Conforme informação da revista inglesa Autocar, a Porsche já definiu sua estratégia para a gradual eletrificação do 911. Segundo fontes da própria empresa, a primeira versão híbrida do icônico modelo será lançada em 2026, ainda da atual série 992, a oitava geração, iniciada em 2019.
A primeira versão híbrida do 911 deverá ser apresentada na nova geração do GT2 RS, que é atualmente o mais potente e rápido da linha Porsche, com o motor boxer 6-cilindros de 3,8 litros biturbo desenvolvendo 690 cv de potência e torque de 76,5 m·kgf.
O projeto prevê uma potência combinada no híbrido superior aos atuais 690 cv do modelo atual a gasolina, mas com um sistema eletrificado semi-híbrido no qual o motor a combustão é ajudado pelo elétrico para atender as exigências de legislação, mas continua sendo o coração do trem motriz.
As fontes do fabricante contestaram as especulações de que seria sistema híbrido plug-in semelhante ao do Cayenne e Panamera.. A Autocar afirma que o 911 GT2 RS Hybrid terá sistema semi-híbrido baseado no do 919 Hybrid, três vezes vencedor da 24 Horas de Le Mans (2015, 2016 e 2017).
Mas este sistema é descrito como sendo “ainda mais avançado” do que o desenvolvido recentemente para o motor do protótipo de competição LMDh, que tem o V-8 a gasolina de 4,6 litros turbo, com 630 cv ajudado por um motor elétrico Bosch de 67 cv, que entra em ação acima de 130 km/h.
O 911 GT2 RS Hybrid continuará tendo o motor de 3,8 litros, biturbo, e com bateria do tipo da utilizada no 919 Hybrid. Nos protótipos em teste com o sistema, o motor elétrico fica entre o motor e o câmbio.
Porém, segundo as informações, no modelo de produção a bateria vai ficar atrás dos bancos traseiros proporcionando equilíbrio de peso de 39% no eixo dianteiro e 61%, no traseiro. Para isso, a bateria de íons de lítio deverá ter sistema de arrefecimento a ar especialmente desenvolvido.
De acordo com o registro patente solicitado pela Porsche, em 2021, esse sistema de arrefecimento — ainda não confirmado se será utilizado no modelo de produção — tem o ar gerado por turbocompressor com auxílio elétrico, dispensando a necessidade de ventilador adicional.
A bateria não terá carga direta e dependerá da recuperação de energia para armazenamento. Para isso, com sistema de recuperação de energia de frenagem em vários estágios, a Porsche está desenvolvendo uma turbina de geometria variável dentro do tubo de escape para permitir a geração de energia elétrica sob aceleração, sistema usado no 919 Hybrid.
Ao contrário do sistema elétrico de 800 V, que está sendo desenvolvido para a quarta geração da linha Boxster e Cayman, no 911 deverá ter sistema de 400 V parda reduzir peso e tamanho, o que confirma que a propulsão elétrica é apenas para distâncias curtas, já que o foco do sistema híbrido leve é na melhoria de desempenho, com aumento mínimo de peso.
Segundo a reportagem da Autocar especula, o novo conjunto motriz fornecerá significativamente mais potência do que o GT2 RS atual. A meta de mais de 700 cv também será acompanhada por aumento no torque, conforme os especialistas da fábrica. Com isso, os números de desempenho, que são referência no 911 GT2 RS, de aceleração de 0 a 100 km/h em 2,8 segundos, e velocidade máxima de 340 km/h, deverão ser facilmente superados.
RM