A Peugeot capitalizou sua participação na edição brasileira da feira SmartCity, evento cuja edição brasileira realiza-se neste final de semana em Curitiba, para apresentar a proposta focada nos usuários do pequeno utilitário. O furgão Partner Retrofit (foto de abertura) parte de um modelo de série no qual o trem de força foi substituído por um motor elétrico WEG com gerenciamento de comunicação eletrônica Fuel Tech.
O projeto desenvolvido em parceria com o Senai foi iniciado há um ano e meio e completou sua primeira fase de testes utilizando dois modelos. De acordo com Flávia Marsengo, engenheira responsável pelo ecossistema de mobilidade elétrica da Stellantis, ainda não há previsão de quando o projeto desenvolvido na fábrica de Betim, MG) será comercial, mas o programa vai crescer:
“Não temos essa data ainda pois terminamos a fase de inicial de validações, incluindo clientes. Agora iniciaremos a fase de homologação de engenharia e teremos uma frota maior, com 10 protótipos.”
Marsengo informou também que as peças retiradas dos Peugeot Partner serão incorporadas pelo programa SUSTAINera, iniciativa focada na remanufatura e reciclagem de componentes, além de reparo e desmontagem de veículos. Um projeto semelhante foi feito com a Palio Weekend antes da formação do grupo Stellantis.
Lucas Lins, gerente de produtos da Peugeot no Brasil, esclareceu que a proposta já existe em mercados externos e até mesmo no Brasil: “Tanto lá fora quanto no Brasil já existe um movimento de algumas pessoas que precisam pegar um carro antigo e fazer o retrofit elétrico. Nossa iniciativa tem um foco total no negócio do frotista, como aumentar a vida útil de sua frota a um custo acessível. Quanto ao custo, ainda é cedo para se falar nesse número.”
O executivo explica detalhes da forma como a proposta brasileira vai funcionar: ” O conjunto motriz que normalmente é retirado do automóvel a combustão tem uma vertente de trabalho, que é o SUSTEINira, que trabalha com peças remanufaturadas, isso em nível global e nacional. É uma iniciativa da Stellantis, não é da Peugeot, marca pertencente ao grupo, o que faz desta iniciativa um programa mais amplo. Sabemos que aquele motor que vai ser retirado do veículo, terá um destino propriamente para negócio dentro da Stellantis.
Sobre os empecilhos para desenvolver o projeto a partir de um veículo existente, Lins foi mais adiante: “Como fabricante de automóveis, temos sempre que zelar pela garantia da segurança, em primeiro lugar, de qualquer intervenção que façamos em qualquer veículo. Temos que atender a todos os padrões e normas que tanto o governo brasileiro quanto as entidades regulamentais nos exigem para garantir não só o melhor produto, o mais seguro, mas o mais confiável, que é essa principal vertente quando se está falando de veículo utilitário.”
Entre os obstáculos práticos está redução da capacidade de carga, tanto em volume quanto em peso. No primeiro índice perde-se 0,5 m3 do total de 3,3 m3 e no segundo passa-se de 650 kg para 400 kg, número que tendem a diminuir com o desenvolvimento do projeto.
No País há empresas especializadas que atuam no segmento, como a Eletra, que atua no segmento de ônibus e caminhões, e a Giaffone Electric, que desenvolve projetos específicos, um deles o caminhão VW que disputa a Copa Truck utilizando uma solução híbrida.
WG