Ao receber a foto (de abertura) de amigos que visitaram Capri (no Golfo de Nápoles, no mar Tirreno, ilha com 30 mil habitantes numa área de 10,4 km²) mostrando um táxi local, fiquei inspirado para falar de outros táxis, igualmente curiosos, ou não, espalhados por esse nosso planeta.
Em Capri eles são montados sobre ao mais variados modelos e marcas, desde o menor dos carros, como um Fiat 600, até algumas “banheiras” que a indústria automobilística produz. Todos com sua parte superior cortadas, substituídas por toldos que têm suas cores e formato determinado pelo gosto, ou mau gosto, do seu proprietário. Mas são todos “divertidos”. “São muito caros”, acrescenta minha amiga, informando que a corrida mais barata, que dura 11 minutos, custa entre 10 e 13 euros (60 a 78 reais).
No contraponto dessa irreverência de Capri, a “seriedade” do táxi londrino, todos com o mesmo design e em sua maioria na cor preta, dai serem chamados de “black cabs”. Seu uso é muito caro também: uma corrida de 20 minutos, chega a custar 15 libras esterlinas (cerca de R$ 110,00). Nada muito diferente do preço cobrado por aqui, pelos aplicativos, em dias de chuva, ou na hora do rush, quando é aplicada a chamada tarifa dinâmica. Certo? Diz a lenda que eles têm o teto elevado para que os “lordes” ingleses pudessem entrar sem ter que tirar suas elegantes cartolas. Eram Austin com motor diesel e há alguns anos passaram a ser elétricos e chineses fabricados por uma empresa subsidiária da Geely. Sua característica mais notável é a manobrabilidade, pois são capazes de girar num diâmetro de apenas 7,6 metros, sendo por isso autorizados a retornar em “U”, de uma vez só, nas estreitas ruas de Londres,
O táxi em Roma não tem lá seus atrativos, mas a cidade não poderia ficar fora de um roteiro, certo? O preço de uma corrida do aeroporto internacional de Fiumicino até o centro custa 48 euros, perto de R$ 250,00. Nas demais corridas pela cidade, vale o que mostra o taxímetro.
A cor amarela dos táxis de Nova York, talvez o táxi mais conhecido em todo o mundo, vem desde 1915, quando John Hertz inspirou-se em um estudo da universidade de Chicago, mostrando que a cor amarela combinada com o vermelho era mais visível de longe. Uma corrida padrão por lá custa US$ 10 (cerca de R$ 50,00). Informação extra: o primeiro táxi com motor a combustão circulou pela chamada “capital do mundo” em 1907.
No Rio de Janeiro, o mesmo argumento foi usado para determinar a cor do táxi carioca, onde o km rodado custa em torno de R$ 4,00. E pode custar bem mais se você pegar um tiroteio na Linha Vermelha, e ficar parado por um longo tempo. Uma observação; na minha infância morei no amado Rio de Janeiro, onde a malandragem, hoje substituída pela bandidagem, andava solta por lá, dando golpes e tungando carteiras na Praça XV, no Largo da Carioca, ou na Cantareira, a barca que fazia a travessia Rio-Niterói e que tinha até música).
Em Pequim, capital chinesa, aparece o amarelo, como no Rio e Nova York. Uma larga faixa nessa cor aparece em todos os modelos que circulam pela cidade e também por Xangai. E, pelas informações na Internet, os preços são bem convidativos.
Nos primeiros, custando entre US$ 2,80 e US$ 4,20 em corridas pelo Centro da cidade. Em Pequim com 21,8 milhões de habitantes, e o amarelo dominando nos “carros de aluguel”, como eram chamados os táxis antigamente. Lá, os primeiros 3 km custam o equivalente a US$ 10,48, com custo adicional, por quilômetros rodado, de US$ 1,80. Justificativa para uso do amarelo: melhor visualização, tanto para serem encontrados, quanto por serem avistados pelos outros motoristas e evitar acidentes.
Em Roma, o táxi não tem cor definida, mas foi incluída lá apenas por ser Roma. A corrida entre o aeroporto de Fiumicino, o principal da Itália, custa, fixo, o equivalente a US$ 48. E não se assuste com o trânsito terrível da cidade e com o motorista, que à todo momento, larga do volante para falar com as mãos, além do mais, olhar para você, sentado no banco traseiro.
Paris também foi incluída na lista, por ser a “Cidade-Luz” e abrigar os mais famosos museus do mundo. Lá, a bandeirada custa US$ 2,60, e o quilômetro rodado, de dia, US$ 0,96 e US$ 1,17 à noite. E Buenos Aires, na lista por que é a capital dos “hermanos” e onde Carlos Gardel cantou belos tangos compostos pelo brasileiro Alfredo Le Pera, nascido no bairro do Bexiga, no Centro de São Paulo, e tornado famoso por Adoniran Barbosa). Lá a bandeirada custa $ 1.28 pesos (o dólar blue está a $ 1.200 pesos) e $ 128 pesos a cada 200 metros, com 20% de acréscime4 no período noturno.
Lisboa, só incluí por uma questão sanguínea, em homenagem à minha amada avó Eva, mas não há o que falar, a não ser que para saber preços das corridas devemos recorrer à simulação da Coptaxis.
Nova Deli foi incluída por oferecer o mais curioso tipo de taxi, o “Tuk-Tuk”, que foi inventado no Japão, mas predomina na capital da Índia, com seus quase 33 milhões de habitantes. Ele tem apenas três rodas, já que é montado sobre motocicleta, mas pode levar até sete pessoas, de acordo com sua configuração.
Finalmente, Tóquio, que abriga, além do táxi tradicional, um dos mais antigos tipos de transporte de passageiros, o Riquixá, com duas rodas e, como diz seu nome em japonês, “jinrikisha” (veículo a tração humana). Ele surgiu no Japão em 1868 e hoje tem a versão ciclo-riquixá, montado sobre uma bicicleta.
Agora, em Berlim está o “táxi” mais divertido para quem gosta da uma boa cerveja alemã: o Beer Bike”, onde um determinado número de “passageiros” (varia entre 6 e 12 pessoas) pedala uma bicicleta em forma de mesa ou de um balcão de bar, que tem um “ciclista” que não bebe e cuida para que o “bar” não erre a mão, ao circular pelos pontos turísticos, de Berlim.
CL
A coluna “Histórias & Estórias” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.