Volkswagen formalizou lançamento do Polo (foto), um hatch compacto, até então de processo de fatiadas apresentações à imprensa, e seu lançar marcou início das vendas — 100 unidades compradas no sítio da empresa, logo após a apresentação.
Não é mais um, e sua postura mercadológica tem a pretensão de ser grande cunha para fender o mercado, hoje inexplicavelmente liderado pelo Chevrolet Ônix, seguido pelo Hyundai HB20. Frequenta-o, também, o recém-lançado Fiat Argo. Atualizado, o Polo é automóvel bem feito, e relativamente à bem referenciada versão anterior, é mais baixo, tem maiores a distância entre eixos, o porta-malas, o espaço interno. Além disto, como se utiliza da mesma e moderna plataforma já aplicada ao Golf e Audis A e Q3, embute importante pacote de segurança com base eletrônica e atrativos de infodiversão. Mais recente em projeto, supera os concorrentes em construção, atualização tecnológica e estilo. No caso tem a liderança de José Carlos Pavone, jovem líder do design da VW. Neste quesito concorre frontalmente com o Argo, único com o mesmo tipo de inspiração construtiva — em termos de qualidade e processos, o Argo é, a grosso modo, uma visão de engenharia e métodos alemães. Nos traços houve a aposição de um largo friso em depressão, arrematado por ponta cromada. Um flecha, rotulou Pavone. Talvez uma versão Janot, apreciador do artefato …
Por conteúdo, postura, vantagens assistenciais, preços, parece um concorrente devastador no sistema.
Outros pontos
Por razões inexplicáveis alguns órgãos de imprensa tem-no comparado à primeira geração do Polo. Inequivocamente foi produto marcante, promoveu grande mudança nas instalações físicas na instalações industriais da Via Anchieta e, até então, o melhor Volkswagen já feito no país. Problema era preço e o carro com seu bom projeto, boa construção, invejável dirigibilidade, não o tinha competitivo e acabou se estiolando sem renovação.
Aparentemente por ser nome com boas evocações, a Volkswagen o reutilizou, mas não há espaço para comparações. A tecnologia de projetar e construir automóveis avançou mais nas últimas duas décadas ante o século anterior. O Polo atual é incomensuravelmente superior em projeto, materiais, processos, construção — até as chapas de aço e as soldas são diferentes —, tecnologia fundindo mecânica com informática, mão de obra.
Outro aspecto a ser entendido é o fato de o Polo não ser apenas um produto com qualidades para concorrer e superar os atuais líderes do mercado, mas é a bandeira no grande mastro erguido pela Volkswagen para sinalizar o início de enorme mudança interna, na parte física, no aprimoramento da mão de obra, nos acordos de parceria para os próximos cinco anos, até na autonomia de David Powels, presidente. A autonomia conquistada permitiu substituir 11 dos 13 diretores anteriores, e o acaso na forma do escândalo Dieselgate — as emissões diesel superiores ao limite legal — fez demitir o ex-poderoso diretor comercial na matriz. Era a ele, surpreendentemente, a quem se reportava o líder da área no Brasil — direto, sobrepassando o presidente da empresa no Brasil. O curioso processo, manifestação de poder, deu no que deu: gente sem falar, ouvir ou ler em português, distanciamento da rede revendendora, visão torta sobre o mercado nacional e suas peculiaridades. Resultado de tal processo, ter perdido a liderança de décadas.
Outro indicador de mudança está na soma de qualidade construtiva do produto e consideração de importância da segurança para influenciar o comprador. A VW mandou submeter o Polo às avaliações do Latin NCAP, instituto alemão em braço operando no Uruguai, aos testes de impacto para avaliar danos a motorista e passageiros. Teve a maior nota, 5 estrelas, para ambos os quesitos. Para consumidores preocupados com segurança é argumento de peso — em especial porque o líder, o Ônix foi humilhantemente reprovado.
Quem e quanto
Quatro versões:
Simplesmente Polo, motor EA211, três cilindros, 1.000 cm³ de cilindrada, 75/84 cv e 9,7/10,4 m·kfg de torque; câmbio manual 5 marchas. A R$ 49.990;
Polo MSI – motor EA211, quatro cilindros, 1,6 litro, 110/117 cv, 15,8 m·kgf de torque, cinco marchas manuais, R$ 54.990;
Polo Comforline/Highline, EA211, turbo, injeção, 116/128 cv, 20,4 m.kgf, câmbio automático de seis marchas. Comfortline a R$ 65.190; Highline a R$ 69.190. Com opcionais arranhará os R$ 74 mil.
Interessado? Tente uma versão TSI – com turbo. É o grande diferenciador, a linha separadora entre carrinho e automóvel.
Roda-a-Roda
Alfa – Mesmo sem atingir os números de venda projetados com o sedã Giulia e o SUV Stelvio, Alfa Romeo reformará linha de produtos até 2021. Começa ano próximo com versão coupé. Quer concorrer com Audi A5 e BMW 4.
Fica – Outra decisão, manterá a produção artesanal, restrita, dos esportivos C4 fechado e spyder, idem aos já provectos MiTo e Giulietta, apenas substituídos por crossover. Também agregará sedã grande. Vinda e vendas no Brasil? Fora da agenda.
Caminho? –PSA lançará versões totalmente elétricas do Peugeot 208 e do próximo DS3 Crossback em 2019. Anunciou a investidores. Em 2020 o 2008.
