Teve início hoje (5/1) a 46ª edição do Rally Dakar, que nas próximas duas semanas — até o dia 19 — percorrerá 7.891 km atravessando terrenos acidentados da Península da Arábia Saudita. Cerca de 778 competidores, dos quais 17 integrantes na delegação brasileira, vão disputar a dura prova que tem sete categorias.
O evento deste ano é o quinto na Arábia Saudita e terá 60% do percurso totalmente novo, com 4.300 km de trechos cronometrados. A prova começa em Al-’Ula, em plena área desértica, e termina em Yanbu, cidade litorânea, no Mar Vermelho. O prólogo, com 27 km, foi realizado nesta sexta-feira para definir a ordem de largada amanhã.
Na categoria principal dos protótipos especiais de competição, o favorito piloto catari Nasser Al-Attiyah ficou apenas com 12º tempo. Al-Attiyah, que venceu as duas últimas edições do rali (2022 e 2023) pela equipe Toyota Gazoo Racing, mudou para a inglesa Prodrive, que fabrica o protótipo BRX Hunter, com motor Ford V-6 biturbo de 3,5 litros e 600 cv.
Com este modelo, o multicampeão de ralis Sébastien Loeb ficou em segundo lugar nas duas últimas edições, apesar de ter vencido o maior número de etapas. O francês continua na Prodrive e foi o 3º no prólogo, logo à frente dos dois pilotos brasileiros que também correm com Prodrive BRX Hunter: Marcos Baumgart, o 4º, e seu irmão Cristian, o 5º.
O melhor tempo do Prólogo foi do sueco Mattias Ekström, com o Audi RS Q e-Tron híbrido de 389 cv (foto de abertura). Seu motor a combustão turbo é usado também para acionar um gerador e carregar a bateria de alta tensão durante a prova. Este conceito especial de recarga se faz essencial por não haver pontos de carregamento no deserto.
Esta é a terceira e última tentativa da Audi em se impor no Dakar, já que a partir do ano que vem ela vai se concentrar no projeto da equipe de Fórmula 1, que está programada para estrear no campeonato mundial de 2026. A Audi também conta na sua equipe com dois experientes vencedores do rali: o espanhol Carlos Sainz Sr. e o francês Stephane Peterhansel.
O segundo mais rápido no Prólogo foi o americano Seth Quintero, da equipe Toyota Gazoo Racing, com o protótipo baseado na picape Hilux com motor V-6 3,5-L de 356 cv. A equipe vencedora em 2022 e 2023 também conta com o piloto brasileiro Lucas Moraes e espanhol Armand Monelon, seu copiloto, que chegaram em terceiro na edição passada e foram 15º no prólogo.
Lucas terá como copiloto o espanhol Armand Monelon, enquanto a equipe X Rally Team, que já conquistou cinco títulos em sete edições do Rally dos Sertões, tem as duplas Marcos Baumgart com Kleber Cincea como copiloto e Cristian Baumgart com Beco Andreotti, copiloto. Nunca o Brasil esteve tão fortemente representado na principal categoria do Dakar.
Pouco antes da preleção pré-Rally Dakar 2024, o piloto francês Stéphane Peterhansel fez questão de prestar uma homenagem à memória de seu conterrâneo René Metge, que venceu o antigo Paris-Dakar em 1981, 1984 e 1986, neste último com o icônico Porsche 959. Metge, que também foi o diretor do rali em 1987 e 1988, faleceu na última quarta-feira, aos 82 anos.
RM