Em julho venderam-se por dia uma média de pouco mais de dez mil e duzentos automóveis e comerciais leves. Para termos uma ideia, esses são números equivalente ao último dezembro, mês de 13º e correria às lojas. O último julho bom assim foi em 2019, antes da pandemia.
O estoque fechou em 26 dias, número esse calculado somando o volume nos pátios dos fabricantes e concessionários, dividido pelo ritmo de vendas, em maio o nível de estoque estava em 33 dias.
Evidentemente os números acima foram inflados, uma espécie de bolha, consequência do programa de incentivos do governo que tinha data de validade que expirava no mês passado,. Na coletiva de imprensa da Anfavea, ocorrida na semana passada (7) transpareceu um otimismo e expectativas de que haveria mais ânimo no mercado. Não houve e não há. Vida voltou ao normal ruim que vemos desde janeiro.
Tampouco houve ilusões, os fabricantes seguem ajustando seu ritmo de produção fazendo uso de férias coletivas e paralisações para o passo de mercado.
Os números que divulgaremos aqui, vendas, ranking por modelo e fabricantes foram fortemente influenciados pelo “voo de galinha”, acredito que setembro seria um termômetro mais razoável para entender se haverá mudança significativas, o que não creio aconteça.
Também acredito havermos esgotado o tema dos incentivos do governo, sem novidades portanto.
Na coletiva da Anfavea, Márcio de Lima Leite, presidente da entidade, mostrou-nos que foram licenciados um total de 225.594 autoveículos, sendo 215.722 leves e 9.872 pesados. As vendas no varejo de automóveis atingiram a casa das 100.000 unidades, a de comerciais leves manteve-se no patamar das onze mil.
No acumulado do ano, temos um aumento de emplacamentos de 13%, ainda mascarado pelas baixas vendas no ano passado devido a crise de semicondutores. A projeção da Anfavea mantém-se inalterada, ou seja, um crescimento da ordem de 3% a 5% sobre 2022 é esperado no fechamento em dezembro.
Na tabela acima vemos que os fabricantes que apresentaram maior crescimento no ano, VW e Chevrolet, tiveram expansão maior ainda nas vendas diretas, fenômeno que pode ter a ver com alguma mudança na política de vendas de cada um.
Ranking do mês e dos primeiros sete meses
Fiat segue em primeiro, fechou julho com 44.407 unidades licenciadas, desta vez seguida de perto pela VW, com 41.602, depois GM, Hyundai, Toyota, são essas mudanças na ordem do ranking que trato de momentâneas, dado que os incentivos atingiram diferentemente cada fabricante. No acumulado de sete meses, a Fiat segue na liderança, com 251.291 unidades, VW ultrapassou a GM no segundo posto, com 179.977 e a Nissan encostando na Honda.
O VW Polo (foto de abertura) foi o mais vendido de julho, pelo segundo mês consecutivo, com 16.471 unidades, HB20 em 2º, 12.126, Onix em 3º, 10.260, depois Mobi, T-Cross, Argo, Kwid, esse ranking deve mudar mais vezes nos próximos meses, caso não tenhamos mudanças nas vendas financiadas, estas sim, que se espera ligeira melhora com as esperadas quedas das taxas Selic daqui até o final do ano.
No acumulado, Onix segue na dianteira, com o Polo em sua cola, 54.370 vs. 54.193, depois HB20, com 46.128, Onix Plus, 42.138, T-Cross, Argo, Mobi, Creta, ainda quatro suves entre os dez primeiros.
Nos comerciais leves a Strada segue folgada na liderança, com 10.387 unidades, a Saveiro roubando a cena, com 5.337, em 2º, seguido da Hilux, com 4.354, Toro, 4.132, Montana, 2.948, S10, Oroch, Fiorino, Ranger e L200 fechando as dez primeiras. Nos primeiros sete meses a Strada segue líder geral, com 60.922 unidades, depois a Toro, 29.420, Hilux, 25.882, Saveiro, Montana, S10.
O AE esteve no lançamento da nova Ranger, uma nova geração da média da Ford, seu veículo de maior volume hoje e uma boa aposta do fabricante para se mante na região, espera-se um salto nas vendas, produto novo e preço antigo, fórmulas clássicas de sucesso.
Até mês que vem!
MAS