Crescer – Lexus, marca de luxo da Toyota, em fase de fixação, amplia rede de revendedores de 13 para 18 e cria linha de financiamento com parcelas contidas e garantia de recompra ao final do financiamento. Arrancada incluiu inaugurar o Espaço Lexus no Shopping Cidade Jardim, um dos mais caros em São Paulo.
Mudou – Ano passado, aproveitando oportunidade futura, Aliança Renault-Nissan assumiu o controle acionário da Mitsubishi de veículos. Agora mudou a logo da operação, empregando apenas o nome das empresas.
Música – Ford encomendou pesquisa ao Spotify e à Universidade de Nova York para saber se música no carro afeta o humor do motorista. Afeta. Temas tristes ou melancólicos são aditivos de energia com duração de até duas horas. Batida rítmica forte mais sensação de melancolia causam o resultado. Ouça a lista.
Mais – Bons resultados não inibem ações da Hyundai para expandir vendas. Viajando no sucesso do SUV Creta fará versão Sport. Motor 2,0, 166 cv, 20,5 m·kgf, entre Pulse Plus 1,6 e Prestige 2,0. Novembro, uns R$ 97 mil.
Fórmula – Como sempre a palavra Sport é associada a arremates pretos, incluindo o couro do revestimento interior.
Fora – E iniciou exportar o Creta com motor 1,6 litro, câmbios manual e automático. Agrega negócios com HB20, já enviado a Paraguai e Uruguai. Mercado externo é uma almofada anticrises de produção.
Viva – Chinesa Chery faz movimento para lembrar-se presente. Campanha se denomina Cuidar não tem preço, jogo de palavras para sugerir serviços baratos, inicia com revisão graciosa de trinta itens em trinta minutos.
Mais – Toyota anunciou investir R$ 1B para produzir médio Yaris em sua fábrica de Sorocaba, SP, em um ano. Também aplicará R$ 600M para ampliar operação de motores na paulista Porto Feliz. Em tamanho Yaris fica entre Etios e Corolla.
Mais uma – Mercado mundial de utilitários elevou-se a 14M de unidades, e nele os picapes representam 2,6M, com expansão anual de 5%. PSA — Peugeot, Citroën, DS, Dogfeng — e chinesa ChangAn decidiram fazer juntas modelo para 1 tonelada. Vendas mundiais a partir de 2020.
Ajuda – Transportadores, embarcadores e empresas do setor de transporte, interessados em reduzir volume e gravidade de acidentes, tem ajuda da Volvo. Fabricante de caminhões e ônibus criou o Guia Zero Acidentes, gratuito, baixável pelo portal do PVST.
Organização – Dentro de um ano Denatran, Departamento Nacional de Trânsito, instituirá o Registro Nacional de Gravames — o controle dos financiamentos e sua quitação. Objetiva padronizar o controle e democratizar o acesso: hoje apenas uma empresa detém tal privilégio.
Talento – Felipe Nasr interrompeu a temporada de ociosidade, implantada desde a suspensão de patrocínio da Petrobrás por conta dos cortes na empresa. Dirigirá para a Action Express no americano Campeonato IMSA de 2018, e provas longas, como a 24 Horas de Daytona e a 12 Horas de Sebring. Boa notícia. Nasr era um talento em férias forçadas.
História – Lufthansa, alemã de aviação, pediu ajuda ao gaúcho Martin Bernsmüller, dono do maior portfólio de prefixos e histórias de aviões: descobrir Boeing 737-200, objeto de sequestro em 1977 entre Palma de Majorca, Espanha, e Frankfurt, Alemanha.
Como – À época, grupo terrorista palestino tomou a aeronave, levou-a para a Somália, mas não deu sorte: uma tropa de elite alemã invadiu-a, enviando os sequestradores a antecipado encontro com Alah.
Brasil – O 737 estava abandonado no aeroporto de Fortaleza desde 2009, pertencendo à inoperante TAF Linhas Aéreas. Surpresa, sem chances de recuperação da aeronave, débito crescente ante Infraero, aceitou a inimaginada proposta de venda. Desmontado, o velho avião foi enviado à Alemanha.
Lá – Lá, estacionado num aeroporto, marcando os 40 anos contará a história de maneira épica. Aqui museus são fechados e a administração pública pouco se dá.
Gente – Nélson Piquet, o filho, assinou com a Jaguar para disputar a Formula E – os monopostos elétricos. OOOO Nelsinho foi seu primeiro campeão e Jaguar quer criar campeonato para carros elétricos de turismo. OOOO Alain Tissier, executivo franco-brasileiro, aposentadoria. OOOO Deixará a Renault após 42 anos. OOOO Manter-se-á no país. OOOO Desperdício. Ninguém mais preparado para ajustar a operação com a produtora nacional de Mitsubishis, situação invulgar. OOOO Renault adquiriu a matriz japonesa, mas no Brasil é operação particular e peculiar. OOOO Andreas Marquardt, executivo, transferência. OOOO Era líder dos serviços em mobilidade na Porsche alemã, será presidente da Porsche Brasil. OOOO Nada a ver. OOOO O ex, Matthias Brüch, foi-se levando Kombi antiga. OOOO Se algum dia o Ministério da Cultura ou o da Indústria, Comércio e Serviços abrirem o olho, verão pouco restar do patrimônio nacional de veículos antigos. OOOO Tarcísio Triviño, brasileiro, engenheiro, promoção. OOOO Era gerente de pós-vendas da Volvo Cars, assumiu diretoria. OOOO Desafio. OOOO Marca Premium sem operação no Brasil, só conquistará clientes se não assustá-los com o preço de peças e serviços. OOOO Brasil os tem, em oficinas autorizadas, inexplicavelmente onerosos. OOOO
RN