Para começar a contar sobre a Triumph Scrambler 400X, convém lembrar a origem das motocicletas do tipo scrambler, além de explicar o significado do termo scrambler, que, em inglês, quer dizer algo como “misturado”.
Sabemos que as motocicletas são mais que centenárias, e que os intrépidos motociclistas da primeira metade do século passado rodavam mesmo em estradas de terra. Ou até fora delas. Mas as motocicletas eram ainda pouco desenvolvidas, rústicas e difíceis de serem domadas.
A evolução veio e, lá pelos anos 1950, quando já havia muita estrada asfaltada pelo mundo, ainda assim outros intrépidos motociclistas insistiam em praticar sua pilotagem em rudes caminhos irregulares.
Daí veio a leve adaptação das motocicletas comuns para uso na terra, que consistia, entre outras providências, levantar um pouco as suspensões, para melhor vencer obstáculos, torná-las mais firmes, para o após-obstáculos, e eliminar componentes que, por ventura, pudesse “enroscar” pelo caminho. Tal qual os escapamentos que saíam por baixo do motor.
Vimos, então, a chegada de modelos já prontos para essa aventura, as “scrambler”, sempre uma variação do modelo convencional, para o asfalto. Antes do advento definitivo das motocicletas específicas para o fora-de- estrada, então, que convencionamos chama-las de trail, as motocicletas scrambler “misturavam” elementos das duas categorias.
A motocicleta em questão, aqui avaliada por uma semana, é a Triumph Scrambler 400X, modelo recente da marca inglesa porém produzida na Índia, um projeto em parceria com a marca indiana Bajaj. A Triumph Scrambler 400X, no entanto, é montada em Manaus.
O monocilindro de quatro tempos arrefecido a água tem quatro válvulas e duplo comando de válvulas, com cilindrada de 398,1 cm3, resultado do cilindro de 89 mm de diâmetro e curso do pistão de 64 mm. A potência é de 40 cv a 8.000 rpm, o torque é de 3,8 m·kgf a 6.500 rpm; o câmbio tem 6 marchas. Com peso em ordem de marcha de 179 kg, tem suspensão dianteira com garfo invertido, com curso de 150 mm, e traseira monoamortecida a gás, com curso da suspensão também de 150 mm. O tanque de combustível tem capacidade para 13 litros.
Não é, portanto, uma motocicleta trail, para o fora de estrada, nem uma motocicleta de uso misto, mas sim uma “scrambler”. Fica aqui o mesmo comentário feito para a Royal Enfield Bear 650: uma scrambler de verdade teria o escapamento saindo por cima, na lateral direita. As duas scrambler da família Triumph, a 900 e a 1200 XE, têm os escapamentos altos na lateral direita (elas têm motor de dois cilindros).
A Triumph Scrambler 400X tem um porte notável para a cilindrada, inclusive a distância do banco ao solo de 835 mm já a coloca como uma motocicleta bem alta, causando uma certa dificuldade ao pilotos de menor altura. A posição de pilotagem é muito adequada e confortável, assim como a motocicleta é bastante ágil, tanto no asfalto quanto fora dele.
O motor tem um funcionamento leve e suave, funcionando muito bem lá pelas 7.000 rpm, mas com respostas rápidas em qualquer rotação.
A Triumph Scrambler 400X tem controle de tração desligável, assim como o sistema antibloqueio dos freios, com dois modos eletrônicos de pilotagem. Farol, lanterna e piscas são todos de LED.
A Triumph Scrambler 400X custa R$ 33.990.
GM