(hi.po.cri.si.a)
Um dos grandes defeitos do ser humano é a hipocrisia. Pior ainda quando ela emana do governo. O mais novo exemplo é o “Combustível do futuro”. Não satisfeito com o descalabro da gasolina misturada com álcool em proporção indecente, 27%, governo pretende aumentar o porcentual para 35%, Mas para o desenvolvimento de motores e homologação de veículos, inclusive para determinar o consumo de gasolina pelo Inmetro, o porcentual de álcool continua 22%. Nada mais bizarro.
Dez porcento é considerado aditivo, cuja finalidade é elevar o índice de octanas da gasolina sem recorrer à toxicidade do chumbo tetraetila e do éter metil terciário butílico (MTBE, a sigla em inglês). Já tivemos essa porcentagem (12% para ser exato) começando em 1982 com ótimo resultado, quando a gasolina brasileira passou a ser única — não mais a “amarela! e a “azul” — para criar lugar para o álcool hidratado, que começava a ganhar uso no país, na reder de postos de combustíveis.
Hipocrisis nas lombadas
A justificativa para essa gasolina “do futuro”, que, a rigor, não poderia mais se chamar gasolina por constituir inequívoca falsidade ideológica, é reduzir a emissão de CO2. Se o governo quer reduzir a emissão do gás, deveria há muito tempo ter moralizado nossas vias e rodovias acabando com a farra das lombadas. Se for calculado o aumento de consumo de combustível ocasionado pelas lombadas e o consequente aumento das emissões de CO2. , o resultado seria chocante. Isso sem contar a maior altura de rodagem dos carros comercializados aqui devido às lombadas, o que aumenta a resistência aerodinâmica e o inevitável aumento de consumo e da emissões do gás.. Como bônus da “limpeza desses dejetos viários, o custo do transporte de passageiros e carga teria viés de queda com menos danos aos elementos de suspensão e direção, e sem desgaste desnecessário do material de atrito dos freios.
Hipocrisia nos maços de cigarros
Foi em 1996, no governo Fernando Henrique Cardoso, que foi sancionada lei obrigando haver nos maços de cigarros fotos horripilantes e mensagens como ‘Pare de fumar’, número136 do Disque Saúde e a pérola das mensagens: Este produto causa câncer,Quer dizer então que o governo brasileiro permite que um produto que causa câncer seja vendido? Pior, que arrecade com os impostos sobre a fabricação e venda de cigarros? Se há hipocrisia maior, desconheço.
BS
A coluna “O editor-chefe fala” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.