O Dream Car Museum, em São Roque, SP, que todo autoentusiasta precisa conhecer, pois é uma estrutura bem acolhedora para os apreciadores do antigomobilismo, foi o destino da primeira etapa do Campeonato Paulista de Rally Clássico 2024. Mas para chegar ao local que está a apenas 80 quilômetros do centro de São Paulo, os organizadores escolheram caminhos alternativos e médias de velocidade desafiadoras, totalizando um percurso de cerca de 230 km.
A largada foi no Restaurante Frango Assado, no km 34 da Rodovia dos Bandeirantes SP-348, portanto os participantes tiveram um deslocamento extra para chegar até lá e, obviamente, o retorno para casa terminado o evento. Com o meu Kadett GSi Conversível 1993, com base em Campinas, foram 453 quilômetros rodados no último sábado, 2 de março. Um carro parado na garagem não faz história.
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Tendo em vista que este rali de regularidade percorre apenas estradas pavimentadas, algumas não tão bem conservadas como é de praxe no Brasil, os organizadores e todas as duplas ficam sujeitos às dificuldades adicionais das vias públicas abertas ao tráfego normal de um sábado ensolarado.
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Encontra-se de tudo pelo caminho, desde veículos muito lentos que não estão atentos aos retrovisores; motoristas fazendo conversões proibidas; muito uso do celular ao volante; ônibus e caminhões que nas descidas querem passar por cima dos competidores que mantém a velocidade regulamentada e que nas subidas acabam atrasando alguns participantes.
Um motorista da Viação Vale do Tietê jogou seu “bólido” para cima do nosso carro ao nos ultrapassar, simplesmente porque ficou irritado de estarmos trafegando a 38 km/h num trecho onde a velocidade máxima permitida é de 40 km/h.
O regulamento do rali prevê o descarte de 10% dos pontos de controle (PC) justamente para eliminar as piores marcas resultantes dessas variáveis encontradas pelo caminho que ocasionam atrasos. Vale também um pouco de sorte pelo caminho.
Outra surpresa encontrada neste sábado foi a execução de obra, com sistema pare e siga implementado numa das vias secundárias do percurso. No sábado anterior, quando a organização da prova fez a verificação final, não estava implantado, mas pela Lei de Murphy, se alguma coisa tem que dar errado, certamente dará. Os organizadores responderam prontamente à nova condição e transformaram o trecho em deslocamento, sem necessidade de manutenção da média horária. E tudo foi acertado a partir do neutralizado de descanso que havia na sequência.
Um dos trechos mais bonitos e bem conhecido dos autoentusiastas foi a Estrada dos Romeiros, percorrida na sua totalidade com passagem pela Curva AE em Araçariguama, desembocando na Castello Branco e de lá seguindo até o destino final. E na Estrada do Vinho em São Roque, novamente o desafio de 34 lombadas até chegar ao museu. Para se dar bem nesse trecho o piloto tem que ser hábil em adiantar a média horária na aproximação da lombada, transpô-la e ter rápida aceleração para manter à média estabelecida. É um jogo de paciência que tem que ser jogado também com o próprio trânsito da via.
Ao final, os pontos perdidos nos 94 PCs são somados e premiados os três primeiros colocados de cada uma das seis categorias, conforme quadro abaixo:
O destaque desta etapa ficou com a dupla Nilson Carratu / Edson Ricardo Montoni a bordo do único carro pré-guerra, o Ford Coupé Luxo Conversível 1940 que competiu na categoria Históricos e levaram o veículo até o final. E o carro mais novo ao completar a prova foi o Chevrolet Cruze Sport6 2013 do Sidney Gonzalez / Iran Matos Veloso, mostrando que esse tipo de rali tem espaço para todo tipo de carro, piloto(a) e navegador(a), afinal não faltaram mulheres na condução e na navegação.
A segunda etapa do Campeonato Paulista de Rally Clássico 2024 está marcada para 18 de maio, com local de saída e chegada a se anunciado em breve. Nos vemos lá!
GB