Anteontem (28) a revista Automotive News online publicou a opinião do seu editor-chefe, Keith Crain, sob o título “We need to slow way down” (“Devemos ir com muita calma”, numa tradução livre) que coincide com a opinião do AUTOentusiastas, e por isso cabe ser compartilhada com o leitor ou leitora.
AE/BS
DEVEMOS IR COM MUITA CALMA
Por Keith Crain
Carros autônomos e elétricos podem vir a se popularizar no futuro, mas ainda há muito por aprender sobre ambas as tecnologias — e muito por ser provado. A questão nos dois casos é como a indústria deve fazer para provar que ela está pronta para o grande momento.
No caso dos carros autônomos, deve ser mostrado que eles são algo que as pessoas querem e estão dispostas pagar por eles. E deve ser provado que são seguros.
De fato, serão necessários muitos testes antes que esses carros estejam disponíveis para o público em geral, e a indústria não deveria permitir testes nas vias públicas.
É ridículo deixar uma tecnologia por comprovar, que pode matar e ferir pessoas nas mesmas ruas que você e eu dirigimos. As fabricantes de automóveis criaram campos de provas para garantir que veículos sejam seguros quando finalmente forem vendidos ao público.
Durante anos, o padrão da indústria tem sido que carros e picapes devem acumular centenas de milhares de quilômetros nessas pistas particulares de testes. Esse padrão tem de ser aplicado aos carros autônomos.
Ao mesmo tempo, é simplesmente desconhecido se há mercado para carros elétricos de qualquer tipo e quantidade sem intervenção do governo. A verdadeira aceitação não pode ser avaliada se governos impõem ou subsidiam os carros elétricos. Isso pode ser esclarecido simplesmente retirando todas as imposições e ver como os carros elétricos se darão.
Governos não devem apontar vencedores e perdedores. O mercado é o lugar para descobrir como os carros elétricos serão vendidos sem estímulos artificiais. Se o público aceitar os desafios de longos tempos para recarga e alcance limitado, esses veículos poderão ser um sucesso.
Mas o fato de alguns carros elétricos estarem sendo objeto de incentivos para os consumidores da ordem de 7.500 a 15.000 dólares é ridículo.
Sempre foi muito bom ver a tecnologia automobilística se desenvolver e evoluir. Algumas foram logo aceitas e outras, como a bolsa inflável, levaram décadas para estarem nos automóveis.
Não devemos correr com a tecnologia. Em alguns casos, é muito arriscado financeiramente, e em outros, muito perigoso.
KC