O Renault Sandero evolui pela segunda vez desde que foi lançado em novembro de 2007. Entre as novidades, novos desenhos frontal e painel, adoção do motor 1-litro 16-válvulas de um comando do Logan e Clio, de 77/80 cv gasolina/álcool (76/77 cv antes), estepe armazenado no interior do porta-malas e adoção do controlador/limitador de velocidade, este na versão-topo Dynamique. As versões Authentique e Expression 1-litro beneficiam-se do motor mais potente, sendo a Expression oferecida também com o 1,6-litro oito-válvulas de 98/106 cv. Os motores mantêm a denominação Hi-Flex (1 litro) e Hi-Power (1,6 litro).
O Sandero da foto acima corresponde à primeira evolução, modelo 2012, realizada em novembro de 2011, após três anos e meio no mercado. Foram mudanças estéticas procurando tirar um pouco da imagem de carro do leste europeu, já que é produzido originalmente na Romênia sob marca Dacia, fabricante pertencente à Renault desde 1998. O estilo frontal mudou, ficou mais “Renault” e os grupos óticos traseiros foram redesenhados.
Houve também mudanças no interior , com novos materiais e texturas, e os instrumentos tornaram-se mais atraentes. Novo e evoluído sistema de áudio com processamento digital de som e capacidade de reprodução de música nos formatos mais conhecidos, além de Bluetooth. O comando de áudio e telefonia podia ser feito num satélite à direita da coluna de direção. Outra mudança reclamada era os comandos do acionamento elétrico dos vidros passarem do painel para as portas. O Sandero deu um salto em atratividade nessa segunda evolução.
Agora, no modelo 2015, com 500.000 Sanderos vendidos, a Renault aportou ao modelo ar-condicionado automático, nova geração do Media NAV que inclui a central multimídia com tela tátil de 7 pol. que oferece GPS, sistema de áudio, Bluetooth e as funcionalidades Eco-Coaching e Eco-Scoring, ambas educativas para o dirigir economicamente. Traz também o indicador de troca de marca, que é adaptativo, a luz acende-se segundo o ritmo de dirigir. O interior foi totalmente reformulado, além dos chicotes elétricos passarem a multiplexados.
O monobloco passou por modificações estruturais buscando maior rigidez e as suspensões foram objeto de recalibração, além de as bitolas terem sido aumentadas em 33 mm e 25 mm, traseira e dianteira, tudo visando aprimorar conforto de rodagem e estabilidade. Outra mudança foi a adoção de coxins entre subchassi dianteiro e monobloco e novas características elásticas, mais firmes, das buchas dos braços de suspensão dianteira e do eixo traseiro de torção. O ABS é novo, de 9ª geração.
A Renault informou terem as estruturas dianteira e traseira do monobloco zonas de deformação progressiva sido melhoradas para maior absorção de energia dos impactos, simultaneamente com a cabine mais rígida, com reforço na coluna central e travessa do teto.
Ainda no tocante à segurança, a coluna de direção é retrátil e dobrável, suspensão pendular do motor impede sua invasão da cabine em caso de colisão frontal e os pedais desarmam-se, “caem”, reduzindo possibilidade de ferimentos nos pés do motorista, todas características vistas em vários carros atuais.
O conforto a bordo foi aprimorado por meio de mais materiais fonoabsorventes no compartimento do motor e na carroceria, bem como pela redução do ruído de vento mediante novas juntas das portas dianteiras. As palhetas do limpador de pára-brisa possuem perfil aerodinâmico agora.
A calibração da assistência hidráulica da direção passou a ser de tal forma que atue menos com pouco movimento do volante vice-versa, proporcionando boa carga em alta velocidade sem prejudica a leveza nas manobras.
Como anda
Andei no topo de linha Dynamique no palco de lançamento, a simpática Florianópolis — cidade escolhida para o lançamento do Sandero em 2007, na atualização de 2011 e por outras fabricantes, como Volkswagen (novo Voyage) e Peugeot (Hoggar), para citar algumas — e o hatch ficou melhor realmente. O motor 1,6-L de oito válvulas, que havia sido repotenciado em 2012, passando de 92/95 cv para 98/106 cv, atende bem ao que o carro de 1.055 kg precisa — apenas bem, não tem o brilho do 16-válvulas de 107/112 cv que até agora só estava vindo na versão Privilège (versão que não existe mais) com câmbio automático epicíclico de quatro marchas.
Mesmo assim vai bem, gira fácil até o corte limpo a 6.000 rpm (pico de potência a 5.250 rpm) e tem boa potência em baixa rotação com o torque de 14,5/15,5 m·kgf a 2.850 rpm. A aceleração 0-100 km/h oficial é em 11,2/11 segundos e chega 177/179 km/h. O câmbio está bem acertado, com 5.200 rpm à velocidade máxima e 3.500 rpm a 120 km/h. O comportamento em curva é perfeito, mínimo de saída de frente, e os pneus 185/65R15H (Bridgestone Turanza) estão corretos para o tipo de carro e seu uso. É mesma medida do estepe, porém a roda deste é de aço. Como um todo, o Sandero atualizado está bem agradável de andar.
A posição de dirigir é correta, banco, volante e ancoragem dos cintos são ajustáveis em altura, pedais são bem posicionados e há apoio para o pé esquerdo, mas seria bem-vindo o comando de câmbio a cabo no lugar do sistema a varão. Não por questão de funcionamento, mas de toque, sensação, o varão passa idéia de coisa antiga (eu já comentara isso na apresentação do novo Logan).
A versão — só ela — conta com repetidoras nos espelhos, como se isso fosse detalhe de requinte e não de segurança (a Renault não está sozinha nisso, vide o up!, por exemplo). As fabricantes precisam repensar essa questão, o quanto antes, melhor. Repensar também três detalhes, o pára-brisa ter faixa superior degradê e incorporar o conveniente acionamento uma-varrida do limpador e o útil pisca-3.
