A General Motors do Brasil chamou a imprensa para apresentar ontem (21/7) uma inovação muito importante para aumentar o conforto dos ocupantes da Chevrolet S10 Turbo Diesel 2018 com câmbio automático.
A solução chama-se CPA (Centrifugal Pendulum Absorber, amortecedor centrífugo pendular), um conjunto de massas montado no conversor de torque que contrabalançam os movimentos de vibração que passam do motor para o câmbio. A redução de forças torcionais permite que a transmissão toda, desde a caixa até cardã, diferencial e semiárvores, trabalhe com menos cargas, permitindo maior suavidade e aumentando a vida útil desses componentes.
Resultado de desenvolvimento de soluções para eliminar as indesejáveis vibrações que o motor de ciclo Diesel gera naturalmente, o CPA já era usado em carros de passageiros mais luxuosos da GM americana e mostrou, na prática, a sua eficácia na S10.
O CPA pode ser entendido como a versão para câmbio automático do volante de motor de dupla massa usado em veículos com câmbio manual ou dupla embreagem de várias marcas.
Reduzindo-se as vibrações, ruídos que eram gerados na transmissão e distribuídos por todo veículo praticamente desaparecem, e o resultado é percebido facilmente ao se trafegar em pistas de maior velocidade. Nas ruas, onde as velocidades são mais baixas, a grande vantagem do CPA é diminuir o escorregamento, a diferença de rotação entre o motor e o conversor de torque durante as trocas de marcha, eliminando a sensação desagradável que acontece em caixas automáticas que parecem estar com mais ou menos rotação que o motor, muitas vezes até mesmo gerando trancos no carro.
As imagens abaixo são da fabricante alemã de embreagens e rolamentos Schaeffler, fornecedor da GM, e ilustram em um modelo massa-mola o movimento do motor, à esquerda, passando pela caixa de câmbio, no centro, e transmitindo vibrações ao carro, à direita. Na primeira não há o contrapeso, na segunda ele está montado. Trata-se apenas de uma representação didática, mas o CPA no conversor de torque faz a mesma coisa que a massa na imagem animada.
Na S10 isso não mais acontece. A avaliação realizada no Campo de Provas da Cruz Alta, em Indaiatuba (SP), mostrou um veículo absolutamente civilizado, com trocas de marcha imperceptíveis na maior parte das vezes, e com um nível de ruído muito baixo e agradável. Me lembrou muito a qualidade das trocas da Chevrolet Tahoe que avaliei em 2013.
Andamos nas magníficas pistas de testes do campo de provas da GM, primeiro na Durabilidade D1, que tem 4,6 km de curvas, subidas e descidas com pisos de qualidade variada, simulando o que se encontra nas ruas e estradas brasileiras; na Pista Reta, de 5,2 km, com duas curvas inclinadas em 30% no fim de cada reta, em velocidade de autoestrada; e na magnífica pista fora-de-estrada de 3,3 km com vários trechos de pisos diferentes. Em nenhum momento as trocas de marcha incomodaram.
O que acontece no funcionamento é que o CPA otimiza o acoplamento do câmbio em rotações mais baixas, proporcionando a sensação de melhor aceleração, e como o escorregamento diminui, o consumo de combustível também cai, em um nível surpreendente de até 13%.
Mas esse resultado não vem apenas da adoção do amortecedor centrífugo pendular, mas também da nova calibração do ECM — o módulo de gerenciamento eletrônico do motor — que resulta em um funcionamento civilizado em qualquer condição de uso, distribuindo equilibradamente os 200 cv e 51 m·kgf de torque máximo.
Para completar as alterações para menor consumo de combustível, foi adotada a estratégia do alternador que segue as informações de um módulo de gerenciamento de bateria e a carrega apenas o necessário, inclusive aproveitando as desacelerações graduais com o pé levantado do acelerador, quando não há consumo de combustível.
Foi adicionado também ao motor Diesel um isolamento extra de vibrações nas válvulas de injeção de combustível, melhor material fonoabsorvente na capa do motor e modificações no cárter, também para baixar o nível de ruído.
