Quando a GM lançou o Chevrolet Chevette em abril de 1973, seguiu-se intensa campanha publicitária na mídia impressa. Uma boa foto do Chevette era acompanhada de um breve texto que dizia “A GM não faria apenas mais um carrinho.”
Fica bem claro que quem fabrica Chevrolet no Brasil é a GM. Chevrolet é apenas uma marca da General Motors do Brasil. Aliás, esta passou a ser denominar General Motors Mercosul alguns anos atrás, e é esse nome que está hoje na fachada da empresa na avenida Goiás, 1.805, em São Caetano do Sul. Este é um assunto que o AE precisa esclarecer, o que operacional e exatamente significa a mudança, e se a sede é no Brasil ou em algum país da América do Sul. Mas isso em nada desmerece a GM, trata-se de questão meramente organizacional e ficará para oura ocasião falar a respeito, pois ela foge do tema da coluna de hoje.
É diferente nos Estados Unidos. Lá a General Motors tem divisões e estas detêm as marcas Chevrolet, Cadillac. Buick e GMC, entre outras não necessariamente de veículos, como a ACDelco, fabricante de peças como baterias, e fluidos. É correto dizer, por exemplo, que “a Cadillac apresentou sua linha 2023”. Seria impróprio falar em GM. Aliás, sabe-se que a GM planeja criar uma divisão Corvette, desvinculando-a da divisão Chevrolet, dando assim identidade própria ao famoso carro esporte que este ano completa 70 anos de existência.
Até hoje só existe, ou existiu, um automóvel de marca GM, que tinha nome de modelo EV1 (Electric Vehicle 1). Era um cupê duas-portas de dois lugares, elétrico a bateria ácido-chumbo, depois de hidreto metálico. Foi fabricado de 1996 a 1999, 1.117 unidades. Jamais foi comercializado, apenas arrendado (leasing) e sem opção de compra terminado o contrato. Isso resultou em todos os EV1 terem sido recolhidos e destruídos.
O motivo desse “assassinato” que gerou muitos protestos é compreensível: seria inviável o procedimento de assistência técnica e peças de reposição para um produto radicalmente diferente produzido em volume tão pequeno.
Quando escrevi no título que até a fabricante GM confunde, ou mistura, essa questão de fabricante e marca, isso se evidencia nos materiais de imprensa divulgados, embora se trate obviamente de estratégia de comunicação combinada com marketing, compreensível até, mas que o AE tem o cuidado de não repetir em nome da precisão de informação.
É por isso que muitos leitores que escrevem comentários devem estranhar que a moderação altere o que escreveram, como, exemplo, lerem Chevrolet Monza se escreveram “GM Monza”.
Afinal, não foi a Chevrolet que fez o Chevette, foi a GM.
BS
A coluna “O editor-chefe fala” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.