!
— Mais uma coisa, D. Alla, câmbio manual, por favor.
— Manual???? Todo mundo querrr automático e o senhorrrr querrr manual?
— E mais uma coisa, D. Alla, bancos de tecido, está bem?
— O quê???? Todos pedem banco de courrrro e o senhorrrrr querrr de tecido????
Acho que fuindi a cuca da pobre D. Alla….
Voltando e terminando o assunto, você pode não gostar dessas quatro cores mencionadas, mas para a sua segurança e da sua família, valem a pena.
BS
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