Escrevo alternando vídeo e áudio da excelente transmissão da 24 Horas de Le Mans pelo YouTube proporcionada pela Band Sport. Vendo os carros, os pilotos, os boxes, as paradas programadas, os consertos, estavam vivas na minha memória as provas de longa duração de que participei.
A tecnologia nas corridas é outra, coisa de ficção científica comparando com 50 anos atrás, mas o enredo, os dramas, os papeis e a dinâmica são exatamente os mesmos. Tudo a ver.
No dia 22 de fevereiro de 2022 o mundo viu, atônito, a Rússia invadir a Ucrânia, de maneira bem parecida com a invasão da Polônia pela Alemanha em 1º de setembro de 1939 — que não vivenciei, só nasceria três anos e dois meses depois e quando a guerra terminou com a rendição do Japão em 2 de setembro de 1945 eu nem três anos tinha.
Desta vez, diferentemente de 1939, nenhum país declarou guerra à Rússia como fizeram França e Inglaterra à Alemanha dois dias após a invasão, que acabou sendo o maior de todos os conflitos humanos, a Segunda Guerra Mundial, em que pereceram 50 milhões de pessoas, ente militares e civis,
Diferentemente e felizmente, porque hoje todas as potências contam com bombas nucleares.
O fato me pareceu algo totalmente antiquado, retrógrado, anacrônico, demodé. Uma guerra em pleno século 21 e que já fez o primeiro aniversário. Absolutamente nada a ver!
Uma guerra! Bombardeio! Prédios de apartamentos, casas, pontes destruídos e até uma represa foi bombardeada esta semana. Quanto sofrimento!
Os russos destruíram, dentro do hangar, o Antonov-225, o maior avião do mundo, capaz de transportar pesados e gigantescos volumes, de inestimável utilidade para o mundo todo. Podia ser considerado patrimônio da humanidade e teve fim numa guerra estúpida.
Aconteceu comigo uma coisa que imagino não ser o único: de repente, filmes de guerra, que eu adorava desde menino. perderam totalmente o sentido. Não me vejo assistindo um novamente. Filme de guerra deixou de ser História, é a própria continuação da barbárie.
Recentemente vi haver no Netflix “A lista de Schindler”, que assisti na época do lançamento, em 1993, achei, maravilhoso, e quis assistir de novo. A absurda violência mostrada no filme me fez sair do canal após 20 minutos.
Assistir a guerras, só as nas pistas, como a bela 24 Horas de Le Mans deste fim de semana.
BS
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