A Ford aproveitou o evento Monterey Car Week, encerrado neste fim de semana, para apresentar o Mustang GTD, já como ano-modelo 2025, que terá edição limitada e é inspirado no Mustang GT3 que está sendo desenvolvido para disputar a 24 Horas de Le Mans do ano que vem. O fabricante define o Mustang GTD como um carro de corrida para andar legalmente nas ruas.
Este novo modelo, ainda em desenvolvimento, foi projetado em colaboração pela Ford Performance com a empresa canadense Multimatic, especializada na construção de componentes, além de modelos especiais e que, inclusive, já colaborou com a marca do oval azul construindo o Ford GT Mk II, segunda geração, lançado em 2016.Nesta nova associação a construção começará na fábrica da Ford de Flat Rock, em Detroit, MI e depois a estrutura básica de aço será enviada para as instalações da Multimatic em Markham, Canadá, onde será feita à montagem dos componentes especiais desta versão. Segundo a Ford, o Mustang GTD deverá ser comercializado no final de 202 ou, início de 2025.
A estrutura original em aço será envolta com diversos componentes da carroceria, alargada em 100 mm em relação ao modelo original de sétima geração, como para-lamas, capô, tampa do porta-malas, soleiras das portas, divisor dianteiro, difusor traseiro e teto moldados plástico reforçado com fibra de carbono (CFRP), enquanto os painéis dianteiros e traseiros em CFRP serão opcionais.
O uso extensivo de painéis de carroceria em CFRP, além de reduzir o peso ajudará, segundo a Ford, a baixar o centro de gravidade e também melhorar a capacidade de resposta do motor V-8 supercarregado de 5,2 litros, com cárter seco, que deve ter mais de 800 cv de potência e que também será montado na Multimatic.
O transeixo traseiro com câmbio automático robotizado dupla-embreagem de oito marchas e diferencial, conta com tubo de torque e o cardã também é de CFRP. Esta configuração, ao que parece, deve possibilitar a instalação do motor ligeiramente mais recuado para alcançar a meta estipulada de distribuição de peso 50:50 em cada eixo.
O GTD incorpora suspensão semiativa de última geração que pode variar tanto a rigidez das molas, quanto a altura ao solo. A tecnologia de amortecedor de válvula cilíndrica externa adaptável, com constante variável mediante duas molas alternadas hidraulicamente, possibilita configurações de suspensão com altura de rodagem quase 40 mm mais baixa no modo Track.
A suspensão dianteira por triângulos desiguais superpostos proporciona maior rigidez lateral e a cinemática foi desenvolvida para curvas de elevada força G. A suspensão traseira tem sistema de balancim e haste de impulsão do conjunto mola-amortecedor com válvula cilíndrica adaptativa tudo em posição semi-horizontal e cruzados entre si e montado num subchassi tubular. A relação entre balancim e amortecedor é 1:1, o ideal quando o objetivo é máximo controle de amortecimento, como numa pista.
Por esse motivo, o espaço no porta-malas no Mustang de série, no é GTD é ocupado pela suspensão traseira semiativa, pelo comando do seu sistema hidráulico, além do sistema do arrefecimento do transeixo. A tampa deste falso porta-malas tem duas entradas que canalizam o fluxo de ar que desce do vigia para o interior do compartimento.
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A combinação dos anexos aerodinâmicos com um sistema aerodinâmico ativo, que funciona como o DRS da Fórmula 1, proporciona maior força descendente e equilibrada entre os eixos dianteiro e traseiro, detalha a Ford, como destaca também que, por isso mesmo, o GTD pode incorporar a suspensão ativa, o que não pode ser feito na versão de corrida GT3.
O pacote aerodinâmico inclui recursos que também não são liberados em corridas, como abas dianteiras controladas hidraulicamente para gerenciar o fluxo de ar e que atuam em equilíbrio com a asa traseira ativa. Isto aumenta a velocidade nas curvas e vai melhorar tempos de volta em circuitos. A Ford simulou tempo inferior a 7 minutos para a volta no anel no anel norte de Nürburgring.
Rodas de 20 polegadas de alumínio forjado de série ou de magnésio forjado, opcionais, combinam-se com pneus de 325 mm de seção na dianteira e 345 mm, na traseira. Discos de freio de carbocerâmicos Brembo são arrefecidos por tomadas de ar. Para os discos de freio traseiros há dutos para seu arrefecimento sob a suspensão.
O Mustang GTD incorpora também tecnologia inédita de controle variável de tração da Ford no modo de condução em pista. Isso permite modular a potência do motor e a atuação do controle de tração. Os ajustes podem ser feitos sem tirar as mãos do volante, permitindo ao motorista combine as condições da pista com sua habilidade de dirigir.
A cabine é revestida com materiais premium, como camurça combinada com couro e compósito de fibra de carbono. Bancos são Recaro e instrumentos e monitores são digitais, enquanto os comandos são impressos em 3D com titânio de peças do caça Lockheed Martin F-22 sucateados. O banco traseiro foi removido para reduzir o peso e carregar bagagem.
Com a faixa vermelha indo além de 7.500 rpm, o motor gera notas sonoras excepcionais, segundo a Ford, por meio do sistema de escapamento de válvula ativa de titânio. É o Mustang para rodar legalmente em ruas e estradas com a maior potência já desenvolvido pela Ford — que ainda não definiu preço, mas deve ficar em cerca de US$ 300.000, algo em torno de 1,5 milhão de reais.
RM