A AMG, o braço de alto desempenho da Mercedes-Benz, fez cinquenta anos e a fabricante alemã está comemorando como deve o expressivo feito com experimentação dos produtos que têm essa famosa sigla atrelada ao nome de modelo.
Foi em 1967, há 50 anos, no dia 1º de junho, que Hans Werner Aufrecht e Erhard Melcher fundaram em Burgstall um escritório de engenharia, projetos e testes para o desenvolvimento de motores de competição. Deram à firma o nome de AMG, letras relativas a Aufecht, Melcher e Grossapach, esta última a cidade de nascimento de Aufrecht.
Não demorou muito para a firma ganhar notoriedade no meio automobilístico, pelo que andavam mais que os carros de série, e logo os carros em que punham as mãos se tornavam vencedores. Em 1976 a AMG se mudou para Affalterbach, onde permanece até hoje.
Os laços com a Daimler-Benz foram logo se estreitando cada vez mais, mas foi em 1993 que o “casamento” se consumou, por meio do Mercedes C 36 AMG, o primeiro modelo resultado da colaboração direta com a Daimler-Benz. Três anos depois saía o primeiro carro da marca com montagem final efetuada nas dependências da AMG, o E 50 AMG.
Em 1996 a Daimler-Benz adquiriu o controle acionário da AMG, com 51% do capital, para em 2005 passar ao controle total e no processo formar uma filial da Daimler-Benz AG (hoje Daimler AG) com o nome de Mercedes-AMG GmbH.
Para registrar mundialmente o cinquentenário da AMG, a Mercedes-Benz está promovendo eventos no mundo todo e no Brasil consistiu de mostra e experimentação dos modelos Mercedes-AMG comercializados no Brasil. Foi no autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu, no interior de São Paulo, e o evento de uma semana chamado AMG Performance Tour terminará nesta sexta-feira.
Anteontem (27/6) foi o dia dedicado à imprensa e o AE esteve lá (outros dias destinaram-se a concessionários, clientes da marca, fornecedores, funcionários das fábricas, etc.).
Particularmente, havia no autódromo duas novidades no mercado brasileiro, o AMG-GT R e o AMG E 63 S 4MATIC+, ainda não dirigidos pela imprensa. Havia também dois lançamentos mais recentes, o Mercedes-AMG C 63 S Coupé e o Mercedes-AMG E 43.
Encontrava-se também no Velo Città todo o portfólio da marca para ser experimentado, num cuidadoso trabalho conduzido área de imprensa da Mercedes-Benz do Brasil, conduzido por Alessandra Souza.
Andei no GT R, no E 63 S 4MATIC (tração integral), no E 43 4MATIC no e no C 63 S Coupé. Havia bem mais carros para experimentar, mas não havia tempo suficiente para tanto numa bela tarde típica de inverno no interior paulista.
AMG-GT R
Lançamento mundial recente, é uma evolução do AMG-GT e AMG-GT S lançados em 2016. É um carro que impressiona pelo motorista sentar-se bem perto do eixo traseiro, onde está a tração via um transeixo com um câmbio dupla-embreagem de 7 marchas. É longo, largo e baixo (4.551 x 2.075 x 1.284 mm) com entre-eixos de 2.630 mm; pesa 1.630 kg. O motor V-8 biturbo de 3. 982 cm³, 585 cv a 6.250 rpm e 71,4 m·kgf de 1.900 a 5.500 rpm, o leva da imobilidade a 100 km/h em 3,6 segundos e o permite atingir 318 km/h (limitada).
As rodas traseiras esterçam 1,5º ao ao contrário das dianteiras até 100 km/h e partir dessa velocidade, juntas. Achei notável o apoio das rodas dianteiras nas curvas e o freio me impressionou. Dirigi-lo no Velo Città foi realmente marcante, mesmo com a pista coalhada de chicanes demarcadas por cones, o que sempre tira um pouco da graça.
Preço: R$ 1.199.900
E 63 S 4MATIC+
Um belo sedã de tração integral com motor V-8 3.982 cm³ biturbo de 612 cv de 5.500 a 6.250 rpm e 86,7 m·kgf de 1.750 a 4.500 rpm, 0-100 km/h em 3,4 segundos e velocidade máxima limitada de 300 km/h. O câmbio é o MCT epicíclico de 9 marchas com embreagem multidisco em banho de óleo (MCT é de multi-clutch transmission). A distribuição de torque é sob demanda, mas para a dianteira o limite é 50%. É pesado, 1.955 kg, e mede 4.993 x 2.065 x 1.460 mm, com 2.870 mm de entre-eixos. Impressionante, sua agilidade com todo esse peso, certamente ajudado pelos pneus 245/35ZR20 (D) e 275/30ZR20.
Preço: R$ 699.900
E 43 4MATIC
É um sedã mais pacato, mas nem por isso menos atraente. Seu motor é um 2.996-cm³ V-6 biturbo de 401 cv a 6.100 rpm e 53 m·kgf de 2.500 a 5.000 rpm, suficiente para acelerá-lo de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos e de levá-lo a 250 km/h (velocidade limitada). O câmbio é o 9G-TRONIC epicíclico de 9 marchas com conversor de torque. Sobra-lhe chassi no Velo Città, pois tem os mesmos pneus acima, da versão mais potente. Pesa 1.840 kg e é dimensionalmente um pouco menor que o E 63, com 4.942 x 2.065 x 1.447 m, mesmo entre-eixos.
Preço: R$ 499.900
C 63 S Coupé
Todos os Mercedes que lá estavam têm a excelência da marca, mas foi num deles que me senti inteiramente à vontade, o C 63 S Coupé. É um pouco menor e mais leve, 4.750 mm e 1.800 kg, que deixa o motor V-8 biturbo de 3.982 cm³ bem à vontade para fazer seu trabalho. Altura, 1.402 mm e entre-eixos, 2.840 mm.
São 510 cv de 5.500 a 6.250 rpm e 71,4 m·kgf de 1.750 a 4.500 rpm. Anda muito bem, 0 a 100 km/h em 3,9 segundos e 290 km/h (limitada). Foi o que achei mais ágil no circuito, tudo me pareceu mais casado, coerente. Pneus estão numa medida “civilizada”: 255/35R19 (D) e 285/30R19. Não é valorizar o menos, mas se eu fosse preencher um cheque numa concessionária Mercedes-Benz seria para levar um para casa. Mas ir ter que brigar: estofamento só preto, preto com detalhes cinza, branco/preto e vermelho/preto.
Preço: R$ 551.900
Em todos esses Mercedes-AMG o denominador comum é qualidade e desempenho. O elevado grau de precisão exala de cada detalhe, de onde quer que se olhe. No GT R, por exemplo, uma das configurações do sistema multimídia é mostrar potência e torque desenvolvidos em tempo real. Neste modelo o cardã é de compósito de fibra de carbono.
O que trago desse dia no Velo Città são exemplos de automóveis de aceleração impressionante, freios que são verdadeiras “âncoras” e sempre acompanhados das acelerações interinas automáticas de arrancar sorrisos.
Em breve teremos esses carros para os testes “no uso”, mas o leitor já sabe por qual iremos começar…
BS