As qualidades de espaço interno até no banco traseiro e capacidade do porta-malas (320 litros e chega a 1.196 litros com o banco traseiro rebatido) são dois atrativos fortes do Sandero, mesmo com seu entreeixos 45 mm menor que o do Logan.
A Renault ainda não informou o consumo da versões com motor 1,6-L segundo a nova metodologia do Inmetro, só o do 1-litro, que é de 11,9/8,1 km/l gasolina/álcool na cidade e de 13,4/9,2 km/l, idem, na estrada, com classificação “A” no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular.
Parte, assim, remuniciado o Sandero, para uma arena muito disputada, composta de Chevrolet Onix, Ford Fiesta, Hyundai HB20 e VW Fox. A versão Stepway virá um pouco mais tarde, possivelmente por ocasião do Salão do Automóvel, em outubro, mas antes, já em agosto, chegará a versão com câmbio robotizado ZF de cinco marchas em substituição ao epicíclico de quatro.
Preços básicos/com todos os opcionais
Authentique 1,0 R$ 29.890/33.715
Authentique 1,0 com ar-condicionado R$ 30.985/33.715
Expression 1,0 R$ 34.990 (inclui ar-condicionado)/37.285
Expression 1,6 R$ 38.590 (inclui ar-condicionado)/38.590
Dynamique 1.6 R$ 42.390/44.915
BS
Fotos: autor
FICHA TÉCNICA NOVO RENAULT SANDERO | ||
Authentique e Expression | Expression e Dynamique | |
1,0 16V Flex | 1,6 8V Flex | |
MOTOR | ||
Tipo | 4 tempos, 4 cilindros transversais em linha, comando de válvulas no cabeçote, correia dentada, atuação indireta, bloco de ferro fundido, cabeçote de alumínio | |
N° de válvulas | 16 | 8 |
Cilindrada | 999 cm³ | 1.598 cm³ |
Diâmetro x curso | 69 x 66,8 mm | 79,5 x 80,5 mm |
Taxa de compressão | 12:1 | |
Potência | 77 cv (G) e 80 cv (A) a 5.750 rpm | 98 cv (G) e 106 cv (A) a 5.250 rpm |
Torque | 10,2 m·kgf (G) e 10,5 m·kgf (A) a 4.250 rpm | 14,5 m·kgf (G) e 15,5 m·kgf (A) a 2.850 rpm |
Formação de mistura | Injeção eletrônica seqüencial | |
Combustível | Gasolina E25 e/ou álcool | |
TRANSMISSÃO | ||
Câmbio | Transeixo dianteiro de 5 marchas | |
Relações das marchas | 1ª 4,09:1. 2ª 2,24:1; 3ª 1,39:1; 4ª 1,03:1; 5ª 0,82:1; ré 3,55:1 | 1ª 3,73:1. 2ª 2,05:1; 3ª 1,32:1; 4ª 0,97:1; 5ª 0,76:1; ré 3,55:1 |
Relação do diferencial | 4,93:1 | 4,36:1 |
SUSPENSÃO | ||
Dianteira | Independente, McPherson, braço triangular inferior, mola helicoidal e amortecedor hidráulico (barra estabilizadora no Dynamique) | |
Traseira | Eixo de torção, mola helicoidal, amortecedor hidráulico com efeito de barra estabilizadora | |
DIREÇÃO | ||
Tipo | Pinhão e cremalheira, assistência hidráulica | |
Voltas entre batentes | 3,4 voltas | |
Diâmetro de giro | 10,6 metros | |
FREIOS | ||
Dianteiros | A disco de Ø 259 mm | A disco ventilado de Ø 258 mm |
Traseiros | A tambor de Ø 203 mm | |
Circuito hidráulico | Duplo em “X” | |
RODAS E PNEUS | ||
Rodas | Aço, 5J x 15, alumínio opcional | Aço 5J x 15 (Expression), alumínio 5J x15 (Dynamique) |
Pneus | 185/65R15 | |
DIMENSÕES | ||
Comprimento | 4.060 mm | |
Largura | 1.733 mm | |
Altura | 1.536 mm | |
Distância entre eixos | 2.590 mm | |
AERODINÂMICA | ||
Cx | 0,35 | |
Área frontal (calculada) | 2,13 m² | |
Área frontal corrigida | 0,745 m² | |
PESO E CAPACIDADES | ||
Peso em ordem de marcha | 1.013 kg | 1.055 kg |
Porta-malas | 320 a 1.196 litros | |
Tanque de combustível | 50 litros | |
DESEMPENHO | ||
Aceleração 0-100 km/h | 14,1 s (G) e 14 s (A) | 11,2 s (G) e 11 s (A) |
Velocidade máxima | 160 km/h (G) e 161 km/h (A) | 177 km/h (G) e 179 km/h (A) |
CONSUMO | ||
Cidade | 11,9 km/l (8,4 l/100 km) (G) e 8,1 km/l (12,3 l/100 km) ) (A) | Não informado |
Estrada | 13,4 km/l (7,5 l/100 km) (G) e 9,2 km/l (10,9 l/100 km) (A) | Não informado |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | ||
v/1000 em 5ª | 28,2 km/h | 34,3 km/h |
Rotação a 120 km/h em 5ª | 4.250 rpm | 3.500 rpm |
Rotação à velocidade máx. 5ª | 5.700 rpm | 5.200 rpm |
MANUTENÇÃO | ||
Revisões/troca de óleo | A cada 10.000 km ou 1 ano | |
GARANTIA | 3 anos ou 100.000 km |