Com as evoluções mecânicas e de recalibração promovidas na S10 Turbo Diesel, o veículo na versão 4×2 é capaz de rodar 8,8 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada, de acordo com dados do Inmetro. Com isso, a autonomia desta S10 em estrada chega a 864 quilômetros com o tanque de 80 litros.
Vale ressaltar outros dados. A velocidade máxima é de 180 km/h, enquanto a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 10,3 segundos, ou 0,6 segundo mais rápido que antes.
Para identificar os modelos com essas alterações, a GM adotou a mesma identificação visual dos veículos da marca produzidos em outros países, com modelo e versão em emblemas colocados nas portas e no lado direito da tampa da caçamba.
O vermelho Edible Berries é uma nova cor da linha 2018. Ela se junta às já existentes prata Switchblade, branco Summit, vermelho Chili, cinza Graphite e preto Ouro Negro.
A S10 2,8 Turbo Diesel é ofertada em três opções de carroceria (chassi, cabine simples e cabine dupla), duas de câmbio de seis marchas (manual e automático), além de quatro configurações de acabamento (LS, LT, LTZ e a topo de linha High Country).
A configuração cabine-dupla (LT e LTZ) também é comercializada na versão flex, com motor 2,5-L de injeção direta e 206 cv. O modelo ganhou recentemente opção de câmbio automático, mas o CPA não é aplicado nesse modelo por ser desnecessário, já que os motores de ciclo Otto não geram vibrações como os Diesel.
Os itens de conforto e conveniência não sofreram alterações, permanecendo um pacote bem atual, composto de vários itens.
Além do serviço de notificação automática do OnStar em caso de acidente, destacam-se os alertas de saída de faixa e de colisão frontal iminente, presentes na LTZ e High Country.
O alerta de desvio de faixa possui uma câmera na parte superior do para-brisa que “enxerga” as linhas de demarcação da faixa de rolamento e emite um aviso toda vez que perceber que o veículo está se encaminhando para passar por cima de uma das demarcações. Com a seta acionada, porém, como numa mudança de faixa, o sistema não avisa, já que entende que a manobra é desejada pelo motorista.
O alerta de colisão é bastante útil nas vias das cidades, com trânsito sempre carregado. Por meio dele o motorista pode estabelecer uma distância mínima em relação ao veículo à frente, podendo, por exemplo, ser alertado caso o outro automóvel sofra uma redução de velocidade repentina. Além de luzes vermelhas piscarem na base do para-brisa, um alarme soa pelos alto-falantes da picape.
Outros destaques das versões mais completas da S10 são os controles eletrônicos de estabilidade e tração e os assistentes de partida em aclives e de descida. Enquanto o assistente de partida em aclives impede o recuo do veículo, o de descida controla a velocidade sem a necessidade de intervenção do motorista no freio, proporcionando maior controle do veículo.
Outros equipamentos da S10 são:
• Acendimento automático dos faróis
• Luzes de rodagem diurna (DRL) em LED
• Banco do motorista com ajuste elétrico
• Sensor de chuva acionamento automático do limpador de para-brisa
• Retrovisor interno eletrocrômico
• Câmera de ré com gráficos para auxílio em manobras
• Sensor de estacionamento dianteiro
• Partida do motor por acionamento remoto
• Ar-condicionado digital com oito velocidades
• Sistema de áudio de alta definição
• Rodas aro 18-pol
• Rebatimento elétrico dos retrovisores externos
A versão mais completa High Country traz ainda grade dianteira com acabamento diferenciado, estribos laterais, rodas de desenho exclusivo, frisos cromados na base dos vidros das portas, além de um arco de segurança (“santantônio”) especialmente projetado para se integrar à caçamba. Vem também com capota marítima rígida.
Já itens como direção com assistência elétrica indexada à velocidade, vidros laterais com abertura/fechamento por controle remoto, alerta de baixa pressão dos pneus e computador de bordo estão disponíveis desde a configuração de entrada da versão cabine-dupla.
Os preços das versões Diesel e automáticas, que incluem agora o CPA, são:
LT 2,8 turbodiesel 4×4 – R$ 153.990
LTZ 2,8 turbodiesel 4×4 – R$ 171.990
Chevrolet S10 High Country 2,8 turbodiesel 4×4 – R$ 181.590
JJ