Onde ele entrava, parecia que o bom humor, a alegria, a bondade entravam junto. Ajudava todo mundo, dava atenção para todos e adorava fotografar. Fazia fotos de tudo que via e fazia questão de ser fotografado com pilotos, como na foto desta matéria, em que ele esta entre o jovem Rubens Barrichello e sua mãe d. Idely, mais a irmãzinha Renata.
E não tenho só essa foto dele, assim como muita gente do setor automobilístico tem, porque ele gostava muito de “clicar” e ajudar as pessoas. Vez por outra ele ia até à General Motors nos visitar e levar fotos que nem imaginávamos que ele as havia feito.
Pois o Chaba Soos, de uma família grega, nos deixou levando consigo o seu bom humor e a sua generosidade de que muitos se lembram, como Paulão Gomes, um dos principais pilotos da história da Stock Car. “Ele andava sempre com uma pasta “007” cheia de adesivos e ajudava a todos nós, pilotos, a conseguir passagens aéreas (por bons preços) para nossas idas e vindas pelo Brasil. Era uma figura peculiar”.
“Chaba era apaixonado pelo automobilismo — conta Fernando Campos, veterano jornalista goiano do setor automobilístico. “Ele fazia de tudo para estar nos autódromos, ajudando os pilotos da melhor maneira que conseguia. Ajudou-me muito e a muitos de meus colegas. Era muito querido por todos os pilotos. Recentemente fui visitá-lo, em Silvânia, a 85 quilômetros de Goiânia, onde moro, pouco tempo antes de ele nos deixar. Foi como uma despedida.”
Parceiro do Rei
Quem conta uma bela história sobre o Chaba é o publicitário Décio Bittencourt, veterano no setor automobilístico. Segundo ele, Chaba frequentava uma turma, cujo ponto de encontro era defronte à “Chapa”, uma hamburgueria na esquina das ruas Lins de Vasconcelos e Heitor Peixoto, no Cambuci, em São Paulo. Eram da Escuderia Araçá, que tinha pilotos de carros e kart, além de um dos proprietários da Wi-Fi Discos, na rua Augusta.
Mas a grande história do Chaba é que ele era “chegado” de Roberto Carlos, e participava das caravanas do Rei da Jovem Guarda nas suas viagens para shows pelo Interior. O RC7 conjunto de Roberto Carlos, não usava avião, mas sim vans. E o Chaba era quem levava o Rei por aí numa Chevrolet Brasil, que tinha partida no pé e frente feita pela Brasinca, empresa de Sady Moura — lembra Décio. Chaba nunca esquecia os amigos, inclusive do Décio, para os quais sempre que podia arrumava ingressos para eles assistirem o programa Jovem Guarda, no Teatro Record, então na rua da Consolação.
Num sábado à noite, quando a “Chapa” já havia fechado, e a turma estava ali conversando na calçada (como se fazia antigamente, sem riscos) quando encostou uma van com o Chaba ao volante e Roberto Carlos ao seu lado. Haviam chegado de São Vicente, onde o Rei e o RC7 haviam participado de um show no Ilha Porchat Clube, à época um dos lugares mais badalados da Baixada Santista.
Com o tempo foi trabalhar na Maringá Turismo e se dedicou ao automobilismo sob a forma de fazer reservas nos voos e hotéis para a turma da velocidade e jornalistas.
Na semana passada Chaba nos deixou.
CL
A coluna “Histórias & Estórias” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.