CITROËN C3 AIRCROSS DE 7 LUGARES, DESVENDANDO SEUS SEGREDOS

Semanas atrás fizemos a avaliação completa do novo Citroen C3 Aircross na versão topo de gama, a Shine de cinco lugares, e notamos que o espaço para bagagem é bem generoso e o desempenho compatível com a motorização que o impulsiona, o 1,0 turbo flex. Nesta semana foi a vez de conhecer a versão de 7 lugares de mesmo nível de acabamento e conhecer seus atributos e principalmente o desempenho com ocupação máxima.

Praticamente não há diferença visual no exterior do veículo a menos de um pequeno algarismo “7” (foto de abertura) posicionado após o nome Aircross na porta de carga. Todos os demais adornos, frisos, rodas, faróis, lanternas e logotipos são iguais à versão 5-lugares.

Acomodação

O espaço e conforto dos cinco ocupantes das fileiras de bancos dianteira e central é idêntico ao da versão já avaliada e a novidade desta versão é a introdução de uma fileira de bancos adicional para mais duas pessoas.

O acesso à terceira fileira é facilitado pelo lado esquerdo do veículo, onde o encosto do banco da fileira central é bipartido na proporção 70:30, sendo o esquerdo a porção menor. Após bascular o encosto há também a possibilidade de bascular o assento, aumentando o vão de acesso.

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Curiosa é a definição da engenharia da Citroen em escolher o lado esquerdo do veículo para o acesso, e não o lado direito, que em nossa mão de direção é o lado mais seguro, mostrando que o projeto original foi idealizado para países com mão de direção a esquerda, como Índia ou outro dos 168 países que utilizam mão esquerda.

A altura do assento em relação ao piso do assoalho não favorece a acomodação de pessoas de maior estatura, mas para até 1,65 m de altura é possível sentar-se com os joelhos relativamente elevados e o espaço para a cabeça é suficiente. Acima dessa estatura não é o melhor lugar para ocupar no veículo. A movimentação da suspensão traseira tem curso suficiente de compressão e distensão de modo a não provocar movimentos bruscos que poderiam provocar desconforto.

Do ponto de vista do motorista, a visibilidade traseira fica bem obstruída pelas cabeças quando em lotação máxima, mas o bom desenho dos retrovisores externos compensa essa limitação. Quando vazio, é preciso ter atenção de baixar os encostos de cabeça para que a visibilidade fique desobstruída.

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Obviamente, os dois bancos adicionais, a terceira fileira, ocupam o espaço de bagagem da versão de cinco lugares, com isso esta versão têm porta-malas limitadíssimo, chegando a ser um veículo para uso urbano, ou no caso de necessidade de viagem é preciso utilizar o bagageiro de teto. Apesar das barras longitudinais indicarem que não suportam carga, a Citroën possui na sua lista de acessórios Mopar as barras transversais de teto, que são fixadas diretamente à carroceria por meio de abraçadeiras que passam por baixo das barras longitudinais originais, permitindo transportar objetos, incluindo bicicletas e baús, no teto.

Outra vantagem do projeto dos bancos adicionais é sua leveza e facilidade de remoção. Pesando apenas 5 kg cada um e com sistema de fixação simplificado, com apenas uma mão é possível bascular ou removê-lo. O único inconveniente é ter espaço na garagem para deixá-lo quando seu uso não for necessário.

Desempenho com sete pessoas

A carga máxima é a mesma da versão 5-lugares, 490 kg, com a diferença que o centro de gravidade de duas pessoas sentadas na terceira fileira de bancos fica mais alto que uma carga comum de malas ou pacotes no porta-malas. A dinâmica do veículo fica ligeiramente alterada, porém sem comprometer a segurança.

O único incômodo com esse tipo de lotação máxima é ver as cabeças balançando pelo retrovisor interno. Um alerta para que a condução seja mais conservadora para propiciar conforto a todos.

Quanto ao desempenho geral, o motor 1-litro turbocarregado flex, o T200 da Stellantis que equipa outros veículos do conglomerado está bem integrado à carroceria, conforme visto na avaliação da versão de cinco lugares. Os 125/130 cv de potência máxima a 5.750 rpm e 20,4 m·kgf de torque máximo a 1.750 rpm são suficientes para acelerar o carro de 0-100 km/h em 10,1/9,8 segundos e obter a velocidade máxima de 191 km/h.

O câmbio CVT ajustado para 7 marchas é acoplado por conversor de torque com opção de trocas de marchas manuais sequenciais pela própria alavanca. Pelo quadro de botões à esquerda da coluna de direção é possível comutar entre os modos de condução normal e esportivo, neste resultando em melhor resposta do pedal do acelerador e trocas de marchas em rotações mais elevadas quando em modo automático.

Andando com sete adultos a bordo em trajetos urbanos não foi percebida falta de potência para mover o veículo e acompanhar o volume de tráfego, mas certamente que não seria o primeiro veículo a pular à frente numa abertura de sinal.

Conforto adequado

A medição de ruído realizada no C3 Aircross de cinco lugares mostrou um bom resultado para um veículo dessa categoria. No caso desta versão de sete lugares a preocupação era com a resposta acústica da carroceria para quem está na terceira fileira de bancos e novamente o resultado, em avaliação subjetiva, mostrou baixo nível de ruído, permitindo que a conversa entre duas pessoas nos bancos dianteiros fosse perfeitamente audível na terceira fileira.

O mesmo não acontece com o sistema de ar-condicionado e ventilação. Os engenheiros da Stellantis instalaram um módulo adicional de circulação de ar no teto do veículo, localizado na direção da coluna central”, atrás e acima da cabeça dos ocupantes dianteiros. Esse módulo impulsiona o ar climatizado da dianteira do veículo para a parte traseira, melhorando assim o conforto térmico de quem está mais atrás. O inconveniente é o nível elevado de ruído desse equipamento adicional.

No conforto geral e itens de comodidade esta versão de sete lugares é igual à versão 5-lugares com central multimidia bem posicionada no centro do painel de instrumentos e pareamento sem fio Android Auto e Apple CarPlay. O quadro de instrumentos traz o novo grafismo com interface colorida que agrada muito mais do que o do C3 básico. O sistema de controle de cruzeiro é do tipo convencional com o inusitado acionamento por uma tela no painel de instrumentos e demais operações pelas teclas do volante.

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Conclusão

O C3 Aircross 7-lugares é uma opção frente ao consagrado Chevrolet Spin que também tem opção de três fileiras de bancos, porém os espaços e conforto interno não são tão generosos como no veículo da GM, além de não oferecer mesmo nível de luxo e equipamentos.

O novo veículo da Citroën está sendo oferecido no mercado com as seguintes versões preços:

Aircross 7 Feel Turbo 200 AT – R$ 117.990 (venda on-line)
Aircross 7 Feel Pack Turbo 200 AT – R$ 127.990
Aircross 7 Shine Turbo 200 AT – R$ 136.590

GB

(Atualizado em 5/06/24, correção da rotação de torque máximo no texto e na ficha técnica)