Desde que a imprensa foi criada pelo alemão Johann Gutenberg, por volta de 1450, vieram junto a influência e os influenciadores. É assim até hoje e reforçados pela internet. Qualquer um que exponha suas ideias num meio de comunicação tem o poder de influenciar — para o bem ou para o mal. A isso se junta uma frase de um primo-irmão do nosso colunista Fernando Calmon, “estamos passando da era da mídia de masse para a era da massa de mídia”. Essa massa de mídia forçosamente haveria de influenciar bem mais do que a mídia de massa, a lógica diz.
O leitor ou leitora sabe que falo com frequência da questões de transito. Primeiro porque interesso-me pelo assunto desde a adolescência. Segundo, num mundo de 1,1 bilhão de veículos automotores e 7,2 bilhões de habitantes — 6,5 habitantes por veículo —, trânsito só pode mesmo ser mesmo questão de capital importância.
Meu interesse por trânsito tornou-me um observador permanente da movimentação de veículos de todos os tipos, seja deles próprios ou de quem os conduz. Dada minha atividade atual, dirigir a redação do AE, essas observações acabem quase virando automaticamente textos, muitos nessa minha coluna. Assim, teoricamente sou um influenciador.
Por exemplo, noto no trânsito o uso excessivo e desnecessário do indicador de direção, útil e obrigatório equipamento bem conhecido por ‘seta’. Uma situação típica e muito comum é seu uso estando o veículo parado. devido ao sinal fechado. Como toda luz piscante incomoda, a cortesia com outros motoristas diz que ela deve permanecer desligada e só religada quando o veículo recomeçar a andar.
Pois bem, tenho notado que cada vez mais motoristas adotam esse procedimento hoje, o que me leva a acreditar que meus textos a respeito disso possam eventualmente tê-los influenciado. Pode ter ajudado, claro, eu dar o exemplo, uma vez que o motorista do carro atrás do meu vê que desliguei a seta e a religuei quando o sinal abriu.
Outro exemplo de mau uso da seta, já contei aqui em outra oportunidade mas essa vale repetir. No lançamento do Gol GT para a imprensa, em 1984, em Interlagos, um jornalista rodando no circuito ligava-a antes de cada curva. O Código manda….
Outro exemplo de influenciador foi escrever sobre os painéis educativos da CET-SP nas marginais dos rios Pinheiros e Tietê, em São Paulo. Nesses painéis, luminosos e de ótima legibilidade lia-se “Dê seta ao mudar de faixa”., Um erro, deve-se dar seta antes de mudar de faixa. Seta ligada indica intenção, jamais autorização. Algum tempo depois vi a frase reescrita. Esse é um exemplo claro de influenciador.
Há outros, como as lanças com esferas de reboque e os vidros com “sacos de lixo, nos quais sempre batemos com força e, se não estão proibidos, diminuíram consideravelmente, em especial o primeiro exemplo.
Outro exemplo de influência é um site como o AE mudar um conceito e ser acompanhado por fabricantes. É o caso do AE ser taxativo nas questão das marchas dos câmbios CVT serem reais e não simuladas, como descreve a maior parte dos fabricantes. Hoje Renault e Citroën não só admitem que as marchas são reais, como informam as relações delas.
Há mesmo influenciadores e influenciadores…
BS
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