Um festa de três dias, de sexta a domingo, no começo do mês. O show ficou por conta de três modelos de alto desempenho da marca bávara marcados pela letra 13ª letra do alfabeto: M140i, M240i (foto de abertura) e X5 M. Mas tinha também um “agregado”, o MINI John Cooper Works Countryman All4, do fabricante inglês que passou para as mãos da BMW em 1994.
“Quisemos mostrar um pouco da tecnologia das divisões Motorsport da BMW e da John Cooper Works da MINI para nossos concessionários, clientes atuais e potenciais, fornecedores e para parte da imprensa de São Paulo,” disse ao AE Nina Dragone, diretora de Marketing e Produto da BMW, que engloba a marca MINI.
E mostrou. Além dos carros foi montado nos boxes do autódromo paulistano um verdadeiro ambiente de hospitalidade capaz de receber e divertir crianças dos oito aos oitenta anos. De lanchonetes volantes (food trucks) a um bem-montado Spa, e também uma exposição técnica dos produtos, inclusive motocicletas BMW, e um boxe ocupado pela parceira Pirelli com pessoal técnico de alto nível para explicar tudo sobre pneus, inclusive a tecnologia run flat (que permite pneus rodarem vazios) usada integralmente na linha BMW.
O Spa estava muito bem montado, com um visual dos mais agradáveis e sugestivos:
O Espaço Kids destinava-se a fazer a alegria de crianças, estava muito bem montado, com bela decoração:
No interior do Espaço Kids não faltava o que fazer, de jogos de armar a uma minipista.
As lanchonetes volantes e a doceira num triciclo eram uma atração em si sós e ajudavam a compor o clima de festa e de lazer.
A imprensa foi recepcionada pelo diretor de Comunicação da BMW do Brasil, o eficiente e atencioso João Veloso Jr., seguindo-se uma útil preleção sobre os produtos pelo Emilio Paganoni, gerente de Treinamento Técnico da empresa.
Terminada a preleção, passamos aos carros à disposição na faixa dos boxes e diante desses depois de cada um escolher seu capacete e balaclava. Chuviscava e a pista estava úmida.
A diversão dos adultos
Como nos eventos desse tipo, o número de voltas na pista é restrito. Era largar dos boxes, passar uma por eles, dar uma volta completa e parar na próxima. Pouco, mas o suficiente para apreciar as boas características desses carros e desfrutar de um enorme prazer. E quase como sempre, um “boneco” — um piloto — ao lado por questão de segurança, o que não é o ideal. Inibe, e quem tem mais consciência se sente incomodado de provocar mal-estar no passageiro quando se testa um carro.
Os dois BMW, M140 i e M240i, diferem apenas no tipo de carroceria, hatch e cupê, nessa ordem. Mesmo motor L-6 turbo dupla-voluta de 3 litros (2.998 cm³, 94,6 x 82 mm), 24 válvulas, 340 cv a 5.500 rpm e 51 m·kgf de 1.520 a 4.500 rpm, acoplados a câmbio automático epicíclico de 8 marchas ZF 8HP50, tração traseira. A octanagem requerida vai de 90 a 98 RON, ou seja, aqui anda perfeitamente bem com gasolina comum, que é de 95 RON.
Apesar da ligeira diferença de Cx, 0,32 no hatch e 0,31 no cupê, e 1,575 kg no primeiro e 1.574 kg no segundo (4,60 e 4,62 kg/cv), vão de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos e chegam a 250 km/h. Ou seja, desempenho de arrancar sorrisos.
No circuito as retas ficam curtas e as curvas, mal se sai de uma já se está em outra. Isso num carro absolutamente de rua é notável. Pneus são diferenciados dianteiros e traseiros, 225/40R18 e 245/35R18, e a distribuição de peso é 47,2/52,8% no hatch e 46,9/53,1% no cupê, diferença imperceptível — esses números, fracionados, só podia ser coisa de alemão!
O hatch, com 4.324 mm de comprimento, me pareceu mais ágil, mais fácil de apontar para as curvas que o cupê de 4.454 mm. Na pista úmida os controles e de estabilidade e tração precisaram trabalhar bastante. Outras diferenças dimensionais são largura de 1.765/1.774 mm e altura de 1.411/1.408 m, sempre na ordem hatch/cupê. O entre-eixos de 2.690 mm é comum aos dois, como é a altura do solo de 130 mm na dianteira.
Preços começam em R$ 284.950 (M 140i) e R$ 304.950 (M 240i).
A vez do MINI
Coincidiu de a pista estar mais molhada quando saí com a perua Countryman JCW All4, de tração integral, que de míni não tem nada. MINIS são carros diferentes do rebanho, e como agradam. Nesse caso, o motor é um “modesto” BMW 2-litros turbo (de duas volutas) de 231 cv de 5.000 a 6.200 rpm e 35,7 m·kgf de 1.450 a 4.500 rpm, mais o câmbio automático epicíclico ZF8HP de 8 marchas distribuindo potência para as quatro rodas sob demanda, quando as dianteiras começam a perder aderência longitudinal.
Como pesa 1.555 kg, a relação peso-potência é 6,7 kg/cv, o que lhe garante o 0-a-100 km/h em 6,5 segundos e o leva a 234 km/h. Seu entre-eixos é de 2.670 mm e a medida dos pneus é 225/45/r19. Dirigi-lo naquelas condições de pista foi diversão pura, mesmo não sendo tão rápido quanto os dois BMW.
Quando eu disse que o MINI não é mais míni é porque a perua tem 4.299 mm de comprimento, 1.822 mm de largura e 1.557 mm de altura, seu porta-malas capaz de acomodar 450 litros em volume. Só para se ter uma ideia, o primeiro Mini, de 1959 — produzido então como Morris Mini-Minor e Austin Seven — tinha comprimento de 3.020 mm com entre-eixos de 2.020 mm, largura de 1.370 mm e altura de 1.400 mm; só pesava 635 kg.
O MINI tem o que o editor associado do AE, Juvenal Jorge, cunhou como “carronalidade”, fusão de carro e personalidade.
Ainda não tem preço, sua importação mal está começando.
Outro BMW, desta vez maior
E estava na pista o suve X5 M, grandão, 4.880 mm de comprimento com entre-eixos de 2.993 mm, 1.985 mm de largura e nada menos que 1.717 mm de altura. Peso, quase 2 ½ t, 2.412 kg. Só que para deslocá-lo há um V-8 de 4,4 litros (4.395 cm³, 83,3 x 89 mm), biturbo,que entrega impressionantes 575 cv de 6.000 a 6.500 rpm, compostos com um torque de 76,5 m·kgf de 2.200 a 5.000 rpm, e que requer gasolina de 95 a 98 RON, embora a fábrica recomende esta última, que no Brasil corresponde à gasolina premium (não a Podium, de 102 octanas RON).
Com toda essa “usina” sob o capô, o X5 M honra com louvor a 13ª letra do alfabeto proporcionando aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 4,2 segundos, mas parando de crescer a 250 km/h por força da limitação aplicada pela fábrica por imposição do bom senso. Anda mesmo muito.
Mas na pista, mesmo com os pneus dianteiros 285/35R21 e traseiros 325/30R21, ficou evidente que as leis da física têm limites. Longe de ser ruim, o X5 M faz força para fazer curva. A sensação de massa bruta é imediata.
Será comercializado no começo de 2018 e ainda não tem preço formado, mas certamente passar de R$ meio milhão.
Foi tudo uma festa em Interlagos mesmo!
BS